terça-feira, 14 de outubro de 2025

Friedrich Nietzsche Humano, demasiado humano

 



 

Um Livro para Espirítos Livres

 

síntese: Paolo Cugini

Digitação: Mury Brito

 

Prólogo

 

Já me disseram com frequência, e sempre com enorme surpresa, que uma coisa une e distingue todos os meus livros, do Nascimento da tragédia ao recém-publicado Prelúdio a uma filosofia do futuro: todos eles contêm, assim afirmaram, laços e redes para pássaros incautos, e quase um  incitamento, constante e nem sempre notado, à inversão das valorações habituais e dos hábitos valorizados. Como?Tudo somente-humano, demasiado humano?Com esre suspiro que um leitor emerge de meus liovros, não sem alguma reticência e até desconfiança frente à moral, e mesmo ym tanto disposto e encoraiado a fazer-se defensor das piores coisas: e se elas forem apenas as mais bem caluniadas?Já chamaram meus livros de uma escola da suspeita, mais ainda do desprezo, felizmente também da coragem, até mesmo da temeridade. De fato, eu mesmo não acredito que alguém, alguma vez, tenhya olhado para o mundo cm mais profunda suspeita, e não apenas como eventual advogado do Diabo, mas também, falando teologicamente, como inimigo e acusador de Deus; e quem adivinha ao menos em parte as conseuqencias de toda profunda suspeita, os calafrios e angústias do isolamento, a que toda incondicional diferença do olhar condena que dela sofre, compreenderá também com que frequencia, para me recuperar de min, como para esquecer-me temporariamente, procurei abrigo em algum luigar – em alguma adoração, alguma inimizade, leviandade, cientificidade ou estupidez; e também por que, onde não encontrei o que precisava, tive que obtê-lo à força de artificio, de falsificá-lo e cria-lo oeticamente para min (-o que outra coisa fizeram sempre os poetas?para que serve toda a arte que há no mundo?). Mas o que sempre necessitei mais urgentemente, para minha cura e restauração propria, foi a crença de não ser de tal modo solitario, de não ver  assim slitariamente- uma magica intuição de semelhança e afinidade de olhar e desejo, um repousar na confiança da amizade, uma cegueira a dois sem interrogação nem suspeita, uma fruição de primeiros planos, de superficies, do que é proximo e está perto, de tudo o que tem cor, pele e aparênca. Talvez me censurem muita “arte” nesse ponto, muita sutil falsificaão de moeda: que eu, por exemplo, de maneira consciente-caprichosa fechei os olhos à cega vontade de moral de Schopenhauer, num tempo em que já era clarividente o bastante acerca da moral; e também que me enganei quanto ao incuravel riomantismo de Richard Wagner, como se ele fosse um nício e não um fim; também quanto aos gregos, também com os alemães e seu futuro – e talvez se fizesse toda uma lista desses também... Supondo, porém, que tudo isso fosse verdadeiro e a min censurado com razão, que sabe vocês disso, que podem vocês saber disso, da astúcia de autoconservação, da racionalidade e superior proteção que existe em tal engano de si- e da falsaidae que ainda me é necessarai?... Basta, eu ainda vivo: e a vida não é excogitação da moral: ela quer ilusão, vive da ilusãio... Porém, como velho imoralista e apanhador de pássaros – falando imoralmente, amopralmente, “além do bem e do mal”?

 

-Foi assim que há tempos, qiando necessitei,inventei para min os “espiritos livres”, aos quais  é dedicado este livro melancólico-brioso que tem o título de humano, demasiado humano:não existem esses  “espiritos livres”, nuncam existiram – mas naquele tempo, como disse, eu precisava deles como companhia, para manter a alma alegre em meio a muitos males (doença, solidão, exílio, acedia, inatividade): como valentes confrades fantasmas, com os quais proseamos e rimos, quando disso temos contade, e que mandamos para o inferno, quando s tornam entediantes – uma cmpensação para os amigos que faltam. Qu um dia poderão existir tais espiritos livres, que a nossa Europa terá carne e osso e palpáveis, e não apenas, como para min, em forma de especttros e sombras de um eremita: disso serei o último a duvidar. Já os vejo que aparecem, gradual e lentamente; e talvez eu contribua para apressar sua vinda, se descrever de antemão sob que fados os vejo nascer, por quais caminhos aparecer.

 

Pode-se conjecturar que um espírito no qual o tipo do “espírito livre” deva algum dia tornar-se maduro e doce até a perfeição tenha tido seu evento decisico numa grande libertação, e qeua nteriormente parecesse ainda mais atado e para sempre acorrentado a seu canto e sua coluna. O que liga mais fortemenet?Que laços sãoqause indissolúveis?Para homens de espécie masi alta e seleta serão os deveres: a reverência que é própria da juventude, a reserva e delicadeza frente ao que é digno e venerado desde muito, a gratidão pelo solo do quaç vieram, pela mão que os guiou, pelo santúario onde aprenderam a adorar – precisamente os seus instantes mais altos os ligarão masi firtemente, os obrigarão da maneira mais duradoura. A grande liberação, para aqueles atados dessa forma, vem súbita como um tremor de terra: a jovem alma é sacudida, arrebatada, arrancada de um golpe – ela própria não enetnde o qeu se passa. Um ímpeto ou impulso a governa e domina,;uma vontade, um anseio se agita, de iir adiante, aonde for, a todo custo, ; uma veemente e perigosa curiosidade por um mundo indescoberto flameja e lhe inflama os sentidos. “Melhor morrer do que viver aqui” – é oq eu diz a voz da sedução imperiosa: e esse “aqui”, esse “em casa” é tudo o que ela amara até então!Um súbito horros e suspeita daquilo que amava, um clarão de desprezo pelo que chamava “dever”, um rebelde, arbitrário, vulcânico anseio de viagem, de exílio, afastamento, esfriamento; enregelamento, sobriedade, um ódio ao amor, talvez um gest e olhar profanador para trás, para onde até então amava e adorava, talvez um rubor de vergonha pelo qeu acabava de fazer, e ao memso tempo uma legria por fazê-lo, um ébrio, íntimo, aleger temor, no qual se revela uma vitoria – uma vitoria?sobre o quê? Sobre quem? Enigmática, plena de questões, questionável, mas a primeira vitoria: - tais coisas ruins e penosas pertencem a historia da grande liberação. Ela é simultaneamente uma doença que pode destruir o homem, essa priemira eupção de vontade e força de autodeterminação, de determinação prória dos valores, essa vontade de livre vontade: e quanta doença não se exsprime nos selvagens experimentos e excentriidades com que o liberado, o desprendido, procura demonstrar seu dominio sobrea s coisas! Ele vagueira curel, com avidez insaciada: o que ele captura, tem de pagar a perigosa tensão odo seu orgulho; ele dilacera o qeu o atrai. Com riso maldoso ele revolve o qeu encontra encoberto, poupado por alghum pudor: experimenta como se mostram as coisas, quando são reviradas. Há capricho e prazer no caprixo, se ele dirige seu afvor ao que até agora teve má reputação – se ele ronda curioso e tentador, tudo o que é mais proibido. Por trás do seu agir e vagar – pois ele é  inquieto, e anda sem fim como num deserto – se acha a interrogação de uma curiosidade crscentemente perigosa. “Não é possível revirar todos os valores? E o Bem nãos eria Mal? E Deus apenas uma ionvenção e finura do Dmônio? Seria tudo falso, afinal? E se todos somos enganadps. Por isso mesmo não somos também enganadores? Não temos de ser também enganadores” – tais pensamentos o conduzem e seduzem, sempre mais além, sempre mais à aprte. A solidão o cerca e o abraça sempre mais ameaçadora, asfixiante, opresiva, terríbvel deusa e matern saeva cupidinum [selvagem mãe das paixães]- mas quem sabe hoje o que é soidão?...

