sexta-feira, 3 de maio de 2024

Emanuel Kant (1724-1804) Critica da razão pura (1781)

 




 

(Anotações do professor Paolo Cugini)

 

Formação de Kant: o pietismo religioso muito radical, a filosofia de Wolf, um filósofo racionalista que escreveu muitos livros para demonstrar que tudo pode ser conhecido com a mente. Na universidade Kant descobre Newton e Jean Jac Rousseau e fica impressionado com a ideia deste filósofo francês, que deu uma forma nova á educação as pessoas.

Época de Kant é uma época das grandes revoluções. A primeira é a revolução Americana do 1783 e depois a revolução francesa de 1789. Kant pensará que o século em que ele vive é um século fundamental e os princípios que mudaram a história serão os princípios do iluminismo o que crítica de forma livre o pensamento é religioso político e tudo em nome da razão.

Kant se questiona: como pode a razão conhecer as coisas? Como é possível conhecer qualquer coisa. Kant escreve a crítica a razão pura exatamente para responder a estas perguntas.

De um lado, tinham os empiristas como Hume que sustentavam que para conhecer algo é preciso fazer experiência: se quiser saber quanto é fria a água do mar precisa mergulhar nela. 

Também Newton dizia que para conhecer são necessários experimentos observações. Se quiser saber quanto é grande a Lua você teve observá-la sua sim pode chegar a uma conclusão sobre o assunto. 

Hume crítica o princípio de causa e efeito porque ele dizia que não somos certo se amanhã haverá o sol como hoje, pós nós somos acostumados a pensar as consequências lógicas, que chamamos de causa e efeito: é o costume que nos leva a pensar que um efeito tem sempre a mesma causa. 

Kant ficou muito impressionado com este tipo de raciocínio. Isso quer dizer que a razão não nos oferece nenhuma convenção absoluta, pós o ponto de partida do nosso conhecimento é a experiência. Kant apresenta Hume como um pensador que teve grande influência no desenvolvimento do seu pensamento. Foi o mesmo Kant à afirmar que Hume o despertou daquilo que chamou de sono dogmático, daquela maneira de pensar rígida alicerçada no princípio de causa e efeito, que oferecia certezas baseadas sobre a experiência, mas que precisava colocá-las numa crítica. O dogmatismo é uma forma de pensamento cuja pretensão é conseguir entender tudo confiando apenas na razão. Este foi o pensamento de Wolf. As dúvidas de Hume levam Kant a perceber que o dogmatismo é nada mais que uma ilusão. Sem a experiencia dos sentidos os filósofos não sabem de que falam.

Do outro lado tinha os racionalistas que, segundo Kant, propuseram um tipo de conhecimento que não tinha sentido. Para os racionalistas como Leibniz o conhecimento deve ser algo que depende dos nossos pensamentos, o conhecimento pode ser encontrado somente através da razão.

Segundo Kant estes dois caminhos de um lado o empirismo do outro lado o racionalismo não pode ser percorrido se quiser nos entender como a mente humana chega ao conhecimento. Para resolver o problema do conhecimento é precisa uma revolução do tipo de Copérnico. Kant inverte o relacionamento entre sujeito e objeto. De um lado o racionalismo está errado, pois precisa observar: mas também Hume está errado porque somente a experiencia não consegue produzir conhecimento, pois necessita do suporte da razão para elaborar os dados da experiencia.

A experiencia sempre precisa da razão. Precisamos dos dois: sentidos e razão. Ao centro é o sujeito humano. É preciso olhar a realidade a partir da maneira que o homem tem para conhecer. A filosofa de Kant é uma filosofia do sujeito, pois é o sujeito que usa o raciocínio para encontrar uma ordem na realidade. Kant tenta de entender a modalidade com que o homem chega ao conhecimento.  Kant busca os princípios que o homem utiliza para conhecer. É uma filosofia crítica: distinguir aquilo que é valido daquilo que é falso no nosso pensamento.

 


Crítica da razão pura

Existem conceitos que desde sempre temos na nossa mente, conceitos que não foram criados por causa da nossa experiencia. Entre este Kant cita o conceito de espaço e tempo. Estes conceitos são iguais em todos seres humanos. A nossa mente é construída para fazer experiencias sempre no mesmo modo. Kant chama estes conceitos a-priori que pertencem a todos.

Kant chama a sua filosofia idealismo transcendental. Um raciocínio é transcendental quando tem a ver com a modalidade com que conhecemos as coisas e não com as coisas. O Filosofo transcendental se ocupa somente da modalidade do conhecimento, da possibilidade de conhecimento das coisas.

Espaço e tempo são condições transcendentais do conhecimento humano. Se isso é verdade aqui entra um problema. De fato, se nós temos em nós modalidade de conhecimento pré-fixadas como podemos saber se aquilo que conhecemos é assim mesmo ou, pelo contrário, não é um fruto da nossa maneira de ver as coisas? As coisas aparecem como nós as vemos pelo fato que as vemos a partir das nossas precondições a priori e, talvez, em sim, as coisas não são assim como nós as vemos.

Mondo fenomênico: é a realidade que percebemos com as nossas condições a-priori. É este o mundo que nos aparece no espaço e no tempo.

Noumeno: é o mundo em si, um mundo que construímos com o pensamento. Deste mundo não podemos conhecer nada. O noumeno por nós não é conhecível. Talvez no mundo noumenico não existe nem tempo nem espaço.

