sexta-feira, 12 de abril de 2024

CORRENTES FILOSOFICAS DA ÉPOCA MODERNA

 




 

O mecanicismo é uma teoria filosófica determinista segundo a qual todos os fenômenos se explicam pela causalidade mecânica ou em analogia à causalidade mecânica (causalidade linear ou, instrumentalmente, como meio para uma causa final).

 

O utilitarismo é uma família de teorias metafísicas consequenciais, originalmente sistematizadas pelos filósofos ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill, que afirma que uma ação é correta ou incorreta com base na sua tendência a maximizar ou minimizar a "utilidade"; que geralmente é identificado como felicidade ou satisfação de preferências. Além da Ética das Virtudes e da Ética do Dever, é uma das perspectivas mais influentes no campo da filosofia moral. Sua formulação clássica pode ser resumida como “maior felicidade em maior número”. Trata-se de ser um eudemonista moral, mas que, ao contrário do egoísmo, insiste que devemos nos considerar os melhores de todos e não apenas uma pessoa.

Em economia, o utilitarismo pode ser entendido como um princípio ético que determina se uma decisão ou ação é correta, se o benefício intrínseco do exercício da comunidade é quanto maior o benefício, melhor será a decisão ou ação.

O racionalismo é uma posição epistemológica ou corrente filosófica caracterizada pela aceitação de ao menos uma entre três teses: a razão e a intuição devem ter privilégio sobre a sensação e a experiência na obtenção do conhecimento; toda ou a maior parte das ideias é inata ao invés de adquirida no decorrer da vida; e a certeza do conhecimento deve ser privilegiada sobre a mera probabilidade dele em investigações filosóficas. Uma outra característica em comum entre os mais proeminentes racionalistas dessa corrente — René Descartes, Baruch Espinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz — é a aceitação da realidade da substância como o princípio fundamental de unidade das coisas.

O racionalismo afirma que tudo o que existe tem uma causa inteligível, mesmo que essa causa não possa ser demonstrada empiricamente, tal como a causa da origem do Universo. Privilegia a razão em detrimento da experiência do mundo sensível como via de acesso ao conhecimento. Considera a dedução como o método superior de investigação filosófica. René Descartes, Baruch Espinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz introduzem o racionalismo na filosofia moderna. Georg Wilhelm Friedrich Hegel, por sua vez, identifica o racional com o real, supondo a total inteligibilidade deste último. O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza, pela demonstração e análise, sustentados, segundo Kant, pelo conhecimento a priori, ou seja, o conhecimento que não é inato nem decorre da experiência sensível, mas é produzido somente pela razão.

Na filosofia, o empirismo (em latim: "experientia": "experiência", do grego: /έμπειρία/) é uma teoria do conhecimento que afirma que o conhecimento sobre o mundo vem apenas da experiência sensorial; é a experiência do real. Por sua vez, o método indutivo afirma que a Ciência como conhecimento somente pode ser derivada a partir dos dados da experiência. Essa afirmação filosófica rigorosa, acerca da construção do conhecimento, gera o problema da indução.

Dentre a diversa gama de pontos de vista da epistemologia - estudo do conhecimento humano -, juntamente com o racionalismo, o idealismo e o historicismo, o empirismo enfatiza o papel da experiência (sensorial) e da evidência, especialmente na formação de ideias, sobre a noção de ideias inatas ou tradições. Contudo, os empiristas podem argumentar que os costumes (ou tradições) surgem devido às relações de experiências sensoriais, anteriormente vivenciadas.

Sob essa égide, o empirismo surgiu na Idade Moderna, como fruto de uma tendência filosófica que se desenvolvia, principalmente no Reino Unido, desde a Idade Média. Inclusive, verifica-se, com certa frequência, além de notória oposição ao chamado racionalismo, a presenca de características relacionadas à Filosofia continental.

Contemporaneamente, a oposição entre empirismo e racionalismo - tal qual a distinção analítico-sintética - é geralmente compreendida de forma absolutamente contundente, conforme ocorria nos tempos antigos. Entretanto, é possível lançar mão de uma ou outra posição em contrário, sobretudo, devido à existência de questões metodológicas heurísticas, ou, ainda, à presença de atitudes vitais, desconsiderando-se os princípios filosóficos fundamentais propriamente ditos.