 

Desse isolamento doentio, do deserto desses anos de experimento, é ainda longo o caminho até a enrome e transbordante certeza e saúde, que não pode dispensar a propria doença como meio e anzol para o conhecimento, até a madura liberdade do espírito, que é também autodomínio e disciplina do coração e permite o acesso a modos de pensar numerosos e contrários – até a amplidão e refinamento interior que vem da abundância, que exclui o perigo de que o espírito porventura se perca e se apixone pelos próprios caminhos e fique inebriado em algum canto; até o excesso de forças plásticas, curativas, reconstrutoras e restauradoras, que é precisamente a marca de grande saúde, o excesso que dá ao espírito livre o perigoso privilégio de poder viver por experiência e oferecer-se à aventura: o privilégio de mestre do espírioto livre! No entremeio podem estar longos anso de convalescença, anso plenso de transformações multicores, dolorosamete mágicas, dominadas e conduzidas por uma tenas vontade de saúde, qeu frequentemente ouça vestir-se e travestir-se de saúde. Há um estado intermediáriom, de que um homem com esse destino não se lembrará depois sem emoção: uma pálida, refinada felicidade de luz e sol que lhe é pecukliar, uma sensação de liberdade de pássaro, de horizonte e altivez de pássro, um terceiro temor, no qual curiosade e suave desprezo se uniram. Um “espirito livre” – esta fria expressão faz bem nesse estado, aquece quase. Assim se vive não masi nos grilhões de amor e ódio, sem Sim, sem Não, voluntariamente próximo, voluntariamente longe, de preferência escapand, evitando, esvoaçãndo, outra vez além, novamente patra o alto; esse homem é exigente, mal-acostumado, como todo aquel que viu abaixo de si uma multiplicidade imensa- torna-se o extao oposto dos que se ocupam de coisas que não lhes dizem respeito. De afto, aos espíritos livre dizem respeito, de ora em diante, somente coisas- e quantas coisas!-que não maiso preocupam...

 

Um apsso adiante na convalescença: e o espirito livre se aproxima novamente à vida, lentamente, sem dúvida, e relutante, seu tanto desconfiado. Em sua volta há masi calor, masi dourado talvez; sentimento e simpatia se tornam profindos, todos os ventos tépidos passam sobre ele. È como se apenas hoje tivesse olhospara o que é próximo. Admira-se e fica em silêncio: onde estava então? Essas coisas vizinhas e próximas: como lhe parecem mudadas! De qeu magia e plumagem se revestiram!Ele olha agradecido para trás – agradecido as suas andanças, a sua dureza e alienação de si, a seus olhares distantes e vôos de pássaro em frias alturas. Como foi bom não ter ficado “em cas”, “sob seu teto”, como um deliacdo e embotado inútil!Ele estava fora de si: não há dúvdia. Somente agora vê a si mesmo – e que surpresas não encontra!Que arrepios inusiatdos!Que felicidade mesmo no cansaço, na velha doença, nas recaídas do convalescente! Comio lhe agrada estar quieto a sofrer, tecer paciência, jazar ao sol!Quem, como ele, compreende a felicidade do inverno, as manchas de sol no muro?São os mais agradecidos animasi do mudno, e também os masi modestos, esses convalescentes e lagartos que de novo se voltam para a vida: - há entre eles os que não deixam passar o dia sem lhe pregar um hino doe louvor à orla do manto que se vai. E, falando seriamente: é uma cura radical para todos pessimismo ( o câncer dios velhos idealistas e hérois da mentira, como se sabe-) ficar doenet à maneira desses espíritos livres, permanecer doente por um bom período e depois, durante masi tempo, durante muito tempo tornar-se sadio, quero dizerm “mais sadio”. Há sabedoria nisso, sabnedoria de vida, em receitra para si memso a saúde em pequenas doss e muito lentamente.

 

Por esse tempo pode finalmente ocorre, à luz repentina de uma saúde ainda impetuosa, ainda mutável, qeu ao espírito cada vez mais livre comece a se desvelar e enigma dessa grande liberação, que até então aguardara, escuro, problemático, quase intangível, no interior de sua memória. Se por longo tempo ele mal ousou perguntar: “por que tão à parte? Tão solitário? Renunciadndo a tudo o que venerei? Renunciado a propria veneraçãao? por que essa dureza, essas suspeita, esse ódio as suas proprias virtudes?” – agora ele ousa perguntar isso em voz alta e ouve algo que seria uma resposta. ‘Você deve tronar-se senhor de si mesmo, senhor também de suas prórpias virtudes. Antes eram elas os senhores; mas não podem ser mais que seus instrumentos, ao lado de outros instrumentos. Você deve ter dominio sobre o seu oróe o seu contra, e aprender a mostrá-los e novamebnte guardá-los de acordo com seus fins. Você deve aprender a perceber o que há de perspectivas em cada valoração – o deslocamento, a distorção e a aparente telelogia dos horizontes, e tudo o que se relaciona à perspectivas; também o quê de estupidez que há nas oposições de valores e a perda intelectual com que se paga todo pró e todo conta. Você deve apreender a injustiça necessária de todo pró e conta, a injustiça como indissociável da vida, a própria vida como icondicionada pela perspectivas e sua injustiça é maioor: ali onde a vida se desenvolveu ao mínimo, do modo mais estreito, carente, inicipiente, e no entnato não pode deixar de se considerar fim e medidad das coisas e em nome de sau preservação despedaçar e questionar o que for mais elevado, maior e masi rico, secreta e mesquinhamento, incessantemente – você deve olhar com seus olhos o problema da hierarquia e como poder, direito e amplidão das perspectivas crscem conjuntamente às alturas. Você deve “– basta, o espírito livre sabe agora a qual você deve” obedecer, e também do que agora é capaz, o que somente agora lhe é – permitido...

 

Tal é a resposta que o espírito lhe dá a si mesmo no tocante ao enigma de sua oiberação, e, ao generalizar seu acso, emite afinal um juizo sobre a sua vivência. “Tal como sucedeu a min”, diz ele para si, “deve suceder a todo aquele no qual uma tarefa quer tomar corpo e ‘vir ao mundo’.” A secreta força e necessidade dessa tarefa estará agindo, como uma gravidez insconsciente, por trás e em cada uma das suas vicissitudes – muito antes de ele ter em vista e saber pelo nome essa tarefa. Nosso destino dispõe de nós, mesmo quando ainda não o conhecemos; é o futuro qeu dita às regras do nosso hoje. Supondo que nso seja permitido, a nos, espíritos livres, ver no problema da hierarquia a nosso problema: somente agora, no meio-dia de nossas vidas, entendemos de que preparativos, provas, desvios, disfarces e tentações o problema necessitava, antes qeu pudesse surgir diante de nós, e como tínhamos primeiro que experimentar os mais diversos e contraditórios estados de indigências e felicidade na alma e no corpo, como aventureiros e circunavegadores desse mundo iterior que se chama “ser humano”, como mensuradores de todo grau, de cada “ mais eleavdo” e “um-acima-do-outro” qe também se chama “ser humano” – emt oda parte penetrando, quase sem temor, nada desprezando, nada perdendo, tuso saboreando, tudo limpando e como que peneitando do que seja acaso-, até que enfim pudemso dizer, nós, espíritos livres: “Eis aqui- um novo problema! Eis uma longa escada, em cujos degraus nós mesmo sentamos e subimos- que nós mesmo fomos um dai!Eis aqui um mais elevado, um mais profundo, um abaixo-de-nós, uma longa e imensa ordenação, uma hierarquiia que enxergamos: eis aqui – o nosso problema!”.