O que podemos conhecer? Espaço e tempo são pressupostos do nosso conhecimento. Segundo Kant tem outros pressupostos humanos ao conhecimento, que ele chama de categorias.

Conhecer significa julgar, ou seja, unir um sujeito e um predicado. É o intelecto que une dois conceitos. Como se juntam sujeito e predicado: com os julgamentos.

Dois tipos de julgamentos:

a.                       Analíticos a priori: um corpo é extenso. Aqui não precisa fazer experiência. O corpo ´por natureza extenso. Estes julgamentos não ampliam o nosso conhecimento. São julgamentos a priori, pois não precisam da experiencia.

b.                      Sintéticos (sínteses, juntar) a posteriori: ampliam a o conhecimento. Ex: o corpo é pesado. É a experiencia que nos ajuda a entender o peso daquele corpo específico.

Segundo Kant nem A nem B podem garantir um conhecimento científico e universal. Segundo Kant é preciso de um terceiro julgamento se quisermos ter um conhecimento científico e universal:

c.                       Julgamento sintéticos a priori. Julgamentos que acrescentam o conhecimento sem a necessidade de realizar uma experiencia. Estes julgamentos existem, por exemplo na matemática: 5+2-7. São julgamentos que valem sempre.

O objetivo de Kant é mostrar como a mente humana formula julgamentos sintéticos a priori: desta maneira Kant demostra como é possível o conhecimento. Como a mente humana consegue elaborar lei universais que são verdadeiras?

Èe um grande desafio. Tudo depende das condições iniciais, que Kant chama de estruturas a priori.

a.                       Tempo e espaço

b.                      As categorias: conceitos gerais do nosso intelecto: quantidade e causa

Quando utilizamos a e b podemos conhecer.

Crítica da razão pura:

a.                       Doutrina transcendental dos elementos: possibilidade de conhecer. Os elementos são os componentes diferentes do conhecimento.

b.                      Método

componentes diferentes do conhecimento:

a.                       Estética: sensibilidade. Se ocupa de sensações.

b.                      Logica

Logica:

a.                       Analítica: intelecto. Se ocupa de conceitos

b.                      Dialética: razão. Se interessa de ideias metafisicas.

 

Estética e analítica falam dos fenômenos no espaço e no tempo e dos conceitos com os quais elaboramos os dados dos sentidos.

A dialética fala de como a razão tem a pretensão de ultrapassar a experiencia.

Estética e analítica é o terreno da verdade, enquanto a dialética é um oceano da ilusão, pois aqui a razão se perde.

Estética transcendental: é aquilo que nós podemos conhecer através dos sentidos. Se ocupa dos princípios do conhecimento que chegam até nós através os sentidos. Aqui as estruturas a priori são o tempo e o espaço, que são iguais para todos os homens. São as formas puras da sensibilidade.

a.                       Forma: conteúdo que muda continuamente.

b.                      Puras: não misturadas com a sensibilidade.

Analítica transcendental: Intelecto e conceitos que nos ajudam a pensar os objetos. O intelecto é a faculdade com a qual organizamos os dados. Conhecer ´organizar, juntar. Intelecto como faculdade que nos permite de conhecer, forma os julgamentos. Neste caso as estruturas a priori são as categorias, que são iguais para todos os seres humanos. Os julgamentos do intelecto são de 12 tipos que correspondem as 12 categorias.

4 grupos de categorias:

1.                      Quantidade

2.                      Qualidade

3.                      Ação

4.                      Modalidade

Os julgamentos são relações entre dados, maneira de ordenar o multíplice da experiencia sensível. O intelecto com as categorias constrói relações com os dados que se encotram no mundo dos fenômenos. É assim que nós penamos. De um lado temos duas intuições puras (espaço e tempo), do outro 12 categorias.

Tem um princípio fundamental que rende a experiencia possível: o eu penso que junta varias possibilidade e intelecto.

Eu penso: o problema é como conhecemos, não aquilo que conhecemos. Posso sempre dizer que estou pensando algo. Este é o resultado da revolução copernicana de Kant. O conhecimento é possível porque tem o eu que pensa e não porque tem Deus como queriam os racionalistas como Descartes, e nem por causa do mondo que golpeia os sentidos, como achavam os empiristas. O conhecimento se apoia sobre a nossa consciência de nós mesmos, que Kant chama de apercepção.

Dialética: processo a metafisica que não pode mais ter a pretensão de conhecer. Estetica e analítica determinas as condições de possibilidade do conhecimento. O limite da sensibilidade é aquilo de colher somente aquilo que acontece no espaço e no tempo: o limite do intelecto é que conhece somente aquilo que capta a sensibilidade e não pode ir além. Podemos conhecer além dos sentidos? A razão humana não aceita pois ela pretende princípios absolutos.

A razão coloca três ideias daquilo que deseja encontrar:

1.                      Alma

2.                      Deus

3.                      O mundo como totalidade, o universo

Estas são as ideias da metafisica, das quais não podemos ter experiencia pois não são fenômenos sensíveis. Kant se questiona se é possível o conhecimento puro das ideias metafisicas. Toda vez que o ponto de partida do nosso conhecimento são as ideias não encontramos nunca algo de claro e objetivo.

Conclusão: a metafisica como ciência não é possível, porque a metafisica é um esforço de conhecer o mundo além da experiencia humana. Este projeto deve ser abandonado. Não é possível demostrar Deus; Kant era agnóstico. Nem a alma é possível conhecer. Os problemas, então, que desde sempre se ocupava a metafisica, não podem ser resolvidos.

 

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