quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

ITINERARIO DE PASTORAL E DA TEOLOGIA PASTORAL

 




 

1.      Percurso histórico da ação pastoral

a.      Idade antiga

Evangelizar significava propor a mensagem evangélica. Os cristãos não reivindicam ser a única religião, apenas ter liberdade religiosa. Aqueles que acolhem o Evangelho organize-se em pequenas comunidades, inseridas profeticamente na sociedade. Estas pequenas comunidades são formadas sobretudo de pessoas de humilde condição. É uma Igreja que não quer triunfar, não quer ser significativa na sociedade.

b.      Idade média

O cristianismo torna-se religião oficial do império e a atuação da Igreja passa a ter duas conotações;

1.      Conservar a fé

2.      Conquistar outros povos

Para dentro da Igreja se desenvolvem práticas devocionais com processões, devoção de santos e celebrações dos sacramentos. Para fora a missão é confiada, sobretudo, as congregações religiosas. Depois do Concilio de Trento a prática se desenvolve sobretudo no redor das paroquias e do padre. Resquício de uma sociedade teocrática, assentada sobre uma cultura rural estática, a pastoral de conservação pressupõe cristãos evangelizados sem a iniciação a vida cristã. Nesta perspectiva a recepção dos sacramentos salva por si só. A paróquia é territorial.

c.       Idade moderna

Separação Igreja-Estado. A Igreja se considera sociedade perfeita, desenvolvendo uma postura apologista que se contrapõe ao mundo e a modernidade. A ação da Igreja assume a defesa da instituição católica diante de uma sociedade supostamente anticlerical. A missão desenvolvida neste período tem um estilo proselitista e apologético. A Igreja cria o próprio mundo em oposição ao mundo considerado hostil.

d.      A ação da Igreja na renovação do Vaticano II

Volta as fontes. A Igreja passa a recuperar o mundo, para agir no seio da sociedade como fermento. O sujeito da ação pastoral deixa de ser o clero para ter o protagonismo da comunidade eclesial. Se deseja a participação ativa de todo o povo de Deus.

e.       A atuação da Igreja na tradição libertadora da América-latina

Os leigos e as leigas são incorporados aos processos eclesiais como sujeitos, com ministérios próprios, oportunidade de formação bíblica e teológica. A atitude sinodal que busca a participação de todo o povo de Deus é ativada por meios dos conselhos pastorais. Nascem serviços pastorais com espiritualidade específica e de unho social. Novo espaço de reflexão é criado sobre o tema do gênero.

 

2.      Percurso histórico da Teologia Pastoral

A pastoral nasceu como ação pensada, respaldada nos conteúdos da fé, atualizados pela reflexão teológica. A época patrística é muito rica de literatura de cunho pastoral.

a.      A Pastoral como pragmática

Durante a época medieval a ação da Igreja era concebida como um apêndice da teologia moral e do direito canônico e depois da teologia dogmática. A pastoral nesta época não passa de uma aplicação de uma ortodoxia estabelecida previamente. Não se trata, então, de uma ação pensada. Nasce a teologia pratica direcionado ao clero para o trabalho pastoral e a prática da confissão.

b.      A pastoral como processo histórico-salvífico

Faculdade Teológica de Tubinga (sec. XIX). A pastoral é um serviço de mediação do ato salvífico de Jesus Cristo e o pastor como um colaborador ativo de Deus na obra da salvação. Nesta fase tem uma passagem da sacramentalização para á priorização da Palavra. Primado da pregação e da catequese. Por isso a pastoral passa a ter duas fontes: a Escritura e a história.

c.       A pastoral como ação da Igreja

Mohler: desloca a Teologia Pastoral para a dogmática em geral e, em particular, para a eclesiologia. M. invoca o princípio da encarnação. A Igreja é divino e humana, tem um lado visível e outro invisível sem que se possa separá-los. Nesse sentido a pastoral não é mais a simples formação do presbítero, mas a reflexão sobre o acontecer histórico da Igreja em relação ao futuro, destinada a todos os batizados.

d.      A pastoral respaldada por uma teologia da ação

O surgimento de uma teologia articulada a partir da antropologia no seio da racionalidade moderna, ajudou a reflexão teológica a reconciliar-se com a ação e, com isso, dando a pastoral um estatuto científico. Para isso um contributo significativo veio da Ação Católica e do teólogo Karl Rahner (1904-1984), autor do Manual de Teologia Pastoral. Para R. a Teologia Pastoral é a ciência da autorrealização da Igreja á luz de uma reflexão teológica sobre a situação atual da Igreja e do mundo. O sujeito da ação pastoral é toda a Igreja.

3.      Pastoral e ciência

A ação pastoral é sujeita as mesmas contingências de qualquer outra ação. É preciso estabelecer uma mediação com os outros saberes em uma relação interdisciplinar, uma vez que cada ciência abarca uma porção de um todo que a ultrapassa. Sem a mediação da ciência a pastoral deixa de ser uma ação pensada criticamente.

 

 

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