1.
Percurso
histórico da ação pastoral
a.
Idade antiga
Evangelizar significava propor a mensagem evangélica. Os
cristãos não reivindicam ser a única religião, apenas ter liberdade religiosa.
Aqueles que acolhem o Evangelho organize-se em pequenas comunidades, inseridas
profeticamente na sociedade. Estas pequenas comunidades são formadas sobretudo
de pessoas de humilde condição. É uma Igreja que não quer triunfar, não quer
ser significativa na sociedade.
b.
Idade
média
O cristianismo torna-se religião oficial do império e
a atuação da Igreja passa a ter duas conotações;
1.
Conservar
a fé
2.
Conquistar
outros povos
Para dentro da Igreja se desenvolvem práticas
devocionais com processões, devoção de santos e celebrações dos sacramentos.
Para fora a missão é confiada, sobretudo, as congregações religiosas. Depois do
Concilio de Trento a prática se desenvolve sobretudo no redor das paroquias e
do padre. Resquício de uma sociedade teocrática, assentada sobre uma cultura rural
estática, a pastoral de conservação pressupõe cristãos evangelizados sem a
iniciação a vida cristã. Nesta perspectiva a recepção dos sacramentos salva por
si só. A paróquia é territorial.
c.
Idade moderna
Separação Igreja-Estado. A Igreja se considera
sociedade perfeita, desenvolvendo uma postura apologista que se contrapõe ao
mundo e a modernidade. A ação da Igreja assume a defesa da instituição católica
diante de uma sociedade supostamente anticlerical. A missão desenvolvida neste período
tem um estilo proselitista e apologético. A Igreja cria o próprio mundo em
oposição ao mundo considerado hostil.
d.
A ação da Igreja na renovação do Vaticano II
Volta as fontes. A Igreja passa a recuperar o mundo,
para agir no seio da sociedade como fermento. O sujeito da ação pastoral deixa
de ser o clero para ter o protagonismo da comunidade eclesial. Se deseja a
participação ativa de todo o povo de Deus.
e.
A atuação da Igreja na tradição libertadora da América-latina
Os leigos e as leigas são incorporados aos processos
eclesiais como sujeitos, com ministérios próprios, oportunidade de formação bíblica
e teológica. A atitude sinodal que busca a participação de todo o povo de Deus
é ativada por meios dos conselhos pastorais. Nascem serviços pastorais com
espiritualidade específica e de unho social. Novo espaço de reflexão é criado
sobre o tema do gênero.
2.
Percurso
histórico da Teologia Pastoral
A pastoral nasceu como ação pensada, respaldada nos conteúdos
da fé, atualizados pela reflexão teológica. A época patrística é muito rica de
literatura de cunho pastoral.
a.
A Pastoral como pragmática
Durante a época medieval a ação da Igreja era
concebida como um apêndice da teologia moral e do direito canônico e depois da
teologia dogmática. A pastoral nesta época não passa de uma aplicação de uma
ortodoxia estabelecida previamente. Não se trata, então, de uma ação pensada. Nasce
a teologia pratica direcionado ao clero para o trabalho pastoral e a prática da
confissão.
b.
A pastoral como processo histórico-salvífico
Faculdade Teológica de Tubinga (sec. XIX). A pastoral é
um serviço de mediação do ato salvífico de Jesus Cristo e o pastor como um
colaborador ativo de Deus na obra da salvação. Nesta fase tem uma passagem da
sacramentalização para á priorização da Palavra. Primado da pregação e da
catequese. Por isso a pastoral passa a ter duas fontes: a Escritura e a
história.
c.
A pastoral como ação da Igreja
Mohler: desloca a Teologia Pastoral para a dogmática em
geral e, em particular, para a eclesiologia. M. invoca o princípio da
encarnação. A Igreja é divino e humana, tem um lado visível e outro invisível
sem que se possa separá-los. Nesse sentido a pastoral não é mais a simples
formação do presbítero, mas a reflexão sobre o acontecer histórico da Igreja em
relação ao futuro, destinada a todos os batizados.
d.
A pastoral respaldada por uma teologia da ação
O surgimento de uma teologia articulada a partir da
antropologia no seio da racionalidade moderna, ajudou a reflexão teológica a
reconciliar-se com a ação e, com isso, dando a pastoral um estatuto científico.
Para isso um contributo significativo veio da Ação Católica e do teólogo Karl
Rahner (1904-1984), autor do Manual de Teologia Pastoral. Para R. a Teologia
Pastoral é a ciência da autorrealização da Igreja á luz de uma reflexão teológica
sobre a situação atual da Igreja e do mundo. O sujeito da ação pastoral é toda
a Igreja.
3.
Pastoral
e ciência
A ação pastoral é sujeita as mesmas contingências de
qualquer outra ação. É preciso estabelecer uma mediação com os outros saberes
em uma relação interdisciplinar, uma vez que cada ciência abarca uma porção de
um todo que a ultrapassa. Sem a mediação da ciência a pastoral deixa de ser uma
ação pensada criticamente.
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