Com relação à problemática dos Universais, os empiristas são, em maioria, simpatizantes de críticas construtivas, de maneira que a adoção do termo "nominalista" remontaria somente ao final da Idade Média. Durante a Antiguidade Clássica (Classicismo), o conhecimento empírico referia-se especialmente a arquitetos, artesãos, artistas e médicos, em geral, devendo ser obtido por meio de sua experiência, frente ao técnico e útil, em contraste ao conhecimento teórico, concebido como mera contemplação da verdade, além de qualquer utilitário.

Na FIlosofia da Ciência, o empirismo enfatiza as evidências, especialmente porque aqui o mesmo se desvenda a partir de experiências. Trata-se, portanto, de parte fundamental do método científico, de acordo com o qual todas as hipóteses e teorias devem ser testadas em confronto com as observações do mundo natural, ao invés de meramente se resumir a um raciocínio a priori, intuição ou revelação.

 

Por ter causado grande revolução na ciência, graças à progressiva valorização do conhecimento científico, aliado à valorização das experiências, o homem passou a buscar resultados práticos, almejando o domínio da natureza. Em suma, foi a partir do desenvolvimento do empirismo que se estabeleceram as bases fundamentais da metodologia científica moderna.

Dentre os filósofos associados ao empirismo, destacam-se os seguintes: Alhazen, Aristóteles, Avicena, David Hume, Ibn Tufail, Francis Bacon, George Berkeley, Guilherme de Ockham, Hermann von Helmholtz, John Locke, John Stuart Mill, Leopold von Ranke, Nicolau Maquiavel, Robert Boyle, Robert Grosseteste e Thomas Hobbes.

 

Na metafísica, o nominalismo é a visão de que objetos universais e abstratos não existem de fato além de serem apenas nomes ou rótulos. Existem pelo menos duas versões principais de nominalismo. Uma versão nega a existência de universais – coisas que podem ser instanciadas ou exemplificadas por muitas coisas particulares (por exemplo, força, humanidade). A outra versão nega especificamente a existência de objetos abstratos – objetos que não existem no espaço e no tempo. A maioria dos nominalistas sustentou que apenas os particulares físicos no espaço e no tempo são reais, e que os universais existem apenas post res, isto é, subsequentes a coisas particulares.  No entanto, algumas versões do nominalismo sustentam que alguns particulares são entidades abstratas (por exemplo, números), enquanto outros são entidades concretas – entidades que existem no espaço e no tempo (por exemplo, pilares, cobras, bananas).

O nominalismo é principalmente uma posição sobre o problema dos universais, que remonta pelo menos a Platão e se opõe a filosofias realistas, como o realismo platônico, que afirmam que os universais existem além dos particulares e à teoria da substância hilomórfica de Aristóteles, que afirma que os universais são imanentemente reais dentro deles. No entanto, o nome "nominalismo" surgiu de debates na filosofia medieval com Roscellinus. O termo "nominalismo" deriva do latim nomen, "nome". John Stuart Mill resumiu o nominalismo na expressão "não há nada geral, exceto nomes". Na filosofia do direito, o nominalismo encontra sua aplicação no que se chama nominalismo constitucional

 

“Convencionalismo” é um termo guarda-chuva que indica qualquer doutrina filosófica segundo a qual uma proposição tem valor em seu próprio campo (seja filosófico, político, ético, cognitivo, etc.) com base em uma convenção, ou seja, é baseada em acordos e estipulações mais ou menos explícitas, mas livres de quaisquer pressupostos metodológicos (por exemplo, o método científico) ou, mais geralmente, de qualquer avaliação em termos de verdade ou falsidade. Este conceito sofreu diversas declinações desde a antiguidade, e tem sido aplicado a diversos contextos, especialmente em estudos científico-filosóficos.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

IMMANUEL KANT: Crítica da razão pratica 1788

    Kant foi influenciado por Rousseau sobre a necessidade de encontrar uma moral para o sujeito e o Estado. A filosofia crítica de Kant ten...