Texto conclusivo
da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe
13-31 de Maio de 2007
Síntese: Paolo Cugini
Capítulo I
Os Discípulos Missionários
1.2. A alegria de ser discípulos e missionários de
Jesus Cristo
29. A alegria do discípulo não é um sentimento de bem-estar egoísta,
mas uma certeza que brota da fé, que serena o coração e capacita para anunciar
a boa nova do amor de Deus. Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer
pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas,
e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria. (pág.24)
Capítulo II
Olhar dos Discípulos Missionários Sobre a Realidade
2.1. A realidade que nos desafia como discípulos e
missionários
36. Também se tornou difícil perceber a unidade de todos os
fragmentos dispersos que resultam da informação que reunimos. É freqüente que
alguns queiram olhar a realidade unilateralmente a partir da informação
econômica, outros a partir da informação política ou científica, outros a
partir do entretenimento ou do espetáculo. No entanto, nenhum desses critérios
parciais consegue propor-nos um significado coerente para tudo o que existe.
Quando as pessoas percebem essa fragmentação e limitação, costumam sentir-se
frustradas, ansiosas, angustiadas. (pág.28)
37. Essa é a razão pela qual muitos estudiosos de nossa época
sustentam que a realidade traz inseparavelmente uma crise do sentido. Eles não
se referem aos múltiplos sentidos parciais que cada um pode encontrar nas ações
cotidianas que realiza, mas ao sentido que dá unidade a tudo o que existe e nos
sucede na experiência, e que os cristãos chamam de sentido religioso. (pág.29)
38. Longe de preencher o vazio produzido em nossa consciência pela
falta de um sentido unitário da vida, em muitas ocasiões a informação
transmitida pelos meios só nos distrai. (pág.29)
39. Nossas tradições culturais já não se transmitem de uma geração à
outra com a mesma fluidez que no passado. Isso afeta, inclusive, esse número
cleo mais profundo de cada cultura, constituído pela experiência religiosa, que
se torna agora igualmente difícil de ser transmitida através da educação e da
beleza das expressões culturais, alcançando inclusive a própria família que,
como lugar do diálogo e da solidariedade inter-geracional, havia sido um dos
veículos mais importantes da transmissão da fé. (pág.29 e 30)
40. Entre os pressupostos que enfraquecem e menosprezam a vida
familiar, encontramos a ideologia de gênero, segundo a qual cada um pode
escolher sua orientação sexual, sem levar em consideração as diferenças dadas
pela natureza humana. (pág.30)
41. Necessitamos fazer-nos discípulos dóceis, para aprendermos dEle,
em seu seguimento, a dignidade e a plenitude da vida. E necessitamos, ao mesmo
tempo, que o zelo missionário nos consuma para levar ao coração da cultura de
nosso tempo aquele sentido unitário e completo da vida humana que nem a
ciência, nem a política, nem a economia nem os meios de comunicação poderão
proporcionar-lhe. (pág.30 e 31)
42. A pessoa humana é, em sua própria essência, o lugar da natureza
para onde converge a variedade dos significados em uma única vocação de
sentido. As pessoas não se assustam com a diversidade. O que de fato as assusta
é não conseguirem reunir o conjunto de todos esses significados da realidade em
uma compreensão unitária que lhes permitia exercer sua liberdade com
discernimento e responsabilidade. A pessoa sempre procura a verdade de seu ser,
visto que é esta verdade que ilumina a realidade de tal modo que possa nela se
desenvolver com liberdade e alegria, com prazer e esperança. (pág.31)
2.1 Situação sócio-cultural
44. Quem exclui Deus de seu horizonte, falsifica o conceito da
realidade e só pode terminar em caminhos equivocados e com receitas
destrutivas.[1]
Surge hoje, com grande força, uma sobrevalorização da subjetividade individual.
Independentemente de sua forma, a liberdade e a dignidade da pessoa são
reconhecidas. O individualismo enfraquece os vínculos comunitários e propõe uma
radical transformação do tempo e do espaço, dando papel primordial à
imaginação. (pág.32)
46. Verifica-se, em nível massivo, uma espécie de nova colonização
cultural pela imposição de culturas artificiais, desprezando as culturas locais
e com tendências a impor uma cultura homogeneizada em todo os setores. (pág.33)
51. As novas gerações são as mais afetadas por essa cultura do
consumo em suas aspirações pessoais profundas. Crescem na lógica do
individualismo pragmático e narcisista, que desperta nelas mundos imaginários
especiais de liberdade e igualdade. Afirmam o presente porque o passado perdeu
relevância diante de tantas exclusões sociais, políticas e econômicas. Para
elas o futuro é incerto. Assim mesmo, participam da lógica da vida como
espetáculo, considerando o corpo como ponto de referência de sua realidade presente.
