(1844-1900)
O pensamento antimetafísico de Nietzsche critica a
metafísica pela sua pretensão de fundamentar o mundo em essências imutáveis e
valores absolutos, como o bem e o mal. Nietzsche sustenta que estes conceitos
são construções humanas, “coisas humanas, demasiado humanas”, e não realidades
objetivas, projetadas sobre uma suposta ordem superior devido à necessidade e
ao medo. Nesse sentido, ele rejeita a filosofia tradicional que busca
ultrapassar o mundo sensível e corpóreo para alcançar verdades transcendentes,
concentrando-se, em vez disso, na existência humana concreta e na vontade de
potência.
Pontos-chaves do pensamento antimetafísico de
Nietzsche
1.
Rejeição
das essências e dos valores absolutos: Nietzsche ridiculariza a ideia de que existam
essências ou substâncias intrínsecas às coisas, como “o bem” e “o mal” em si
mesmos.
2.
Crítica
às ilusões humanas:
A metafísica é vista como uma construção humana, resultado da vontade de
encontrar um sentido superior para poder dar ordem à própria existência.
3.
Valores
como criações humanas: Os
valores morais e as ideias “ideais” são interpretados por Nietzsche como
projeções humanas, isto é, “coisas humanas, demasiado humanas”.
4.
Foco
na existência concreta:
A sua filosofia concentra-se na vida terrena, na vontade de potência e na
criação de novos valores, em oposição ao transcendentalismo metafísico.
5.
Uso
do sarcasmo e da ironia:
Muitas vezes, utiliza uma linguagem provocadora e irónica para desmascarar os
fundamentos da metafísica tradicional.
6.
Nietzsche
nega toda realidade transcendente.
"Aquilo que me separa de forma mais profunda dos
metafísicos é isto: não lhes concedo que o eu seja aquilo que pensa; ao
contrário, considero o próprio eu uma construção do pensamento, com o mesmo
valor que matéria, coisa, substância, indivíduo, propósito, número; portanto,
apenas uma ficção reguladora, com a ajuda da qual se introduz, se inventa, numa
realidade em constante transformação, uma espécie de estabilidade e, assim, de
possibilidade de conhecimento."
(Fragmentos Póstumos 1884-1885)
“Mas o que são, afinal, as verdades do homem? – São os
erros irrefutáveis do homem.” Enquanto em A Vontade de Poder, Nietzsche
escreve: “A nova coragem – nenhuma verdade a priori (aqueles acostumados à fé
buscam tais verdades!), mas a livre subordinação a um pensamento dominante, que
tem seu próprio tempo.
Nietzsche quer negar a existência de uma
dimensão absoluta da verdade localizada em outro lugar, em oposição a
uma não-verdade, como aquela que é própria da transitoriedade material do
imanente.
·
transvaloração
de todos os valores.
·
É
interessante observar a relação de Nietzsche com o iluminismo.
O anuncio do Spuer-homem
O super-homem de Nietzsche é um ideal
filosófico de um ser que superou a si mesmo e transcendeu as limitações morais
e sociais, criando seus próprios valores em vez de seguir os preceitos da
moralidade tradicional. Este indivíduo vive autenticamente, afirma a vida
em sua plenitude, supera o ressentimento e o niilismo, e é um
"artista" da própria existência, em constante autossuperação e busca
por um propósito.
Características principais:
- Autossuperação:
O super-homem é aquele que se eleva acima da condição
humana "velha e desgastada", superando as limitações de si mesmo.
- Criação de valores:
Ele não busca moralidade externa, mas cria suas
próprias crenças e um sistema de valores a partir de uma perspectiva
extramoral.
- Afirmação da vida:
A sua filosofia é baseada na afirmação da vida,
inclusive de seus aspectos trágicos, e na aceitação de que a existência não tem
um sentido predefinido.
- Superação do niilismo:
É a figura que vence o niilismo, a descrença no
sentido da vida, através da criação de um novo propósito.
- Liberdade e força:
É um ser livre de dogmas e correntes sociais, forte e
"dono de si", que aceita a luta e o perigo como parte de sua
existência.
- O "Artista" da vida:
Ele é como um dançarino, que transforma o caos da
existência em sua própria criação, superando a si mesmo constantemente
OBRAS
O nascimento da Tragedia 1872
Considerações inatuais 1873-1876
Humano demasiado humano 1878
Aurora 1881
A gaia ciência 1882
Assim falou Zaratustra 1883
Além do bem e do mal 1886
Genealogia da moral 1887
O crepúsculo dos ídolos 1888
O Anticristo 1888 (publicado em 1894)
Ecce homo 1888
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