-Nenhum psicologo e leitor de signos deixará de operceber por um instiante em qeu lugar do desenvolvimento descrto se inclui (ou está colocado-) o presente livro. Mas onde existem hoje psicologos?Na frança, certamente, talvez na Rússica; não na Alemanha, com certeza. Não faltam mptivos por que os alçemães de hoje não pudessem tomnar isso como uma distinção: muito mau para quem nesse ponto é bem ouco alemão de ânimop e de índole!Este livro alemão, que souve encontrar seus leitores num vasto círuclo de povos e terras- há quse dze anos ele circula- e que deve entender de música e da arte da flauta, para seduzir também os ouve estrangeiros esquivos-, precisamente na Alemanha este livro foi mais negligenciado, foi menos ouvido: por que motivo? “Ele exige muito”, foi a resposta, “ele se dirige a pessaoas que não vivem atormentadas por uma ibrigação boçal, ele pede sentidos eliacdos e exigentes, etm ncessidade do supérfluo, da  supoerfluidade de tempo, da clareza de céu e coração, de otium [ócio] no sentido masi temerário: - coisas boas, que os alemães de hoje não podem ter e portanto não podem dar.”-Depois de uma reposta tão ajuizada, minha filosfia me aconselha a calar e não fazer mais perguntas; sobretudo porque em certos casos, como diz o provérbio, só se permanece filósofo-mantendo o silêncio.

 

Capítulo Primeiro

 

DAS COISAS PRIMEIRAS E ÚLTIMAS

 

Estia das verdades despretenciosas. - É marca de uma cultura supeiror estimar as pequenas verdades despretensiosas achadas com método rigoroso, mais do que os erros que nos ofuscam e alegra, oriundos de tempos e homens metafísicos e artísticos. No início as primeiras são vistas com escárnio, simples, sóbrias, aparentemete desanimadoras, os outros tão belos, esplêndidos, e ncantadores, talvz extasiantes. Mas o que foi arduamente conquistado, o certo, duradouro e por isso relevante para todo o conhecimento posterior, é afinal superior; apegar-se a ele é viril e demnstra coragem, simplicidade moderação. Aos poucos, não apenas o indivídup, mas toda a humanidade se alcará a esta virilidade, quando enfuim e duraveis, e perder toda crença na inspiração e na comunicação milagrose de verdaes. – é certo que os adoradore das formas, com sua escala do belo e do sublime, terão boas razões para xombar inicialmnet, tão longo a estima das verdades despretensiosas e o espírito científico comecem a predominar: mas apenas poruqe seus olhos não se abriram aina para a atração da forma masi simples, ou poruqe, so homens eduacdos nesse espírito aidna não se acham plena e intimamente tomados por ele, de modo que continuam a imitar irrefletidamente as velhas formas (e isso absntes mal, como afz quem já não se importa muito com algo). Em terpos passados, o espírito não era solicitado pelo pensamento rigoroso; ocupava-se eem urdir formas e símbolos. Isso mudou; a ocupação séria com o simbólico tornou-se distintivo da cultura inferior; assim conmo nossas artes mesmas se tornam cada vez masi intelectuais e nossos sentidos masi espirituais, e como atualmente julgamos, por exemplo, da maneira bem diversa da de cem anos attrás aquilo que é sensualembte harmonioso: assim também as formas de nossa vida se tornaam cada vez mais espirituais, e para os olhos de épocas antigas talvez mais feias, mas apenas porqeu não conseguem ver como o reino da beleza interior, espiritual continuamente se aprofunda e se amplia, e emq eu media, para todos nós, o olhar inteligente pode hoje valer masi qeu a estrutura mais bela e a constrção masi sublime.

 

Mundo metafisico. - è verdae que poderia existir um mundo metafísico; dificilmente podemos contestar a sua ossibilidade absoluta. Olhamos todas as coisas com a cabeça humana, e é impossivel cortar essa cabeça; mais permanece a questão de saber o qeu aionda existiria do mundo se ela dosse emsmo cortada. Esse é um problema puramente cientifico e não muito apto a preocupar os homens; mas tudo o que até hoje tornou para eles valiosas, pavoroas, prazerosas as suposições metafísicas, tudo o que as criou, é paixãp, erro e auto-ilusão; foram os piores, e não os melhores métodos cognitivos, que ensinaram a acreditar nelas. Quando esses métodos se revelaram o fundamento de todas as religiões e metafísicas existentes, eles fioram refutados. Então resta aidna aquela possibildiade; mas com ela não se pode fazer absolutamente nda, muito menos permitir que felicidade, salvação e vida dependam dos fios de aranha de tal possibilidade. Pois do mundo metafísico nada se poderia afirmar além do seu ser-ouu-outro, um para nós inacessíveis, imcpmpreensível ser-outro; seria uma coisa com propriedades negativas. -Aidna que a existência de tal mundo estivesse bem aprovada, o conhecimento dele seria o mais insignificante dos conhecimentos: masi aidna do que deve ser para o navegante em meio a um perigoso temporal, o conhecimento da análise química da água.

 

Inocuidade da metafísica no futuro. - Logo que a religião, a arte e a moral tiverem sua gênese descrita de maneita tal qeu possam ser inteiramente explicadas, sem que se recorra à hipótese de intervenções metafísicas n no início e no curso do trajeto, acabarpa o masi forte interesse no problema puramente eórico da “coisa em si” e do “fenêmoneo”. Pois, seja como for, com a religião, a arte e a moral não tocamos a “essência do mundo em si”, estamos no domínio da representação, nenhuma “intuição” pode nos levar adiante. Com tranquilidade deixaremos para a fisiologia e história da evolução dos organismos e dos conceitos a questao de como pode a nossa imagem do mundo ser tão distintas da essência inferida do mundo.

 

Não há interior e exterior mo mundo. - Assim como Demócratico trasferiu os conceitos de “em cima” e “embaixo” para o espaço infinito, onde não têm sentido algum, os filósofos transportam o conceito de “interior e exterior” par a essência e a aparência do mundo; acham qeu com sentimentos profundos chegamos aoprofundo interior, aproximamo-nos do coração da naureza. Mas esses sentimentos são profundos apenas na medidad emq eu com eles, de modo quase imperceptível, se excitam regularmente determinados grupos complexos, de pensamentos, qeu chamamos de profundos; um sentimento é profundo poruqe sconsideramos profundos o pensamento que o acompanha. Mas o pensamento profundo pode estar muito longe da verdade, como, por exemplo, todo pensamnto metafísico; se retiramos do sentimento profundo os elemesntos intelectuais; se retiramos do sntimento profundo os elemesntos inteletuais a ele misturados, resta o sentimento forte, e este não é capaz de garantir, para o conhecimento, nada alémd e si mesmo, tal como a crença forte prova apenas a ssura força, não a verdade daquuilo em que se crê.

