terça-feira, 28 de outubro de 2025

O Pensamento antimetafísico de Nietzsche

 

 


(1844-1900)

O pensamento antimetafísico de Nietzsche critica a metafísica pela sua pretensão de fundamentar o mundo em essências imutáveis e valores absolutos, como o bem e o mal. Nietzsche sustenta que estes conceitos são construções humanas, “coisas humanas, demasiado humanas”, e não realidades objetivas, projetadas sobre uma suposta ordem superior devido à necessidade e ao medo. Nesse sentido, ele rejeita a filosofia tradicional que busca ultrapassar o mundo sensível e corpóreo para alcançar verdades transcendentes, concentrando-se, em vez disso, na existência humana concreta e na vontade de potência.

Pontos-chaves do pensamento antimetafísico de Nietzsche

1.      Rejeição das essências e dos valores absolutos: Nietzsche ridiculariza a ideia de que existam essências ou substâncias intrínsecas às coisas, como “o bem” e “o mal” em si mesmos.

 

2.      Crítica às ilusões humanas: A metafísica é vista como uma construção humana, resultado da vontade de encontrar um sentido superior para poder dar ordem à própria existência.

 

 

3.      Valores como criações humanas: Os valores morais e as ideias “ideais” são interpretados por Nietzsche como projeções humanas, isto é, “coisas humanas, demasiado humanas”.

 

4.      Foco na existência concreta: A sua filosofia concentra-se na vida terrena, na vontade de potência e na criação de novos valores, em oposição ao transcendentalismo metafísico.

 

 

5.      Uso do sarcasmo e da ironia: Muitas vezes, utiliza uma linguagem provocadora e irónica para desmascarar os fundamentos da metafísica tradicional.

 

6.      Nietzsche nega toda realidade transcendente.

 

"Aquilo que me separa de forma mais profunda dos metafísicos é isto: não lhes concedo que o eu seja aquilo que pensa; ao contrário, considero o próprio eu uma construção do pensamento, com o mesmo valor que matéria, coisa, substância, indivíduo, propósito, número; portanto, apenas uma ficção reguladora, com a ajuda da qual se introduz, se inventa, numa realidade em constante transformação, uma espécie de estabilidade e, assim, de possibilidade de conhecimento."

(Fragmentos Póstumos 1884-1885)

 

“Mas o que são, afinal, as verdades do homem? – São os erros irrefutáveis ​​do homem.” Enquanto em A Vontade de Poder, Nietzsche escreve: “A nova coragem – nenhuma verdade a priori (aqueles acostumados à fé buscam tais verdades!), mas a livre subordinação a um pensamento dominante, que tem seu próprio tempo.

Nietzsche quer negar a existência de uma dimensão absoluta da verdade localizada em outro lugar, em oposição a uma não-verdade, como aquela que é própria da transitoriedade material do imanente.

·         transvaloração de todos os valores.

·         É interessante observar a relação de Nietzsche com o iluminismo.

 O anuncio do Spuer-homem

O super-homem de Nietzsche é um ideal filosófico de um ser que superou a si mesmo e transcendeu as limitações morais e sociais, criando seus próprios valores em vez de seguir os preceitos da moralidade tradicional. Este indivíduo vive autenticamente, afirma a vida em sua plenitude, supera o ressentimento e o niilismo, e é um "artista" da própria existência, em constante autossuperação e busca por um propósito. 

Características principais:

  • Autossuperação: 

O super-homem é aquele que se eleva acima da condição humana "velha e desgastada", superando as limitações de si mesmo. 

  • Criação de valores: 

Ele não busca moralidade externa, mas cria suas próprias crenças e um sistema de valores a partir de uma perspectiva extramoral. 

  • Afirmação da vida: 

A sua filosofia é baseada na afirmação da vida, inclusive de seus aspectos trágicos, e na aceitação de que a existência não tem um sentido predefinido. 

  • Superação do niilismo: 

É a figura que vence o niilismo, a descrença no sentido da vida, através da criação de um novo propósito. 

  • Liberdade e força: 

É um ser livre de dogmas e correntes sociais, forte e "dono de si", que aceita a luta e o perigo como parte de sua existência. 

  • O "Artista" da vida: 

Ele é como um dançarino, que transforma o caos da existência em sua própria criação, superando a si mesmo constantemente


OBRAS

O nascimento da Tragedia 1872

Considerações inatuais 1873-1876

Humano demasiado humano 1878

Aurora 1881

A gaia ciência 1882

Assim falou Zaratustra 1883

Além do bem e do mal 1886

Genealogia da moral 1887

O crepúsculo dos ídolos 1888

O Anticristo 1888 (publicado em 1894)

Ecce homo 1888

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