O mecanicismo é uma teoria filosófica determinista segundo a qual
todos os fenômenos se explicam pela causalidade mecânica ou em analogia à
causalidade mecânica (causalidade linear ou, instrumentalmente, como meio para
uma causa final).
O utilitarismo é uma família de teorias metafísicas consequenciais,
originalmente sistematizadas pelos filósofos ingleses Jeremy Bentham e John
Stuart Mill, que afirma que uma ação é correta ou incorreta com base na sua
tendência a maximizar ou minimizar a "utilidade"; que geralmente é
identificado como felicidade ou satisfação de preferências. Além da Ética das
Virtudes e da Ética do Dever, é uma das perspectivas mais influentes no campo
da filosofia moral. Sua formulação clássica pode ser resumida como “maior
felicidade em maior número”. Trata-se de ser um eudemonista moral, mas que, ao
contrário do egoísmo, insiste que devemos nos considerar os melhores de todos e
não apenas uma pessoa.
Em economia, o utilitarismo pode ser entendido como um
princípio ético que determina se uma decisão ou ação é correta, se o benefício
intrínseco do exercício da comunidade é quanto maior o benefício, melhor será a
decisão ou ação.
O racionalismo é uma posição epistemológica ou corrente filosófica
caracterizada pela aceitação de ao menos uma entre três teses: a razão e a
intuição devem ter privilégio sobre a sensação e a experiência na obtenção do
conhecimento; toda ou a maior parte das ideias é inata ao invés de adquirida no
decorrer da vida; e a certeza do conhecimento deve ser privilegiada sobre a
mera probabilidade dele em investigações filosóficas. Uma outra característica
em comum entre os mais proeminentes racionalistas dessa corrente — René
Descartes, Baruch Espinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz — é a aceitação da
realidade da substância como o princípio fundamental de unidade das coisas.
O racionalismo afirma que tudo o que existe tem uma
causa inteligível,
mesmo que essa causa não possa ser demonstrada empiricamente, tal como a causa
da origem do Universo. Privilegia a razão em detrimento da experiência do mundo
sensível como via de acesso ao conhecimento. Considera a dedução como o método
superior de investigação filosófica. René Descartes, Baruch Espinoza e
Gottfried Wilhelm Leibniz introduzem o racionalismo na filosofia moderna. Georg
Wilhelm Friedrich Hegel, por sua vez, identifica o racional com o real, supondo
a total inteligibilidade deste último. O racionalismo é baseado nos princípios
da busca da certeza, pela demonstração e análise, sustentados, segundo Kant,
pelo conhecimento a priori, ou seja, o conhecimento que não é inato nem decorre
da experiência sensível, mas é produzido somente pela razão.
Na filosofia, o empirismo (em latim:
"experientia": "experiência", do grego: /έμπειρία/) é uma
teoria do conhecimento que afirma que o conhecimento sobre o mundo vem apenas
da experiência sensorial; é a experiência do real. Por sua vez, o método
indutivo afirma que a Ciência como conhecimento somente pode ser derivada a
partir dos dados da experiência. Essa afirmação filosófica rigorosa, acerca da
construção do conhecimento, gera o problema da indução.
Dentre a diversa gama de pontos de vista da
epistemologia - estudo do conhecimento humano -, juntamente com o racionalismo,
o idealismo e o historicismo, o empirismo enfatiza o papel da experiência
(sensorial) e da evidência, especialmente na formação de ideias, sobre a noção
de ideias inatas ou tradições. Contudo, os empiristas podem argumentar que os
costumes (ou tradições) surgem devido às relações de experiências sensoriais,
anteriormente vivenciadas.
Sob essa égide, o empirismo surgiu na Idade Moderna,
como fruto de uma tendência filosófica que se desenvolvia, principalmente no
Reino Unido, desde a Idade Média. Inclusive, verifica-se, com certa frequência,
além de notória oposição ao chamado racionalismo, a presenca de características
relacionadas à Filosofia continental.