 

Explicações metafísicas. - O homem jovem aprecia explicações metafísicas, poreue elas lhe revelam, em coisas que ele achava desagradaveis ou desprezíveis, algo bastante significativo; e. Se estiver descontente consigo mesmo, este sentimento se aliviará quando ele reconhecer o mais estranhado engma ou miséria do mudno naquilo que tanto reprova em si. Sentir-se masi irresponsavel e ao mesmo tempo achar as coisas masi interessantes – isso constitui, para ele, o duplo beneficio que deve à metrafísica.è certo que depois se torna desconfiado em revelação a toda esécie de explicação metafísica; então compreende talvez, qeu os mesmos efeitos podem ser obtidos por outro caminho, igualmente bem e de modo masi cientifico: que as explicações físicas e historicas de irresponsibildiade, e talvez inflamen aidna mais o interesse ela vdia e seus problemas.

 

Questões fundamentais da metafísica. - Quando algum dia se escrever a historia da gênese do pensamento, nela também se encontrará, sob uma nova lz, a seguinte fase de um lógico eminente: “A originaria lei universal do sujeito congnoscente consiste na necessidade interior de reconhecer cada objeto em si, em sau propria essência, como um objeto idêntico a si mesmo, portanto, existente por si mesmo e, no fundo, sempre igual e imutável, em suma, como uma substância”. Também essa lei, aí denominada “originaria”, veio a ser – um dia será mostrado como gradualmente surge essa tendência nos organismos inferiores: como os estúpidos olhos de toupeira dessas organizações vêem apenas a mesma coisa no inicio; como depois, ao se tornarem masi perceptíveis os diferentes estímulos de prazer e desprazer, substâncias distintas são gradualmente diferenciadas, mas cada uma com um atributo, isto é, uma única relação com tal organismo. - O primeiro nivél do [pensamento] lógico é o juizo, cuja essência consiste, segundo os melhores lógics, na crença. Na base de toda crença está à sensação do agradável ou do dolorosoem referência ao sujeito que sente. Uma terceira e niova sensação, resultado das suas precedenets, é o juízo em sua forma inferior. -A nós, seres organicos, nada interessa originalmente numa ocisa, exceto sua relação conosco no tocante ao coentes dessa relação, entre os estados do sentir, há os de repouso, os de não sentir: então o mudno e cada coisa não têm interesse para nós, não notamos mudanças neles ( como ainda hoje alguém bastante interessado em algo não nota que um outro passa ao lado). Para uma planta, todas as coisas são normalmente quietas, eternas, cada cosia igua a si mesma. Do período dos organismos inferiores o homem herdou a crença de que há coisas iguais (só a esperiência cultivada pela, mas alta ciência contradiz essa tese). A crença primeira de todo ser organico, desde o principio, é talvez a de uqe todo o mundo estante é uno e imóvel. -Nesse primeiro nivel lógico, o pensamento da causalidade se acha bem distante: ainda hoje acreditamos, no fundo, que odas as sensações e ações sejam atos de livre-arbítrio; quando observa a si mesmo, o indivíduo ques ente considera cada sensação, cada mudança, algo isolado, isto é, incondicianado, desconexi, que emerge de nós sem ligação com o que é anterior ou posterior. Temos fome, mas primeiramente não pensamos que o organismo queria ser conservador; esta sensação parace se impor sem razão e finalidade, ela se isola e se considera arbitrária. Portanto: a crença na liberdade da vontade é erro original de todo ser organico, de existência tão antiga quando as agitações iniciasi da lógica; a crença em substância incondicionada e coisas semelhantes é também um erro original e igualmente antigo de tudo o que é orgânico. Porém, na medida em que toda a metafísica se ocupou principalmente na substância e da liberdade do querer, podemso designá-la como a ciência que trata dos erros fundamentais do homem, ams como se fossem verdades fundamentais.

 

Substituto da religião. - Cremos dizer algo de bom sobre uma filosfia, quadno a apresentamos como substituto da reigião para o povo. De fato, na economia espiritual são necessários, ocasionalmente, círculos de idéias intermediários; de modo qeu a passagem da religião para a concvepção cientifica é um salto violento e peirgoso, algo a ser desancoselahdo. Neste sentido é justificado aquele louvor. Mas deveríamos também aprender, afinal, que as necessidades que a religião satisfez e que a filosfia deve agora satisfazer não são imutáveis; podems er enfraquecidas e eliminadas. Peesemos, por exemplo, na muséria cristã da alma, no lamento sobre a corrupção interior, na preocupação com a salvação – conceitos oriundos apenas de erros da razão, mercedores não de satisfação, mas de destruição. Uma filofia pode ser útil satisfazendo também essas necessidaes, ou descartando-as, pois são necessidades aprednidade, temporalmente limitadas, que repousam em pressupostos contrários, a fim de aliviar os ânimos sobrecargado de sentimentos; pois aquelas concepções são bem menos alimentadas pela arte do qeu por uma filosfia metafísica. Partindo da arte, pode-se passar masi facilemnte para uma ciência filosófica realemnet libertadora.

 

Capítulo Segundo

 

CONTRIBUIÇÃO À HISTÓRIA DOS SENTIMENTOS MORAIS

 

 A dupla pré-história do bem e do mal.- O conceito de bem e mal tem uma dupla pré-história; primeiro, na alma das tribos e castas dominante. Quem tem o poder de retribuir o bem com o bem, o mal como o mal, e realemnet o faz, ou seja, quem é grato e vingativo, é chamdo de bom; quem não tem poder e não pode retribuir é tido por mau. Sendo bom, o homem pertence aos “bons”, a uma comunidade que tem sentimento comunal, pois os individuis se acham entrelaçados mediante o sentido da retribuição. Sendo mau, o homem pertence aos “maus”, a um bando de homns submissos e impotentes que não têm sentimento comunitário. Os bons são uma casta; os maus, uma massa copo o pó. Durante algum tempo, bom e mal equivalem à nobre ae baixo, senhor e escravo. Mas o inimigo não é considerado do mau: ele pode retribuir. Em Homero, atnto os troianos como os gregos sãos bons. Não aquele que nos causa daono, asm aquele desprezível, é tipdo por mau. Na comunidade dos bons o bem é herdado: é impossível que mau cresça em terreno tão bom. Apesar disso, se um dos bons afz algo que seja indigno dos bons, recorrese a expedientes; por exemplo, atriubui-se a culpa a um deus: diz-se que ele golpeou o bom com a cegueira e a loucura. - Depois, na alma dos oprimidos, dos impotentes. Qualquer outro homem é consierado hostil, inescrupuloso, explorador, cruel, astuto, seja ele nobre ou baixo. “mau” é a palavra que caracteriza o homem e mesmo todo ser vivo que suponha existir, um deus, por exemplo; humano, divios igficam o mesmo que diabólico mau. Os signos da bondade, da solicitude, da compaixão sãos vistos medrosamente como perfídia, prelúdio de um desfecho terrível, entorpecimento e embuste, como maldade refinada, em suma. Com tal mentalidade no indivíduo, dificilmente pode surgir uma comunidade, no máximo  a sua forma mais rude: de modo que emt oda a parte onde predomina essa concepção e bem e mal o declínio dos indivíduos, de suas trbos e raças está próximo.- Nossa moralidade atual cresceu no solos das tribos e casats dominantes.