Têm nova atração pelas sensações e crescem na grande maioria sem referência aos
valores e instâncias religiosas. Em meio à realidade de mudança cultural,
emergem novos sujeitos, com novos estilos de vida, maneiras de pensar, de
sentir, de perceber e com novas formas de se relacionar. São produtores e
atores da nova cultura. (pág.34)
52. Entre os aspectos positivos dessa mudança cultural aparece o
valor fundamental da pessoa, de sua consciência e experiência, a busca do
sentido da vida e da transcendência. (pág.35)
2.1.2 Situação econômica
62. Conduzia por uma tendência que privilegia o lucro e estimula a
concorrência, a globalização segue uma dinâmica de concentração de poder e de
riqueza em mãos de poucos. Concentração não só dos recursos físicos e
monetários, mas sobretudo da informação e dos recursos humanos, o que produz a exclusão
de todos aqueles não suficientemente capacitados e informados, aumentando as
desigualdades que marcam tristemente nosso continente e que mantém na pobreza
uma multidão de pessoas. (pág.38)
64. Por isso, frente a essa forma de globalização, sentimos forte
chamado para promover uma globalização diferente, que esteja marcada pela
solidariedade, pela justiça e pelo respeito aos direitos humanos, fazendo da
América Latina e do Caribe não só o Continente da esperança, mas também o
Continente do amor, como propôs SS. Bento XVI no Discurso Inaugural desta
Conferência. (pág.39)
65. Isso nos deveria levar a contemplar os rostos daqueles que
sofrem. Entre eles, estão as comunidades indígenas e afro-americanas que, em
muitas ocasiões, não são tratadas com dignidade e igualdade de condições;
muitas mulheres são excluídas, em razão de seu sexo, raça ou situação
sócio-econômica; jovens que recebem uma educação de baixa qualidade e não têm
oportunidade de progredir em seus estudos nem de entrar no mercado de trabalho
para se desenvolver e constituir uma família; muitos pobres, desempregados,
migrantes, deslocados, agricultores sem terra, aqueles que procuram sobreviver
na economia informal; meninos e meninas submetidos à prostituição infantil,
ligada muitas vezes ao turismo sexual; também as crianças vítimas do aborto.
Milhões de pessoas e famílias vivem na miséria e inclusive passam fome.
(pág.39)
69. A atual concentração de renda e riqueza acontece principalmente
pelos mecanismos do sistema financeiro. A liberdade concebida aos investimentos
financeiros favorecem o capital especulativo, que não tem incentivos para fazer
investimentos produtivos de longo prazo, mas busca o lucro imediato nos
negócios com títulos públicos, moedas e derivados. No entanto, segundo a
Doutrina Social da Igreja, “o objetivo da economia é a formação da riqueza e
seu incremento progressivo, em termos não só quantitativos, mas qualitativos:
tudo é moralmente correto se está orientado para o desenvolvimento global e
solidário do homem e da sociedade na qual vive e trabalha. (pág.41)
2.1.3 Dimensão sócio-política
74. Constatamos um certo progresso democrático que se demonstra em
diversos processos eleitorais. No entanto, vemos com preocupação o acelerado
avanço de diversas formas de regressão autoritária por via democrática que, em
certas ocasiões, resultam em regimes de corte neo-populista. Isso indica que
não basta uma democracia puramente formal, fundada em procedimentos eleitorais
honestos, mas que é necessária uma democracia participativa e baseada na
promoção e respeito dos direitos humanos. Uma democracia sem valores como os
mencionados torna-se facilmente ditadura e termina traindo o povo. (pág.43)
77. Cabe assinalar, como grande fator negativo em boa parte da
região, o recrudescimento da corrupção na sociedade e no Estado, envolvendo os
poderes legislativos e executivos em todos os níveis, alcançando também o
sistema judiciário que, muitas vezes, inclina seu juízo a favor dos poderosos e
gera impunidade, o que coloca em sério risco a credibilidade das instituições
públicas e aumenta a desconfiança do povo, fenômeno que se une a um profundo
desprezo pela legalidade. Em amplos setores da população, e especialmente entre
os jovens, cresce o desencanto pela política e particularmente pela democracia,
pois as promessas de uma vida melhor e mais justa não se cumpriram ou se
cumpriram só pela metade. Nesse sentido, esquecê-se de que a democracia e a
participação política são fruto da formação que se faz realidade somente quando
os cidadãos são conscientes de seus direitos fundamentais e de seus deveres
correspondentes. (pág.44 e 45)
