Foi um processo de evolução econômica e industrialização de sociedades que se transformaram de sistemas agrícolas-artesanais-comerciais em sistemas industriais, caracterizados pela utilização generalizada de máquinas movidas a energia mecânica e pela utilização de novas fontes de energia inanimadas (como, por exemplo, os combustíveis fósseis), tudo apoiado por uma forte componente de inovação tecnológica e acompanhado por fenômenos de crescimento, desenvolvimento econômico e profundas mudanças socioculturais e políticas. É costume distinguir entre a primeira e a segunda revolução industrial.
a. A primeira dizia respeito principalmente ao setor têxtil-metalúrgico, com a introdução da lançadeira voadora e da máquina a vapor na segunda metade do século XVIII.
b. A segunda revolução industrial é convencionalmente datada para começar em 1870 com a introdução da eletricidade, produtos químicos (ciência química) e petróleo. Os efeitos do uso massivo de eletrônicos, telecomunicações e tecnologia da informação na indústria são às vezes chamados de Terceira Revolução Industrial, que começou em 1970.
A revolução industrial provocou uma transformação profunda e irreversível que partiu do sistema de produção e envolveu o sistema econômico como um todo e todo o sistema social. O advento da fábrica e da máquina mudou as relações entre os setores produtivos. Assim nasceu a classe trabalhadora, que recebia um salário em troca do seu trabalho e do tempo que disponibilizava para o trabalho nas fábricas. Surgiu também o capitalista industrial, um empresário que era dono da fábrica e dos meios de produção e que tinha como objetivo aumentar os lucros do seu negócio.
História e origens
Como acontece com muitos processos históricos, não há uma data certa para o início da Revolução Industrial, embora a principal invenção tenha sido a máquina a vapor. Entretanto, toda mudança profunda na economia é influenciada por transformações anteriores, e por isso a revolução industrial é considerada por alguns estudiosos como o último momento de uma série de mudanças que transformaram a Europa de uma terra pobre, subdesenvolvida e escassamente povoada no início da Idade Média na área mais rica e desenvolvida do mundo durante o século XIX. A acumulação de capital obtida por meio do comércio e a disponibilidade de grandes quantidades de aço e carvão nos países do sul, facilmente transportáveis por uma densa rede de canais navegáveis, possibilitaram os investimentos necessários para o nascimento das máquinas a vapor.
Do ponto de vista econômico, o elemento que caracteriza a revolução industrial é o salto qualitativo na capacidade de produzir bens, que pode ser observado na Grã-Bretanha a partir da segunda metade do século XVIII. Mais precisamente, o crescimento da economia britânica no período de 1760-1830 é o maior registrado até então. Em outros países, o processo de industrialização em períodos posteriores também dá origem a altas taxas de crescimento econômico.
Essencialmente, a Revolução Industrial foi o ápice do aumento do conhecimento científico sobre o mundo natural e suas características, resultante da Revolução Científica. Foi de fato o novo método científico iniciado por Galileu Galilei que levou a um crescimento significativo (e sem precedentes) no conhecimento que os europeus tinham sobre a natureza e especialmente sobre os materiais e suas propriedades. As condições particularmente favoráveis da Grã-Bretanha na época permitiram que esse conhecimento científico fosse transformado em conhecimento técnico e tecnológico, até que começou a ser aplicado nas primeiras fábricas têxteis e na indústria siderúrgica para uma produção de ferro e aço sem igual na história anterior da humanidade.
Do ponto de vista cultural, a revolução industrial foi caracterizada, como já mencionado, pela introdução da máquina a vapor. Na história da humanidade, a maior restrição ao crescimento da produção de bens tem sido, de fato, a energética. Durante muitos séculos, apenas a energia muscular mecânica de homens e animais estava disponível, e essa dependência do trabalho manual, além de todos os problemas que o acompanhavam, não oferecia a possibilidade de aumentar a produção. A introdução progressiva, a partir da Idade Média, do moinho de água e do moinho de vento representou a primeira inovação significativa.
A energia abundante oferecida pela máquina a vapor foi aplicada à fabricação têxtil. Uma organização mais eficiente da produção foi possível graças à divisão do trabalho e à realocação dos processos de fabricação dentro de fábricas construídas especificamente para esse fim, bem como à mineração e ao transporte. As atividades de mineração se beneficiaram da potência da máquina a vapor na extração de água das minas, permitindo maiores profundidades de escavação, bem como no transporte do mineral extraído. Os primeiros vagões ferroviários eram usados para retirar o minério das minas e depois transportá-lo até seu destino. Somente mais tarde o transporte ferroviário se converteu em transporte de passageiros. A revolução industrial produziu efeitos não apenas nos campos econômico e tecnológico, mas também nas relações de classe, na cultura, na política e nas condições gerais de vida, e provocou um aumento do consumo e da participação da renda, com consequências expansionistas no nível demográfico.
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