Contemporaneamente, a oposição entre empirismo e
racionalismo - tal qual a distinção analítico-sintética - é geralmente
compreendida de forma absolutamente contundente, conforme ocorria nos tempos
antigos. Entretanto, é possível lançar mão de uma ou outra posição em
contrário, sobretudo, devido à existência de questões metodológicas
heurísticas, ou, ainda, à presença de atitudes vitais, desconsiderando-se os
princípios filosóficos fundamentais propriamente ditos.
Com relação à problemática dos Universais, os
empiristas são, em maioria, simpatizantes de críticas construtivas, de maneira
que a adoção do termo "nominalista" remontaria somente ao final da
Idade Média. Durante a Antiguidade Clássica (Classicismo), o conhecimento
empírico referia-se especialmente a arquitetos, artesãos, artistas e médicos,
em geral, devendo ser obtido por meio de sua experiência, frente ao técnico e
útil, em contraste ao conhecimento teórico, concebido como mera contemplação da
verdade, além de qualquer utilitário.
Na FIlosofia da Ciência, o empirismo enfatiza as
evidências, especialmente porque aqui o mesmo se desvenda a partir de
experiências. Trata-se, portanto, de parte fundamental do método científico, de
acordo com o qual todas as hipóteses e teorias devem ser testadas em confronto
com as observações do mundo natural, ao invés de meramente se resumir a um
raciocínio a priori, intuição ou revelação.
Por ter causado grande revolução na ciência, graças à
progressiva valorização do conhecimento científico, aliado à valorização das
experiências, o homem passou a buscar resultados práticos, almejando o domínio
da natureza. Em suma, foi a partir do desenvolvimento do empirismo que se
estabeleceram as bases fundamentais da metodologia científica moderna.
Dentre os filósofos associados ao empirismo,
destacam-se os seguintes: Alhazen, Aristóteles, Avicena, David Hume, Ibn
Tufail, Francis Bacon, George Berkeley, Guilherme de Ockham, Hermann von
Helmholtz, John Locke, John Stuart Mill, Leopold von Ranke, Nicolau Maquiavel,
Robert Boyle, Robert Grosseteste e Thomas Hobbes.
Na metafísica, o nominalismo é a visão de que
objetos universais e abstratos não existem de fato além de serem apenas nomes
ou rótulos. Existem pelo menos duas versões principais de nominalismo. Uma
versão nega a existência de universais – coisas que podem ser instanciadas ou
exemplificadas por muitas coisas particulares (por exemplo, força, humanidade).
A outra versão nega especificamente a existência de objetos abstratos – objetos
que não existem no espaço e no tempo. A maioria dos nominalistas sustentou que
apenas os particulares físicos no espaço e no tempo são reais, e que os
universais existem apenas post res, isto é, subsequentes a coisas particulares.
No entanto, algumas versões do
nominalismo sustentam que alguns particulares são entidades abstratas (por
exemplo, números), enquanto outros são entidades concretas – entidades que
existem no espaço e no tempo (por exemplo, pilares, cobras, bananas).
O nominalismo é principalmente uma posição sobre o problema dos
universais, que remonta pelo menos a Platão e se opõe a filosofias realistas,
como o realismo platônico, que afirmam que os universais existem além dos
particulares e à teoria da substância hilomórfica de Aristóteles, que afirma
que os universais são imanentemente reais dentro deles. No entanto, o nome
"nominalismo" surgiu de debates na filosofia medieval com
Roscellinus. O termo "nominalismo" deriva do latim nomen,
"nome". John Stuart Mill resumiu o nominalismo na expressão "não
há nada geral, exceto nomes". Na filosofia do direito, o nominalismo
encontra sua aplicação no que se chama nominalismo constitucional
“Convencionalismo” é um termo guarda-chuva que indica qualquer doutrina
filosófica segundo a qual uma proposição tem valor em seu próprio campo (seja
filosófico, político, ético, cognitivo, etc.) com base em uma convenção, ou
seja, é baseada em acordos e estipulações mais ou menos explícitas, mas livres
de quaisquer pressupostos metodológicos (por exemplo, o método científico) ou,
mais geralmente, de qualquer avaliação em termos de verdade ou falsidade. Este
conceito sofreu diversas declinações desde a antiguidade, e tem sido aplicado a
diversos contextos, especialmente em estudos científico-filosóficos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário