(aulas
de filosofia da religião)
Paolo Cugini
1)
Problema: é preciso pesquisar
as condições de possibilidade de conhecimento do divino na experiência.
2)
Problema: a abordagem
hermenêutico se for o único , não pode excluir a possibilidade de duvida
racional.
3)
Problema: como pode o homem
religioso finito, ter certeza de ter conhecido o Sagrado na sua transcendência?
Husserl: fenômeno é
aquilo que se oferece a uma consciência. Segundo J.L. Marion esta idéia
consente de trazer por dentro da pesquisa fenomenológica toda uma serie de
fenômenos, como os religiosos, antes excluídos porque marcados por uma
impossibilidade (cf. Kant).
I. L. Marion: Aquilo
que aparece é, enquanto se oferece.” Tanta presença tanto ser” (Husserl).
Heidegger retomará esta ideia revolucionária.
Adoração, oração, Sacrifício, etc. são, nessa altura, atos do de
direito, na medida em que são dados á uma consciência.
Heidegger: O fenômeno
é aquilo que se mostra a si mesmo, também só para indícios – este é o ser –,
que apesar de permanecer ausente se oferece sem dato, pode se apresentar a
fenomenalidade porque seu indicio o anuncia. Em Sere e Tempo Heidegger mostra a
maneira em que podem mostrar-se fenômenos não aparentes, ou que aparecem por
indícios (por exemplo, o ser-no-mundo apontado pela angústia, o nada sinalado
pela consciência, a possibilidade de ser pela morte, etc.).
Portanto, também o invisível pode ser considerado um
fenômeno autêntico. As vivencias da consciência religiosa oferecem
intuitivamente, mas através de indício, objetos intencionais invisíveis
diretamente. Segundo Marion, nesta
perspectiva a relação divina pode entrar no âmbito do fenômeno, e a
fenomenologia parece oferecer pelo seu conhecimento.
·
O dar-se fenômeno pressupõe,
sempre, um eu, qual ponto de referência do aparecer e qual seu pressuposto e
condição de possibilidade.
Porém a revelação divina é tal se não se deixa reduzir
no horizonte de possibilidade do eu.
Marion: é a este nível
que encontramos a aporia.
Henry: a peculiar
modalidade da revelação consiste em uma ruptura de descontinuidade entre a
aparição inicial e aquilo que depois manifesta de ser mesmo.
Problema: existe um
fenômeno que se apresente com estas características?
Marion: é o “fenômeno
Saturado”.
Fenômeno onde o fenômeno oferece, no sinal da revelação,
muito mais das intenções, dos significados elaborados pelo eu, saturando,
assim, o horizonte da consciência. A este ponto a evidência da verdade não
poderá mais ser reduzida fenomenologicamente á sua aparência, mas
paradoxalmente será data daquilo que a supera.
Marion: a redução
fenomenológica coloca entre parêntese a transcendência metafísica, mas não
suspende a doação, aliás a provoca. Se tudo aquilo que se mostra se doa, nem
tudo se dá, nem tudo se dá de mesma maneira.
·
O fenômeno saturado, por quanto
paradoxal possa aparecer, representa o arquétipo e não a exceção dos fenômenos
(ler p. 184). Aquilo que até agora teria impedido uma tal compreensão da
realidade fenomênica é o preconceito filosófico que a verdade se realize
subjetivamente através da evidência, considerada como a experiência da
adequação entre intenção e intuição, operada por meio da consciência. O fenômeno saturado de intuição, pelo
contrario, doa muito mais de quanto a intenção previu (como acontece por
exemplo na experiência estética), assim a relação de subjeção do fenômeno ao eu
não somente é suspendida, mas invertida.
Marion aponta 4 casos de fenômeno saturado:
·
Evento histórico
·
Carne
·
Ídolo
·
Ícone
A revelação é o modelo que os resume a todos numa mesma
aparição.
·
A revelação, enquanto fenômeno
saturado, deve ser pensado como um dom sem reciprocidade, ou seja, sem uma
condição transcendente que forneça a razão.
·
A transcendência da datidade,
parece reinar para uma doação originária do ser qual ato constitutivo da mesma
consciência fenomenológica; sobretudo se se faz valer o conceito de um fenômeno
saturante a intuição do eu.
(p. 185)
Max Scheler: (A fenomenologia essencial
da religião).
- A religião pertence
originariamente ao espírito humano.
Os atos religiosos são os atos mais imediatos e
profundos da pessoa.
- Existe no homem uma excedência de
forças e de exigências espirituais, uma insuprimível tensão ao absoluto –
o homem é orientado a Deus.
Não existe ninguém que não tenha fé – existem somente
formas diferentes de idolatria.
- A experiência religiosa, expressa
aquilo que é mais específico do ser humano.
- A religião é centrada no objeto
absoluto que se revela.
É a autorrevelação de Deus que está na origem da
experiência religiosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário