(Anotações do professor Paolo Cugini)
Formação de Kant: o pietismo
religioso muito radical, a filosofia de Wolf, um filósofo racionalista que
escreveu muitos livros para demonstrar que tudo pode ser conhecido com a mente.
Na universidade Kant descobre Newton e Jean Jac Rousseau e fica impressionado
com a ideia deste filósofo francês, que deu uma forma nova á educação as pessoas.
Época de Kant é uma época das grandes
revoluções. A primeira é a revolução Americana do 1783 e depois a revolução
francesa de 1789. Kant pensará que o século em que ele vive é um século
fundamental e os princípios que mudaram a história serão os princípios do
iluminismo o que crítica de forma livre o pensamento é religioso político e
tudo em nome da razão.
Kant se questiona: como pode a
razão conhecer as coisas? Como é possível conhecer qualquer coisa. Kant escreve
a crítica a razão pura exatamente para responder a estas perguntas.
De um lado, tinham os empiristas como Hume que sustentavam que para conhecer algo é preciso fazer experiência: se quiser saber quanto é fria a água do mar precisa mergulhar nela.
Também Newton dizia que para conhecer são necessários experimentos observações. Se quiser saber quanto é grande a Lua você teve observá-la sua sim pode chegar a uma conclusão sobre o assunto.
Hume crítica o princípio de causa e efeito porque ele dizia que não somos certo se amanhã haverá o sol como hoje, pós nós somos acostumados a pensar as consequências lógicas, que chamamos de causa e efeito: é o costume que nos leva a pensar que um efeito tem sempre a mesma causa.
Kant ficou muito impressionado com este tipo de raciocínio. Isso quer dizer que
a razão não nos oferece nenhuma convenção absoluta, pós o ponto de partida do
nosso conhecimento é a experiência. Kant apresenta Hume como um pensador que
teve grande influência no desenvolvimento do seu pensamento. Foi o mesmo Kant à
afirmar que Hume o despertou daquilo que chamou de sono dogmático, daquela
maneira de pensar rígida alicerçada no princípio de causa e efeito, que
oferecia certezas baseadas sobre a experiência, mas que precisava colocá-las
numa crítica. O dogmatismo é uma forma de pensamento cuja pretensão é conseguir
entender tudo confiando apenas na razão. Este foi o pensamento de Wolf. As dúvidas
de Hume levam Kant a perceber que o dogmatismo é nada mais que uma ilusão. Sem
a experiencia dos sentidos os filósofos não sabem de que falam.
Do outro lado tinha os racionalistas
que, segundo Kant, propuseram um tipo de conhecimento que não tinha sentido. Para os racionalistas
como Leibniz o conhecimento deve ser algo que depende dos nossos pensamentos, o
conhecimento pode ser encontrado somente através da razão.
Segundo Kant estes dois caminhos de um lado o empirismo do outro
lado o racionalismo não pode ser percorrido se quiser nos entender como a mente
humana chega ao conhecimento. Para resolver o problema do conhecimento é
precisa uma revolução do tipo de Copérnico. Kant inverte o relacionamento entre
sujeito e objeto. De um lado o racionalismo está errado, pois precisa observar:
mas também Hume está errado porque somente a experiencia não consegue produzir
conhecimento, pois necessita do suporte da razão para elaborar os dados da
experiencia.
A experiencia sempre precisa
da razão. Precisamos dos dois: sentidos e razão. Ao centro é o sujeito humano.
É preciso olhar a realidade a partir da maneira que o homem tem para conhecer. A
filosofa de Kant é uma filosofia do sujeito, pois é o sujeito que usa o raciocínio
para encontrar uma ordem na realidade. Kant tenta de entender a modalidade com que o homem chega ao conhecimento. Kant busca os princípios que o homem utiliza para conhecer. É uma filosofia crítica: distinguir aquilo que é valido daquilo que é falso no nosso pensamento.
Crítica da razão pura
Existem conceitos que desde
sempre temos na nossa mente, conceitos que não foram criados por causa da nossa
experiencia. Entre este Kant cita o conceito de espaço e tempo. Estes conceitos
são iguais em todos seres humanos. A nossa mente é construída para fazer
experiencias sempre no mesmo modo. Kant chama estes conceitos a-priori que pertencem
a todos.
Kant chama a sua filosofia idealismo
transcendental. Um raciocínio é transcendental quando tem a ver com a
modalidade com que conhecemos as coisas e não com as coisas. O Filosofo transcendental
se ocupa somente da modalidade do conhecimento, da possibilidade de
conhecimento das coisas.
Espaço e tempo são condições transcendentais
do conhecimento humano. Se isso é verdade aqui entra um problema. De fato, se
nós temos em nós modalidade de conhecimento pré-fixadas como podemos saber se
aquilo que conhecemos é assim mesmo ou, pelo contrário, não é um fruto da nossa
maneira de ver as coisas? As coisas aparecem como nós as vemos pelo fato que as
vemos a partir das nossas precondições a priori e, talvez, em sim, as coisas
não são assim como nós as vemos.
Mondo fenomênico: é a realidade que percebemos com as nossas condições
a-priori. É este o mundo que nos aparece no espaço e no tempo.
Noumeno: é o mundo em si, um mundo que construímos com o
pensamento. Deste mundo não podemos conhecer nada. O noumeno por nós não é conhecível.
Talvez no mundo noumenico não existe nem tempo nem espaço.
O que podemos conhecer? Espaço
e tempo são pressupostos do nosso conhecimento. Segundo Kant tem outros pressupostos
humanos ao conhecimento, que ele chama de categorias.