2.1.4 Biodiversidade, ecológica, Amazônia e Antártida
83. A América Latina é o Continente que possui uma das maiores
biodiversidades do planeta e uma rica sócio-diversidade, representada por seus
povos e culturas. (pág.46)
84. Nas decisões sobre as riquezas da biodiversidade e da natureza,
as populações tradicionais têm sido praticamente excluídas. A natureza foi e
continua sendo agredida. A terra foi depredada. As águas estão sendo tratadas
como se fossem mercadoria negociável pelas empresas, além de terem sido
transformadas num bem disputado pelas grandes potências. Exemplo muito
importante nessa situação é a Amazônia.[2]
(pág.46 e 47)
2.1.5 Presença dos povos indígenas e afro-americanos
na Igreja
89. Os indígenas e afro-americanos são, sobretudo, “outros”
diferentes que exigem respeito e reconhecimento. A sociedade tende a
menosprezá-los, desconhecendo o porquê de suas diferenças. Sua situação social
está marcada pela exclusão e pela pobreza. A igreja acompanha os indígenas e
afro-americanos nas lutas por seus legítimos direitos. (pág.48)
94. Como Igreja que assume a causa dos pobres, estimulamos a
participação dos indígenas e afro-americanos na vida eclesial. Vemos com
esperança o processo de inculturação discernindo à luz do magistério. É
prioritário fazer traduções católicas da Bíblia e dos textos litúrgicos nos
idiomas desses povos. Necessita-se, igualmente, promover mais as vocações e os
ministérios ordenados procedentes dessas culturas. (pág.49)
2.2 Situação de nossa Igreja nesta hora histórica de
desafios
98. A Igreja Católica na América Latina e no Caribe, apesar das
deficiências e ambigüidades de alguns de seus membros, tem dado testemunho de
Cristo, anunciando seu Evangelho e oferecido seu serviço de caridade
principalmente aos mais pobres, no esforço por promover sua dignidade e também
no empenho de promoção humana nos campos da saúde, da economia solidária, da
educação, do trabalho, do acesso à terra, da cultura, da habitação e
assistência, entre outros. Com sua voz, unida à de outras instituições nacionais
e mundiais, tem ajudado a dar orientações prudentes e a promover a justiça, os
direitos humanos e a reconciliação dos povos. Isso tem permitido que a Igreja
seja reconhecida socialmente em muitas ocasiões como instância de confiança e
credibilidade. Seu empenho a favor dos mais pobres e sua luta pela dignidade de
cada ser humano tem ocasionado, em muitos casos, a perseguição e inclusive a
morte de alguns de seus membros, os quais consideramos testemunhos da fé.
Queremos recordar o testemunho valente de nossos santos e santas, e aqueles
que, inclusive sem terem sido canonizados, viveram com radicalidade o Evangelho
e ofereceram sua vida por Cristo, pela Igreja e por seu povo. (pág.51)
Segunda Parte
A vida de Jesus Cristo nos Discípulos Missionários
Capítulo IV
A Vocação dos Discípulos Missionários À Santidade
4.1 Chamados ao seguimento de Jesus Cristo
131. Jesus convida a nos encontrar com Ele e a que nos vinculemos
estreitamente a Ele, porque é a fonte da vida (cf. Jo 15,1-5) e só Ele tem
palavras de vida eterna (cf. Jo 6,68). Na convivência cotidiana com Jesus e na
confrontação com os seguidores de outros mestres, os discípulos logo descobrem
duas coisas bem originais no relacionamento com Jesus. Por um lado, não foram
eles que escolheram seu mestre, foi Cristo quem os escolheu. E por outro lado,
eles não foram convocados para algo (purificar-se, aprender a Lei...), mas para
Alguém, escolhidos para se vincularem intimamente à Pessoa dele (cf. Mc 1,17;
2, 14). Jesus os escolheu para “que estivessem com Ele e para enviá-los a
pregar” (Mc 3,14), para que o seguissem com a finalidade de “ser dEle” e fazer
parte “dos seus” e participar de sua missão. O discípulo experimenta que a
vinculação íntima com Jesus no grupo dos seus é participação da Vida saída e
suas motivações do Pai, é formar-se para assumir seu estilo de vida e suas
motivações (cf. Lc 6,40b), correr sua mesma sorte e assumir sua missão de fazer
novas todas as coisas. (pág.72)
133. Jesus faz dos discípulos seus familiares, porque compartilha
com eles a mesma vida que procede do Pai e lhes pede, como discípulos, uma
união íntima com Ele, obediência à Palavra do Pai, para produzirem frutos de
amor em abundância. Desta forma o testemunha São João no prólogo de seu
Evangelho: “A todos aqueles que crêem em seu nome, deu-lhes a capacidade de
serem filhos de Deus”, e são filhos de Deus que “não nascem por via de geração
humana, nem porque o homem o deseje, mas sim nascem de Deus” (Jo 1,12-13).
