(Anotações de Paolo Cugini)
Filosofia
H. tinha uma grande aversão a Aristóteles e ao pensamento
escolástico. O autor mais influente no pensamento de H. Foi Galileu. H. destaca:
a.
a
necessidade de fundar uma nova ciência do Estado com base no modelo de Galileu;
b.
a
inconsistência da filosofia grega
c.
a
negatividade da mistura operada pela filosofia medieval entre a Bíblia e a
filosofia
d.
necessidade
de expulsar o monstro metafisico e distinguir a filosofia da religião.
A filosofia por Hobbes é de máxima utilidade pós
aplicando as normas cientificas á moral e á politica poderá evitar as guerras
civis e garantir a paz.
A filosofia tem como objetivo os corpos, suas causas e
suas propriedades. Não se ocupa de Deus nem de história.
Os corpos são:
a.
Naturais
inanimados
b.
Naturais
animados
c.
Artificiais
Por isso a filosofia deve ser tripartida. Deve tratar:
a.
Do
corpo em geral: De corpore
b.
Do
corpo do homem: De homine
c.
Do
cidadão e do Estado: De cive
A filosofia pode se articular assim:
·
Ciência
dos corpos naturais
·
Ciência
dos corpos artificiais
A logica
Logica: elabora as regras do modo coreto de pensar. Os
pensamentos são fluidos e devem ser fixados como sinais sensíveis, capazes de
reconduzir á mente pensamentos passados, bem como registrá-los e sistematizá-los
e transmiti-los aos outros. Foi assim que nasceram os nomes que foram forjados
pelo arbítrio humano.
Os nomes positivos e os correspectivos negativos não podem
ser atribuídos a mesma coisa pensada em um mesmo tempo e a proposito do mesmo dado.
Os nomes comuns não indicam conceitos universais,
porque só existem indivíduos e conceitos de indivíduos, mas trata-se apenas de
nomes de nomes, não tendo, portanto, referencia á realidade e não significando
a natureza das coisas, mas somente aquilo que nós pensamos dela.
A definição não expressa a essência da
coisa, mas simplesmente o significado dos vocábulos.
Das conexões de nomes nasce a proposição. Tudo é fruto
do arbítrio dos primeiros a estabelecer. nomes.
Raciocinar é conectar nomes, definições e proposições em
conformidades com as regras, fixadas por convenções. Raciocinar é também
multiplicar e dividir.
O nominalismo de Hobbes não se funda em bases céticas,
mas muito mais empíricas, sensistas e fenomênicas.
Corporeísmo e mecanicismo
Conhecemos exatamente aquilo que nós mesmo
estabelecemos, fazemos e construímos. A causa principal das coisas é o
movimento quantitativamente determinado, medido matemática e geometricamente.
É possível explicar toda a realidade com base em dois
elementos:
1.
Do
corpo entendido como aquilo que não depende do nosso pensamento e que coincide e
se co-estende com uma parte do espaço:
2.
Do
movimento entendido do modo que indicamos.
As qualidades são fantasmas sensíveis, ou seja,
efeitos dos corpos e do movimento.
Também os processos cognoscitivos não podem ter outro
tipo de explicação senão o mecanicista. Também são movimentos os sentimentos de
prazer e de dor, o amor e o ódio, o querer.
Hobbes nega a liberdade, pois o movimento e os nexos mecânicos
que derivam são rigorosamente necessários.
A teorização do Estado Absolutista. O Leviatã
Pressupostos que constituem a base da construção da
sociedade e do Estado de Hobbs:
a.
Existe
um bem primo e originário que é a vida e a sua conservação
b.
Não
existem valores absolutos e então não existe justiça e injustiça, mas estas são
o fruto de convenções estabelecidas por nós mesmos, por isso são conhecíveis de
modo perfeito a priori
Egoísmo e convencionalismo são os pontos cardeais da
nova ciência política que, segundo Hobbes pode se desdobrar como sistema dedutivo
perfeito.
Segundo Hobbes cada homem é bem diferente dos outros e
não são ligados por consenso espontâneo como os dos animais por estas razões:
a.
Entre
os homens existem motivos de contenda que não existe entre os animais;
b.
No
homem o bem privado difere do bem público;
c.
O
homem percebe defeitos em sua sociedade, querendo introduzir continuas
novidades, que constituem causa de discórdia;
d.
Os
homem tem palavra e essa é causa de guerra
e.
Os
animais não se censuram entre eles;
f.
Nos
animais o consenso é natural;
g.
O
Estado, por tanto, não é natural, mas sim artificial.
O mundo dos homens é um mundo conflitual, que provoca desigualdade
e predominância de um sobre os outros. Nesta situação o homem corre o perigo de
perder o bem primário: a vida. O homem escapa das situações ruins recorrendo a
dois elementos básicos:
a.
Os
instintos: desejo de evitar a guerra para salvar a vida; necessidade de
conseguir o necessário pela sobrevivência.
b.
A
razão: instrumento capaz de realizar aqueles desejos de fundo.
É por isso que nascem as leis de natureza, que sã uma
forma de racionalização do egoísmo, as normas que permitem concretizar o instinto
de autoconservação. No Leviatã Hobbes relata 19 destas leis.
1.
O
homem deve se esforçar a buscar a paz
2.
Renunciar
ao direito sobre tudo
3.
Necessidade
de cumprir os acordos feitos
4.
Restituir
os benefícios recebidos
5.
Cada
homem deve tender a se adaptar aos outros
6.
Deve-se
perdoar aquele que se arrependem
7.
Nas
vinganças não se deve olhar para o mal passado, mas para o bem futuro
8.
Não
se deve declarar ódio para com os outros
9.
Cada
homem deve reconhecer o outro como igual a si por natureza
10. Ninguém deve pretender que seja reservado para si
qualquer direito que não lhe agradaria que fosse reservado a outro homem.
11. Princípio de equidade no julgamento dos outros.
Em si mesmas estas leis não bastam. É preciso que
todos os homens deleguem a um único homem (ou a uma assembleia) o poder de representá-lo.
Este pacto social é firmado pelos súditos entre si. O
soberano permanece fora do pacto, restando como único depositário da renúncia
dos direitos dos súditos, o único a manter todos os direitos originários. Por
isso, o soberano está acima da justiça. Todos os poderes devem ser concentrados
em suas mãos. O Estado, por isso, pode interferir em matéria de religião e pode
intervir em matéria de interpretação da Bíblia.
Leviatã designa o Estado como monstro invencível, mas
também como deus mortal.
BIBLIOGRAFIA
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