 

Pretensos graus da verdade. - Um dos maism frequetes erros de raciocinos é este: se alguém é verdadeiro e sincero conosco, então ele diz a verdade. Assim a criança acredita nos julgamentos de seus pais, o cristão nas afirmações dos fundadores da Igreja. De igual maneira, não se quer admitir que tudo o que os homens defenderam com o sacrifício da felicidade e da vida, em séculos passados, eram aopenas erros: talvez se diga que eramm estágios da verdade. Mas no fundo as pessoas acham que, se alguém acreditou honestamente em algo e lutou e morreu por sua crença, seria bastante injusto se apenas um erro o tivesse animado. Tal aconteciemtno parece contradizer a justiça, em oposição a sau cabeça, qeu entre as ações morais e as percepções intelectuas deve necessariamente existr uma ligação. Infelizmente não é assim; pois não há justiça externa.

 

Suspeitar da moral por causa da fé.-Nenhum poder se impõe, se tiver apenas hipócritas como representantes; por mais elementos “mundanos” que possua a Igreja católica, sau força está naquelas naturezas sacerdotais, ainda hoje numerosas, que tornam a vida difícil e profunda para si mesmas, e ans quais o  olhar e o corpo consumido testemunham vigílias, jejuns, roações candentes, e talvez até flagealdos. Tais naturezas abalam e maedrotam as pessoas: como? E se fosse necessário viver assim?- eis a terrível pergunta que a visão desses homens suscita. Ao propagar essa dúvida, eles erguem continuamente mais pilar para seu pdoer; mesmo os qeu os que pensam livremente não ousam contrariar um ser assim abnegado, dizendo-lhe, com duro sentido de verdade: “Ó enganado, não engane!”.-Apenas a diferença das concepções os separa dele, de modo algumuma diferença de bondade ou maldade; mas aquilo de que não gostamos, costumamos tratar com injustiça.Fala-se da astúcia e da arte infame dos jesuítas, mas não se vê a auto-superação a que todo jesuíta se obriga, e como o regime facilitado de vida, pregado nos manuais jesuíticos, deve beneficiar não a eles, mas aos leigos. E podemso indagar-se, com tática e organização semelhante, nós, esclarecidos, seríamos instrumentos tão bons, tão dignos de admiração pela vitória sobre si mesmo, pela infatigabilidade, pela dedicação.

 

Origem da justiça.-A justiça (equidade) tem origem  entre homens de aproximadamente o mesmo poder, com Tucídides (no terrível diálogo entre os enviados atenienses e mélios) corretanmente percebeu: quando não existe preponderância claramente reconhecivel, e um combate resultaria em prejuízo inconseuqente para od dois lados, surge a idéia de se entender e de negociar as pretensões de cada lado: a troca  é o carater inicial da justiça. Cada um satisfaz o outro, ao receber aquilo que estima mais que o outro. Um dá ao outro o que ele quer, para tê-lo como seu a partir de então, e por sua vez recebe o desejado. A justiça é, portanto, retribuição e intercâmbio a vingança pertence ao domínio da justiça, ela é um intercâmbio. Do mesmo modo a gratidão.-A justiça remonta naturalmente ao onto de vista de uma perpiscaz autoconservação, isto é, ao egoísmo de reflexão que diz: “por que deveria eu prejudicar-me inutilmente e talvez não alcançar a minha meta?”.-Isso quanto à origem da justiça. Dado que os homens, conforme o seu hábito intelectual, esqueceram a finalidade original das ações denominadas justas e equitativas, e especialemente porque durante milênios as crianças foram ensinadas a admirar e imitar essas ações, aos poucos formou-se a aparência de quem uma ação justa é uma ação altruísta; mas nesta aparência se baseia a alta valorização que ela tem, a qual, como toas as valorizações, está sempre em desenvolvimento: pois algo altamente valorizado é busacdo, imitado, multiplicado com sacríficio, e se desenvolve poruqe o valor do esforço e do zelo de cad indivíduo é também acrescido ao valor da coisa estimada.-Quão pouco moral parecera o mundo sem o esquecimento!Um poeta poderia dizer que Deus instalou o esquecimento!Um poeta poderia dizer que Deus instalou o esquecimento como guardião na soleira do tempo da dignidade humana.

 

As três fases da moralidade até agora.-O primeiro sinal que o animal se tornou homem ocorre quando seus atos ja não dizem respeito ao bem-estar momentâneo, mas àquele duradouro, ou sej,a quando o homem busca a utilidade, a adequaçã a um fim: então surge pela primeira vez o livre domínio da razão.Um grau ainda mais elevado se alcança quando ele age conforme o princípio da honra, em virtude do qual ele se enquadra socialmente, sujeita-se a sentimentos comuns, o que o eleva  bem acima da fase em qeu apenas a utilidade entendida pessoalmente o guiava: ele respeita e quer ser respeitado, ou seja; ele concebe o útil como dependente daquilo que pensa dos outros e daquilo que os outros pensam dele. Por fim, no mais alto grau da moralidade até agora, ele age conforme a sua medida das coisas e dos homens, ele próprio define para si e para outros o que é honroso e o que é util; torna-se o lesgilador das opniões, segundo a noção cada vez mais desenvolvida do útil e do  honroso. O conhecimetno duradoura, á utilidade pessoal, o honroso reconhecimento de valor geral e duradouro àquele momentâneo: ele vive e age como indivíduo coletivo.

 

Moral do indivíduo maduro.-Até agora a impesssoalidade foi vista como a verdadeia caracteristica da ação moral; eonstrou-se que no início foi a consideração pela utilidade geral que fez todas as ações impessoais serem louvadas e distinguidas. Mas não estaria iminente uma significtiva transformação dessa maneira de ver, agora que cada vez mais se percebe que justamente na consideração mais pessoal possível se acha também a maior utilidade para  conjunto; de modo que precisamente o agir estritamente pessoal correponde ao conceito atual da moralidade (entendida como utilidade geral)? Fazer de si uma pessoa inteira, e em tudo quanto se faz ter em vista o seu bem supremo – isso leva mais longe do que as agitações e ações compassivas em favor de outros. Sem dúvida, todos nós sofremos ainda com a  pouquissima atenção dada ao que é pessoal em nós; ele está mal desenvolvido – confessems que dele subtraímos violentamente nosso interesse, sacrificando-o ao estado, à ciência, ao carente de ajuda, como se fosse a parte ruim, que tivesse de ser sacrificada. E agora queremos trabalhar para o próximo, as apenas enquanto vemos nesse trabalh nossa vantagem suprema, nem mais, nem menos. Trata-se apenas de saber o que se entende por vantagem própria; justamente o indivíduo imaturo, não desenvolvido e grosseira entenderá isso no sentido mais grosseiro

 

Costumes e moral.-Se moral, morigerado, ético significa prestar obediência a uma lei ou tradição há muito estabelecida. Se alguém se sujeit a ela com dificuldade ou com prazer é  indiferente, bastando qeu o faça. “Bom” é chamdo aquelq eu, após longa hereditariedade é quase por natureza, pratica failmente e de bom grado o que é moral,  conforme seja ( por exemplo, exerce a vingança quando exercê-la faz parte do bom costume, como entre os antigos gregos). Ele é denominado bom porque é bom “para lgo”; masi como, na mudança dos costumes, a benevolência, a compaixão e similares sempre foram sentidos como “bons apara algo”, como úteis, agora sobretudo o benevolente, o prestativo, é chamado de “bom”. Mau é ser “não moral” (imoral), praticar o maus costume, ofender a tradição, seja ela racional ou estúpida; especialmente prejudicar o proximo fi visto nas leis morais das diferentes épocas como nocivo, de modo que hoje a palavra “mau” nos faz pensar sobretudo no dano voluntário ao próximo. “Egoísta” e “altruísta” não é oposição fundamental que levou os homens à diferenciação entre moral e imoral, bom e mau, mas sim estar liagdo a uma tradição, uma lei, ou desligar-se dela. Nisso não importa saber como surgiu  a tradição, de todo modo ela o fez sem consideração pelo be e omal, ou por algum imperativo categórico imanente, mas antes de tudo a fim de conservar uma comunidade, um povo; cada hábito supersticioso, surgido a partir de uma caso erroneamente interpretado, determina uma tradição que é moral seguir; afastar-se dela é perigoso, ainda masi nocivo para a comunidade que para o individuo pois a divinidade pune a comunidade pelo sacrilegio e por toda violação de susas perrogativas, e apenas ao fazê-lo pune também o indivídu). Ora, toda tradição se torna mais respeitavel a medida que fica masi distante a sau origem, quanto mais esquecida for esta; o respeito que lhe é tributado aumenta a cada geração, a tradição se torna enfim sagrada, despertando temor e veneração; assim, e todo modo a moral da piedade é muito mais antiga do que a que existe ações altruístas.