(pág.73)
4.3 Enviados a anunciar o Evangelho do Reino da vida
145. Quando cresce no cristão a consciência de pertencer a Cristo,
em razão da gratuidade e alegria que produz, cresce também o ímpeto de
comunicar a todos o dom desse, encontro. A missão não se limita a um programa
ou projeto, mas é compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com
Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa a pessoa, de comunidade a
comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo (cf. At 1,8). (pág.76)
Capítulo V
A Comunhão dos Discípulos Missionários na Igreja
5.1 Chamados a viver em comunhão
154. Jesus, no início de seu ministério, escolheu os doze para viver
em comunhão com Ele (cf. Mc 3,14). Para favorecer a comunhão e avaliar a
missão, Jesus lhes pede: “Venham só vocês a um lugar desabitado, para descansar
um pouco” (Mc 6,31-32). Em outras oportunidades, Jesus se encontrará com eles
para lhes explicar o mistério do Reino (cf. Mc 4,11.33-34). Jesus age da mesma
forma com o grupo dos setenta e dois discípulos (cf. Lc 10, 17-20). Ao que
parece, o encontro a sós indica que Jesus quer falar-lhes ao coração (cf. Os
2,14). Também hoje o encontro dos discípulos com Jesus na intimidade é
indispensável para alimentar a vida comunitária e a atividade missionária.
(pág.81)
156. A vocação ao discípulo missionário é com-vocação à comunhão em
sua igreja. Não há discipulado sem comunhão. Diante da tentação, muito presente
na cultura atual, de ser cristãos sem Igreja e das novas buscas espirituais
individualistas, afirmamos que a fé em Jesus Cristo nos chegou através da
comunidade eclesial e ela “nós dá uma família, a família universal de Deus na
Igreja Católica. A fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos conduz à
comunhão”.[3]
(pág.82)
5.2 Lugares eclesiais para a comunhão
5.2.1 A diocese, lugar privilegiado da comunhão
165. Reunida e alimentada pela Palavra e pela Eucaristia, a Igreja
Católica existe e se manifesta em cada Igreja particular, em comunhão com o
Bispo de Roma.[4]
Esta é, como afirma o Concílio, “uma porção do povo de Deus confiada a um bispo
para que a apascente com seu presbitério”.[5]
(pág.85)
166. A Igreja particular é totalmente Igreja, mas não é toda a
Igreja. É a realização concreta do mistério da Igreja Universal em determinado
lugar e tempo. Para isso, ela deve estar em comunhão com as outras Igrejas
particulares e sob o pastoreio supremo do Papa, Bispo de Roma, que preside a
todas as Igrejas. (pág.85)
167. O amadurecimento no seguimento de Jesus e a paixão por
anunciá-lo requerem que a Igreja particular se renove constantemente em sua
vida e ardor missionário. Só assim pode ser, para todos os batizados, casa e
escola de comunhão, de participação e solidariedade. (pág.85)
169. A Diocese, presidida pelo Bispo, é o primeiro espaço da
comunhão e da missão. Um projeto só é eficiente se cada comunidade cristã, cada
paróquia, cada comunidade educativa, cada comunidade de vida consagrada, cada
associação ou movimento e cada pequena comunidade se inserem ativamente na
pastoral orgânica de cada diocese. Cada uma é chamada a evangelizar de modo
harmônico e integrado no projeto pastoral da Diocese. (pág.86)
5.2.2 A paróquia, comunidade de comunidades
172. A renovação das paróquias no início do terceiro milênio exige a
reformulação de suas estruturas, para que seja uma rede de comunidades e
grupos, capazes de se articular conseguindo que seus membros se sintam
realmente discípulos e missionários de Jesus Cristo em comunhão. A partir da
paróquia é necessário anunciar o que Jesus Cristo “fez e ensinou” (At 1,1)
enquanto esteve entre nós. (pág.87)
174. Os melhores esforços das paróquias neste início do terceiro
milênio devem estar na convocação e na formação de leigos missionários. Só
através da multiplicação do momento atual. (pág.88)
175. Seguindo o exemplo da primeira comunidade cristã “cf. At
2,46-47), a comunidade paroquial ser reúne para partir o pão da Palavra e da
Eucaristia e perseverar na catequese, na vida sacramental e na prática da
caridade[6].