Conhecer significa julgar, ou
seja, unir um sujeito e um predicado. É o intelecto que une dois conceitos. Como
se juntam sujeito e predicado: com os julgamentos.
Dois tipos de
julgamentos:
a.
Analíticos
a priori: um corpo é
extenso. Aqui não precisa fazer experiência. O corpo ´por natureza extenso.
Estes julgamentos não ampliam o nosso conhecimento. São julgamentos a priori,
pois não precisam da experiencia.
b.
Sintéticos
(sínteses, juntar) a posteriori: ampliam a o conhecimento. Ex: o corpo é pesado. É a experiencia
que nos ajuda a entender o peso daquele corpo específico.
Segundo Kant nem A nem B podem
garantir um conhecimento científico e universal. Segundo Kant é preciso de um
terceiro julgamento se quisermos ter um conhecimento científico e universal:
c.
Julgamento
sintéticos a priori.
Julgamentos que acrescentam o conhecimento sem a necessidade de realizar uma experiencia.
Estes julgamentos existem, por exemplo na matemática: 5+2-7. São julgamentos
que valem sempre.
O objetivo de Kant é mostrar
como a mente humana formula julgamentos sintéticos a priori: desta maneira Kant
demostra como é possível o conhecimento. Como a mente humana consegue elaborar
lei universais que são verdadeiras?
Èe um grande desafio. Tudo
depende das condições iniciais, que Kant chama de estruturas a priori.
a.
Tempo
e espaço
b.
As
categorias: conceitos gerais do nosso intelecto: quantidade e causa
Quando utilizamos a e b
podemos conhecer.
Crítica da razão pura:
a.
Doutrina
transcendental dos elementos: possibilidade de conhecer. Os elementos são os componentes diferentes
do conhecimento.
b.
Método
componentes diferentes do
conhecimento:
a.
Estética:
sensibilidade. Se ocupa de sensações.
b.
Logica
Logica:
a.
Analítica:
intelecto. Se ocupa de conceitos
b.
Dialética:
razão. Se interessa de ideias metafisicas.
Estética e analítica falam dos
fenômenos no espaço e no tempo e dos conceitos com os quais elaboramos os dados
dos sentidos.
A dialética fala de como a
razão tem a pretensão de ultrapassar a experiencia.
Estética e analítica é o
terreno da verdade, enquanto a dialética é um oceano da ilusão, pois aqui a
razão se perde.
Estética transcendental: é aquilo que nós podemos conhecer através dos
sentidos. Se ocupa dos princípios do conhecimento que chegam até nós através os
sentidos. Aqui as estruturas a priori são o tempo e o espaço, que são iguais
para todos os homens. São as formas puras da sensibilidade.
a.
Forma:
conteúdo que muda continuamente.
b.
Puras:
não misturadas com a sensibilidade.
Analítica transcendental:
Intelecto e
conceitos que nos ajudam a pensar os objetos. O intelecto é a faculdade com a
qual organizamos os dados. Conhecer ´organizar, juntar. Intelecto como
faculdade que nos permite de conhecer, forma os julgamentos. Neste caso as
estruturas a priori são as categorias, que são iguais para todos os seres
humanos. Os julgamentos do intelecto são de 12 tipos que correspondem as 12
categorias.
4 grupos de
categorias:
1.
Quantidade
2.
Qualidade
3.
Ação
4.
Modalidade
Os julgamentos são relações
entre dados, maneira de ordenar o multíplice da experiencia sensível. O
intelecto com as categorias constrói relações com os dados que se encotram no
mundo dos fenômenos. É assim que nós penamos. De um lado temos duas intuições
puras (espaço e tempo), do outro 12 categorias.
Tem um princípio fundamental
que rende a experiencia possível: o eu penso que junta varias possibilidade e
intelecto.
Eu penso: o problema é como conhecemos, não aquilo que
conhecemos. Posso sempre dizer que estou pensando algo. Este é o resultado da revolução
copernicana de Kant. O conhecimento é possível porque tem o eu que pensa e não
porque tem Deus como queriam os racionalistas como Descartes, e nem por causa
do mondo que golpeia os sentidos, como achavam os empiristas. O conhecimento se
apoia sobre a nossa consciência de nós mesmos, que Kant chama de apercepção.
Dialética: processo a metafisica que não pode mais ter a
pretensão de conhecer. Estetica e analítica determinas as condições de
possibilidade do conhecimento. O limite da sensibilidade é aquilo de colher
somente aquilo que acontece no espaço e no tempo: o limite do intelecto é que
conhece somente aquilo que capta a sensibilidade e não pode ir além. Podemos
conhecer além dos sentidos? A razão humana não aceita pois ela pretende princípios
absolutos.
A razão coloca três ideias daquilo que deseja encontrar:
1.
Alma
2.
Deus
3.
O
mundo como totalidade, o universo
Estas são as ideias da
metafisica, das quais não podemos ter experiencia pois não são fenômenos sensíveis.
Kant se questiona se é possível o conhecimento puro das ideias metafisicas. Toda
vez que o ponto de partida do nosso conhecimento são as ideias não encontramos
nunca algo de claro e objetivo.
Conclusão: a metafisica como ciência não é possível, porque a
metafisica é um esforço de conhecer o mundo além da experiencia humana. Este projeto
deve ser abandonado. Não é possível demostrar Deus; Kant era agnóstico. Nem a alma
é possível conhecer. Os problemas, então, que desde sempre se ocupava a
metafisica, não podem ser resolvidos.
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