 

O prazer no costume.-Um importante genero de prazer, e com isso imporatente fonte de moralidade, tem no hábito. Fazemos o habitual masi facilmente, melhor, e por isso de mais bom gardo; sentimos prazer nisso, e sabeos por experiência que o habitual foi comprovado, e portanto é útil; um costume com o qual podemos viver demonstrou seu salutar, proveitoso, ao contrário de todas as novas tentativas não comprovadas. O costume é, assim, a união do útil ao agradavél, e além disso não pede reflexão. Sempre que pode exercer coação, o homem a exerce para impor e introduzir seus costumes, pois para ele são comprovada sabedopria de vida. Do mesmo modo, uma comunidade de individuos força todos eles a adotar o mesmo costume. Eis a conclusão errada: porque nos sentimos bem com um costume, ou ao menso levamos nossa vida com ele, esse costume é necessario, pois vale como a única possibildiade na qual nos sentimos bem, o bem-estar da vida parece vir apenas dele. Essa conmcepção do habitual como condição da existencia é aplicada aos muinimos detalhes do costume: como a percepção da causadlidade real é muito esacassa entre os povos e as culturas de nível pouco elevado, um medo supersticioso cuida para que todos sigam o mesmo caminho; e até quando o costume é dificil, duro, pesado, ele é conservado por sua utilidade aparentemente superior. Não sabem que o mesmo grau de bem-estar pode existir com outros costumes,  e que mesmo graus superiores podem ser alcanaçados. Mas certamente notam que todos os costumes, inclusive os mais duros, tornam-se mais agradaveis e mais brandos com o tempo, e que também o mais severo modo de vida pode se tornar hábito e com isso um prazer.

 

Prazer e instinto social.-de suas relações com os outros homens o homem adquire um novo tipo de prazer, além das sensações prazerosas que retira de si mesmo; e com isso aumenta significativamente o âmbito das sensações de prazer. Nisso eletalvez tenha herdado muiat coisa dos animais, que visivelmente sentem prazer ao brincar usn com os outros, sobreturo uma mãe com seus filhotes. E lembramos as relações sexuais, que fazem quase toda fêmea parecer interssante a todo macho e vice-versa, tendo em vista o prazer. Em geral, a sensação de prazer com base ans relações humanas torna o homem melhor; a alegria comum, o prazer desfrutado em conjunto a aumenta, dá segurança ao individuo, torna-o mais afavel, dissolve a dsconfiança e a inveja: pois ele se sente bem e vê que o mesmo sucede ao outro.As manifestações de prazer semelhantes despertam a fantasia da empatia, o sentimento de ser igual: o mesmo fazem os sofrimentos comuns, as mesmas tormentas, os mesmos perigos e inimigos. Com abse nisso se constói depois a mais antiga aliança: cujo sentido é defender-se e elminar conjuntamente um desprazer ameaçdor, em proveito de cada individuo. E assim o instinto social nasce do prazer.

 

O que ha inocente nas chamadas más ações.-Toda as “más” ações são motivadas pelo impulso de conservação ou, mais exatamente, pelo propósito individual de buscar o prazer e evitar o desprazer; são, assim, motivadas, mas não são más. “causar dor em si” não existe, salvo no cérebro dos filosofos, e tampouco “causar prazer em si” (compaixão no sentido schopenhaueriano). Na condição anterior ao Estado, matamos os er, homem ou macaco, qeu queira antes de nós apanhar uma fruta da arvore, quando temos fome e corremos para a arvore: como ainda hoje faríamos com um animal, ao andar por regiões inóspitas.-As más ações que atualmente masi nos indignam basiam-se no erro de [imaginar] qeu o homem que as comete tem livrearbitrio, ou seja, de que dependeria do seu bel-prazer não nos fazer esse mal. Esata crença no bel-prazer suscita o ódio, o desejo de vingança que nos irritamos  muito menos com um animal, por considerá-lo irresponsável. Causar sofrimento não pelo impulso de conservação, mas por represália- é conseuqencia de um juizo errado, e por isso também inocente. O individuo pode, na condição que precede o Estado, tratar outros seres de maneira dura e cruel, visando intimidá-los: para garantir suas existência, através de provas intimidantes de seu pdoer. Assim age o homem violento, o poderoso, o fundador original do Estado, que subjuga os masi fracos. Tem o direito de fazêlo, como aidna hoje o Estado o possui; ou melhor: não já direito que possa impedir que o faça. Só então pode ser prerado o teremo para toa moralidade, quando um inidividuo maior ou um individuo coletivo, como a sociedade, o Estado, submete os individuos, retirando-os de seu isolamento e os reunindo em associação. A moraldiade é antecedida pela coerção, e ela mesma é ainda por algum tempo coerção, à qual a pessoa se acomoda para evitar o desprazer. Depois ela se torna costume, masi atarde obediência livre, e finalmente quse sinstinto: então, como tudo o que há muito tempo é habitual e natural, acha-se ligada ao prazer – e se chama virtude.

 

Pudor.- O pudor existe em toda aprte onde há um “mistéri”; e este é um conceito religioso, que tinha garnde alcance na época mais antiga da cultura humana. Em toda aprte havia areas circunscritas, as quais o direito divino negava o acesso, a não ser em determinadas conddições: puramente espaciais, antes de tudo, na medida emq ue certos lugares não podiam ser pisados pelos pés dos não-iniciados, que também sentiam horror e medo na sua vizinhança. De maneiras diversas este sentimento foi transferido para outras relações, por exemplo, para as relações sexuais, que, sendo privilegio e ádito da idade madura, deciam ser subtraidas a visão da juventude, para seu proprio bem> acreditava-se que muitos deuses cuidavam de protger e manter sagradas essas relações, postados como sentinelas na camara nupcial. (Em turco essa camara se chama harém, “santuario”, é designada pela mesma palavara que se usa para os atrios das mesquistas.)Assim também a realeza, como um centro que irradita poder e esplendor, é para o súdito um misterio cheio de pudor e de sigili: aidna hoje podemso sentir muitos efeitos disso, em povos que não se incluem absolutamente entre os pudicos. De modo semelhante, todo o mundo dos estados interiore, isto que se chama “alma”, é ainda hoje um misterio para os não-filosofos, depois de por um tempo infinito a considerarem digna de proedencia divina e de relações divinas: ela é um ádito , portanto, e suscita pudor.

