terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

O SIGNIFICADO DA PERSPECTIVA DA PRIMEIRA PESSOA NA FENOMENOLOGIA

 



Paolo Cugini: Aulas de fenomenologia



Esta atenção da fenomenologia pela primeira pessoa deriva do respeito das condições e possibilidade da experiencia e do conhecimento enquanto tais. 

A primeira pessoa é um pressuposto indispensável para compreender as condições principais do conhecimento, da verdade, do sentido, do significado. 

Compreender a historicidade, a temporalidade da subjetividade era fundamental para entender a investigação exaustiva dos fenômenos. 

Antes de todo fenômeno, todo aparecer de um objeto sempre apresenta um aparecer de algo para alguém. 

Pela compreensão de qualquer tipo de objeto é preciso levar em conta a subjetividade.

A fenomenologia nos torna atentos para o aparecer do objeto e do correlato subjetivo de sua aparição e, com isso, do modo da intencionalidade, que está em obra e deixa aparecer o objeto, tal como respectivamente o caso.

Quando investigamos objetos, nós também nos mostramos a nós mesmos como aqueles, para os quais os objetos aparecem. 

Por isso podemos dizer que o interesse da fenomenologia está voltado para a consciência, precisamente porque ela forma o âmbito no qual o mundo aparece.

Com sua análise do fenômeno a fenomenologia gostaria de pensar além da dicotomia sujeito-objeto, a fim de investigar o nexo entre o mundo e a subjetividade. 

O mundo aparece, e a estrutura da sua aparição é condicionada e possibilitada pelo sujeito que só tem como ser compreendido em sua relação com o mundo. 

O sujeito só tem como ser compreendido em sua relação com o mundo e nós só podemos dar sentido ao mundo na medida em que ele aparece a um sujeito e é compreendido por ele. 

Husserl: a realidade efetiva não é algo meramente subsistente em si, que existiria de maneira completamente independente de todo e qualquer contexto de experiencia, de toda e qualquer rede conceitual. 

A realidade efetiva constitui um nexo de validade e de significado, que necessita da subjetividade, de uma perspectiva empírica e conceitual para se manifestar e desdobrar. 

Husserl: não é possível falar de uma realidade efetiva absoluta.


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