(Anotações
de Paolo Cugini)
A
modernidade é caracterizada do aniquilamento de Deus como problema. Porquê Deus
não mora mais os nossos questionamentos? Porque a resposta ao problema da sua
essência e da sua existência se torna indiferente.
Os
novos deuses recebem justificação e existência somente da vontade de potência,
a qual eles oferecem mil rostos sem crepúsculo porque sem eternidade, se não
àquela de um nascimento eternamente retomado.
Problema:
Para
subtrair Deus ao ídolo não seria necessário começar a pensá-lo de uma maneira
diferente?
É
possível liberar Deus do ser do ente?
É
possível pensar além do ser?
A
fé precisa do pensamento do ser?
Heidegger
(seminário de Zurique -1953):
O
termo ser é incompatível como o léxico teológico. O termo ser não é teológico.
Sendo
que é a revelação a determinar a sua maneira de manifestação, a teologia não
precisa de se defender perante a filosofia, pois não tem necessidade de
interpretar um ‘ser’.
A
filosofia é percebida pela fé como uma loucura.
“A
filosofia primeira enquanto ontologia é teologia do ente que é verdadeiramente.
Precisaria então falar de teiologia. A ciência do ente em quanto tal é em si mesma
onto-teo-logia”( Heidegger, Caminhos interruptos)
Se
trata do ente no seu Ser e não daquilo que a fé oferece à teologia
autenticamente cristã. Existe uma diferença entre o deus da revelação e o deus
da ontologia. Uma prova de Deus pode ser formulada com a maior logica do mundo
e, ao mesmo tempo, não provar nada.
“Um
Deus que precisa que a própria existência seja provada é um Deus bem pouco
divino e a prova da existência de Deus é uma grande blasfêmia” (Heidegger,
Carta sobre o humanismo). A metafisica não precisa da teologia da fé para
enunciar nomes divinos.
Segundo
Heidegger a teologia não concerne “Deus”, mas o fato da fé no crucifixo. A
teologia não põe em ato a ciência de “Deus”, mas a ciência da fé. Ela trata da
fé do homem no evento de Cristo morto.
“A
fé é uma maneira de existência do ser humano”
Marion:
Como
dizer Deus, o Deus da revelação que não é deste mundo (Jo 18,36)? A metafisica
nos acostumou a pensar Deus a partir do Ser.
Hipótese:
aquilo que não pertence ao mundo não pode depender do Ser. Como deve ser
escrito o Deus de uma teologia cristã, manifestada pela cruz de Cristo?
Liberar
o Ser como tal significa libertar-se do Ser? O
discurso sobre o Ser implica o discurso da diferença ontológica entre ente e
Ser. É necessária uma regra nova que não seja a diferença, uma regra que não
envie o ente ao Ser. É a indiferença ontológica. A diferença ontológica
reconduz o ente ao Ser, desdobra o Ser em entes para completar o olhar reflexo
de um no outro. Tela do Ser, no qual, através cada ente, o Ser se projeta sobre
si mesmo.
É
necessário algo que coloque fora do jogo da diferença do Ser e do ente. A
revelação bíblica ignora a diferença ontológica (cf. Gen 1, 24).
Romanos 4:17
Como está
escrito: "Eu o constituí pai de muitas nações". Ele é nosso pai aos
olhos de Deus, em quem creu, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência
coisas que não existem, como se existissem.
1 Coríntios 1:28
²⁸ E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as
desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são
Deus
escolhe os não entes para anular os entes. Para Deus aquilo que não é, é como
se fosse. Aquilo que é pode, por Deus,
ser como se não fosse. O fato de ser um ente não garante sobre o nada.
1
Cor 1,28: A sabedoria que vem de Deus
provoca a confusão da sabedoria dos homens, que é alicerçada no discurso da
diferença ontica entre ente e ser. Esta
sabedoria que ficou louca pela presença da sabedoria de Deus é a sabedoria dos
gregos. Render doido o ente significa libertá-lo do ser. Possibilidade de dizer
do ente sem recorrer ao Ser.
Deus
não destrói, Ele revoga o julgamento do mundo. Revoga, considera como nada uma
lei sem precisar de confutar.
Lc
15: é o único caso do NT onde é utilizado a palavra ousia.
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