 

Não julgueis.-Devemos er o cuidado de não incorrer na censura injusta, ao refletir sobre épocas passadas.A injustiça da escravidão, a crueldade na sujeição de pessoas e povos não deve ser medida pelos nossos criterios. Pois naquele tempo o instinto de justiça estava aidna desenvolvido. Quem pode censurar o genebrês. Calvino por afvor queimar o doutor Serveto?oi um ato coerente, que decorreu de saus convicções, e do mesmo modo a Inquisição tinha suas razões; sucede que as idéias dominantes eram erradas e tiveram uma consuencia que nos parece dura, porque se tornaram estarnha para nós. E o que é o suplicio de um homem, comparado aos eternos castigos do inferno opara quase todos? Entretanto esta concepção de um deus. Em nosso meio, também os sectarios politicos são tratados de maneira dura e cruel, mas, tendo aprendido a crer na necessidade do Estado, não sentimos a crueldade tanto como no caso em que reprovamos as idéias. A crueldade com os animasi, entre as crianças e os italianos, tem origem na imcompreensão; devido aos interesses doutrinarios da Igreja, os animasi foram colocados bem abaixo dos homens. – muitas coisas terriveis e esumanas na historia, nas quais dificilmente se crê, são amenizadas pela consideração de que o sujeito que ordena e oq eu executa são pessoas diferentes: o primeiro não vê o fato, logo não tem a imaginação impressionada: o segundo obdecea um superior, não se sente reposnavel. Por aflta de imaginação, os principes e chefes militares paracem crueis e duros em sua maioria, e não o são.- O egoismo não é mau, poruqe a idéia de “proximo”- a palavra é de oprigem cristã e não corresponde á verddae – é muito frava em nós; e nos sentimos, em relação a ele, quse tão livres e irresponsaveis quanto em relação a pedras e plantas. Saber que o oytro sofre é algo que se aprende , que nunca pode ser aprendido inteiramente.

 

“O homem sempre age bem”.- Não acusamos a natureza de imoral quando ela nos envia uma tempestade e nos molha; por que chamamos de imoral o homem nocivo? Porque neste caso supomos uma vonatde livre, operando arbitrarsiamente, e naquele uma necessidade. Mas tal diferenciação é um erro. Além disso, nem a ação propositadamente nociva é considerada sempe imoral; por exemplo. Matamos um mosquito intencionamente e sem hesitação, poque o seu zumbido nos desagrada; condenamso o criminoso intencionalmente e o fazemos sofrer, para proetger a nós e à sociedade. No primeiro caso é o individuo que, para conservar a si  mesmo ou apenas evitar umdeprazer, faz sofrer intencionalmente; no sekgundo é o Estado. Toda moral admite açõe sintencionalmente prejudiciais em casop de legitima defesa: isto é, quando se tarda de autoconservação!Mas  sesses dois pontos de vista são suficientes para explicar todas as más ações que os homens pratciam usn contra os outros: o individuo que para si o prazer ou quer afastar o desprazer; a questão é sempre, em quanquer sentido, a autoconservação. Sócrater e Platão estão certos: o que quer que o homem  faça, ele sempre afz o bem, isto é: o que lhe parece bom (útil) seundo o grau de seu intelecto, segundo a eventual mediade de sua racionalidade.

 

O que há de inconete dana maldade.-A madade não tem por objetivo o sofrimento do outro em si, mas nosso prprio prazer, em forma de sentimento de vingança ou de uma mais forte excitação nervosa, por exemplo,. Já um simples gracej demonstra como é prazeroso exercitar nosso poder sobre o outro e chegar ao agradavel sentimento da superioridade. Então o imoral consiste em ter parzer a partir do desprazer alheio? É diabolica a satisfação com o mal alehio, com quer Schopenhaueer?Na natureza obtemos prazer quebrando galhos, removendo pedras, lutando com animais selvagens, para nos tornamos conscientes de nossa força. Saber  que o outro sofre por nosso  intermedio tornaria imoral a mesma coisa pela qual normalmente não nos sentimos responsaveis? Se não o soubessemos, contudo, também não teriamos prazer em nossa propria superioridade, que justamente só s epdoe dar a conhecer no sofrimento alheio, no graceio, por exemplo. Em si mesmo o prazer não é bom nem mau: de onde viria a determinação de que, para ter prazer consigo, não se deveria suscitar o desprazer alheio?Unicamente do ponto de vista da utilidade, ou seja, considerando as consequências, o desprazer eventual, quando o prejudicado ou o Estado que o representa leva a esperar punição e vingança: apenas isso, originalmente, pode ter fornecido o fundamento para negar a si memso tais ações.-Assim como a maldade não visa ao sofrimento alheio em si, como já desse, também a compaixão não tem por objetivo o prazer do outro. Ps ela abriga no minimo dois (talvez muito mais) elementos de prazer pessoal e é, desta forma , fruiçao de si mesma: primeiro como prazer de emoção, a especie de compaixão que há na tragedia, e depois, quando impele a ação, como prazer da satisfação no exercicio do poder. Além disso, se uma pessoa que sofre nos é bastante proxima, livramos a nós mesmos de um sofriemtno, ao realizar atos compassivos.-A parte alguns filosofos, so homens sempre situaram a compaixão num nivel baixo, na hioerarquia dos sentimentos morais; e com razão.

 

Capitulo Terceiro

 

A VIDA RELIGIOSA

 

A dupla luta contra o infortúnio.-Quando um infortunio nos atinge, podemos seupera-lo de dois modos: eliminando a sua causa ou modificnado o efeito que produz em nossa sensibilidade; ou seka, reinterpretando o infotunio com um bem, cuja utilidade talvez  se torne visivel depois. A religião e a arte ( e também a filosofia metafisica) se esforçam em produzir a mudança da sensibilidade, em parte alterando nosso juizo sobre os acontecimentos (por exemplo, com ajudad a farse : “deus csatiga a quem ama”), em parte despertando prazer na dor, na emoção mesma (ponto de partida da arte tragica). Quanto mais alguém se inclina a reinterpretar e ajustar, tanto menos pode perceber e suprimir as causas do infortunio; o alivio e a anestesia momentaneos, tal como se fazs na dor de dente, por exemplo, bastamlhe mesmo nso sofrimentos mais graves. Quanto mais diminuir o imperio das religiões e de todas as narcose, tanto mais os homens se preocuparão em relamente  eliminar os males: o  que, sem duivida, é mau para os poetas tragicos – pois há cada vez menos materia para a tragedia, já queo reino do destino inexoravel e incenciel cada vez mais ses estreita, - mas é ainda pior para os sacerdotes: pois até hoje eles viveram da anestesia dos males humanos.