Na celebração eucarística, ela renova sua vida em Cristo. (pág.88)
176. Cada paróquia deve chegar ao concretizar em sinais solidários
seu compromisso social nos diversos meios em que se move, com toda “a
imaginação da caridade”.[7]
Não pode ser alheia aos grandes sofrimentos que a maioria de nossa gente vive e
que com muita freqüência são pobrezas escondidas. Toda autêntica missão unifica
a preocupação pela dimensão transcendente do ser humano e por todas as suas
necessidades concretas, para que todos alcancem a plenitude que Jesus Cristo
oferece. (pág.89 e 90)
5.3.2.2 Os párocos, animadores de uma comunidade de
discípulos missionários
201. A renovação da paróquia exige atitudes novas dos párocos e dos
sacerdotes que estão a serviço dela. A primeira exigência é que o pároco seja
autêntico discípulo de Jesus Cristo, porque só um sacerdote apaixonado pelo
Senhor pode renovar uma paróquia. Mas, ao mesmo tempo, deve ser ardoroso missionário
que vive o constante desejo de buscar os afastados e não se contenta com a
simples administração. (pág.99)
Capítulo VI
O Caminho de Formação dos Discípulos Missionários
6.1 Uma espiritualidade trinitária do encontro com
Jesus Cristo
6.1.1 O encontro com Jesus Cristo
243. O acontecimento de Cristo é, portanto, o início desse sujeito
novo que surge na história e a quem chamamos discípulo: “Não se começa a ser
cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas através do encontro com
um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso,
uma orientação decisiva”.[8]
Isso é justamente o que, com apresentações diferentes, todos os evangelhos nos
têm conservado como sendo o início do cristianismo: um encontro de fé com a
pessoa de Jesus (cf. Jo 1,35-39). (pág.114)
244. A própria natureza do cristianismo consiste, portanto, em
reconhecer a presença de Jesus cristo e segui-lo. Essa foi a maravilhosa
experiência daqueles primeiros discípulos que, encontrando Jesus, ficaram
fascinados e cheios de assombro frente à excepcionalidade de quem lhes falava,
diante da maneira como os tratava, coincidindo com a fome e sede de vida que
havia em seus corações. O evangelista João nos deixou plasmado o impacto que a
pessoa de Jesus produziu nos primeiros discípulos que o encontravam, João e
André. Tudo começa com uma pergunta: “O que procuram?” (Jo 1,38). Essa narração
permanecerá na história como síntese única do método cristão. (pág.114 e 115)
6.1.2 Lugares de encontro com Jesus Cristo
246. O encontro com Cristo, graças à ação invisível do Espírito
Santo, realiza-se na fé recebida e vivida na Igreja. (pág.115)
247. Encontramos Jesus na Sagrada Escritura, lida na Igreja. A
Sagrada Escritura, “Palavra de Deus escrita por inspiração do Espírito Santo”,[9]
é, com a Tradição, fonte de vida para a Igreja e alma de sua ação
evangelizadora. Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar
a anunciá-lo. (pág.115)
‘
[1] Ibid
[2] A Amazônia pan-americana ocupa uma área de 7,01 milhões de
quilômetros quadrados e corresponde a 5% da superfície da terra, 40% da América
do Sul. Contém 20% da disponibilidade mundial de água doce não congelada.
Abriga 34% das reservas mundiais de florestas e gigantesca reserva de minerais.
Sua diversidade biológica de eco-sistemas é a mais rica do planeta. Nessa
região se encontram cerca de 30% de todas as espécies da fauna e flora do
mundo.
[3] DI 3.
[4] Chl 85.
[5] ChD 11.
[6] Bento XVI, Audiência Geral, Viagem apostólica ao Brasil, 23 de maio
de 2007.
[7] NMI 50.
[8] Ibid 1.
[9] DV 9.
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