 

 A verdade na religião.-Durante o Iluminismo não se fez justiça a importancia da religião , não há como duvidar disso: mas igualmente é certo que nas reação subsequente ao Iluminismo se foi além da justiça, ao tratar as religiões com amor e até com paixão, e ao lhe satribuir uam profunda, mesmo a mais profunda, compreensão do mundo; compreensão que a ciencia teria apenas que despir do hábito dogmatico, para de forma mistica possuir a “verdade”. As religiões devem , poranto- esta era a afirmação de tods os adversarios do Iluminismo-, expressar sensu allegorico[ em sentido alegórico], em consideração a inteligencia da massa,a que,a antiquissima sabedoria que é a sabedoria em si, na mediada emq ue verdadeira ciencia dos tempos mdoernos nos teria sempre levado em direção a ela, em vez de para longe dela: de modo que entre os sabios mais antigos e todos os que os sucederam reinaria harmonia e mesmo identidade de opiniões, e o progresso dos conhecimentos- querendo-se falar de um progresso- não diria respieto a essencia, mas a comunicação dela. Tal concepção da religião e da ciencia é inteiramente errada: e ninguem ousaria ser partidario dela hoje em dia, se a eloquencia de Schpenhauer não a tivesse tomado sob sua guarda: esa eloquencia altissonante, ams que somente após uma geração alcaçou seus ouvintes. Do mesmp modo qeu da interpretação moral-religiosa que Schpenhauer fez dos homens e do mudno podemso tirar multissimo para a compreensão do cristianismo e de outras religiões, é certo também que ele se enagnou quanto ao valor da religião para o conhecimento. Nisso foi apenas um discipulo extremamente docl dos mestres da ciencia de seu tempo, que estimavam o Romantismo e haviam abjurado o espirito das Luzes; se tivesse nascido em nosso tempo, não poderia falar di sensus allegoricus da religião; prestaria antes homenagens a verdade, como costumava fazer, com estas palavras: até hoje nenhuma religião, seja direta ou indiretamente, como dogma ou como alegorai, conteve uma só verdade.Pois foi do medo e da necessidade que acda umas delas nasceua, e pordesvios da razão insinou-se na existencia;um dia, talvez, estando em eprigo por causa da ciencia, intrduziu mentirosamntem ems eu sistema um doutrina filosofica qualquer, de modo qeu mais tarde ela fosse ale encontrara: mas este é um truque  teologico, do tempo em que uma religião já duvida de si mesma. Esses artificios da teologia, que de fato forma praticados muito cedo no cristianismo, religião de uma época erdita e impregnada de filosofia, conduziram a superstição de sensus allegoricus, mas aina porém o hábitp de os filosofos (especialmente os mistos, os filosofos poetixantes e os artisats filosofantes) tratarem todos os sentimentos que encontrava, em si mesmos como essencia fundamental do homem, perminto a seus sentimentos religiosos terem uma infuencia significativa na estrutura intelectual de seus sistemas. Como so filosofos muitas vezes filosofaram sob a influÊNCIA DEA TRADIÇÃO OU, NO MINIMO, SOB  O PODER ANTIGO E HEREDITARIO DAQUELA “NECESSIDADE METAFISICA”, CHEGARAM A TEORIAS, chegaram a teorias que de fato eram bem semelhantes as teorias religiosas jadaicas, cristãs ou indianas – semlehantes tal como so filhos costumam semelhar as mães, exceto que nesste caso os pais não tinham ciência da maternidade, como as vezes aconece-, mas, na inocencia de sau admiração, incventaram fabulas a respeito da semelhança de familia entre as religiões e a ciencia. Na realidade, entre a reliogião e a verdadeira ciencia não existe  parentestco, nem amizade ou inimizade: elas habitam lanetas diversos. Tod fiosofia que deixa brlhar, na ecuridão de suas ultimas perspectivas, uma cauda de cometa religiosa, torna suspeito aquilo que apresenta como ciencia: tudo é , presuminvelmente, também religião, ainda que sob os enfeites da ciencia. De resto, se todos os povos concordassem acerca de determinadas coisas religiosas, por exemplo, acerca da existencia de um deus (o que nãoo sucede neste ponto particular, digase de passagem), isto seria apenas um argumento contario as coisas afirmasdas, por exemplo, a existencia de um deus: o consensus gentium [ consenso entre os povos] e mesmo hominum [ entre os homens] só pode justamente ser tido como uam tolice. Não existe sbsolutamebte um consensus omnium sapientium[ consenso de todos os sábios] em relação a uma cosia seuqer, esceto aquilo de que falam os versos de Goethe:

 

Alle die Weisesten aller der Zeiten

Lacheln und winken und stimmen mit ein:

Toricht, auf bessurung der To=oren zu barren!

Kinder der Klugheit, o halet die Narren

Ebem zum Narren auch, wie sichs  gehot!

[Os masi sábios de todos os tempos

Sorriem, acenam e estão de acordo:

É tolice espear a melhora dos tolos!

Filhos da sabedoria, façam tolos

Dos tolos, como deve ser!]

Dito sem verso nemr ima, e aplicado a nosso caso: o consensus sapientium consiste emq eu o consensus gentium é uma tolice.

 

            Origem do culto religioso.- Se remontarmos aos tempos emq eu a vdia religiosa florescia com toda a força, acharemos uma convicção fundamental que já não partilhamos, e devido a qual vemos fehadas definitivamente para nós a sportas da vida religiosa: tal convicção dis respeito a naturezae arelação com ela. Naqueles tempos nada se sabia sobre as leis da natureza; seja na terra, seja no ceu, nada tinha que suceder; uma estação, o sol, a cuva podiam vir ou faltar. Não havia qualquer noção de causalidade inaturali.quand se remava, não era o remo que movia o barco; remar era apenas uma cerimonia magica, pela qual se forçava um deminio a mover o barco. Todas as enfermidades, a propria morte eram resulatdo de influencias mágicas. O adoecer e o morrer não sobrevinham naturalmente; não existia a ideia de “ocorrenca natural”- que surgiu apenas com os antigos gregos, ou seja, numa fase bem tardia da humanidade, na concepção da Moira que reina acima dos deuses. Quando alguém atirava com o arco, havia sempre uma mão e uam força irracionais; se as fontes secavam de repente, pensavase primeiro em demonios subterraneos e suas maldades; se um homem caia, era  certamente o efeito invisivel da flecha de um deus. Na india (segundo Lubbock) op carpinteiro costuma oferecer sarificios a seu martelo, a sau machadinha e as ferramentas; o bramane trata do mesmo modo o lapis com que escrever, o soldados as armas que usa em campanha, o pedreiro sua toalaha, o lavardor seu arardo. Na imaginação dos homens religiosos toda a natureza é uma soma de atos de seres conscientes e querentes, um enorme complexo de arbitrariedades. Em relação a tudo oq eu nos é exterior não é permitida a conclusão de que algo será deste ou daquele modo, de que deverá acontecer dessa ou daquela maneia; o que existe de aproximadamente seguro, calculavel, somos nós: o homem é a rega, a natureza,  a ausência e regras- este principio contém a convicção fundamental que dominas as grosseiras culturas primitivas, criadoras de religião. Nós, homes modernos, sentimos precisamente o inverso: quanto mais interiormente rico o homem se sete hoje, quanto mais polifônica  a sua subjetividade, atnto masi poderosamente age sobre ele o equilibrio da naturzea; juntamente com Goethe, todos nós reconhecemos na natureza o grande meiod de tranquilização da alma mdoerna, ouvimos a bnatdia do pêndulo desse grande relógio com nostalgia de sosseo, re recnhecimento e silencio, como se pudéssemos absorver esse aquilibrio e somente por meio dele chegar a fruição de nós mesmos. Asntigamnete era o inverso: se recordamos as rude condições primiotivas dos povos ou vemos de perto os selvagens atuais achamo-los determinaos da maneira masi rigorosa pela lei, pela tradição: o individuo está quae que automaticamente ligado a ela e se move com a uniformidade de um pendulo. Para ele a natureza- a imcompreendida, terrível, misteriosa natureza – deve parecer o reinoda liberdade, do arbitrio, do poder superior, como que um estagio sobre-humano da existencia, deus mesmo. Mas então cada individuo, em atis epocas e condições, sente como sua vida, sau felicidade, e de sua familia, a do Estado, o sucesso de todos os empreendimentos, dependem dessas arbitrariedades da natureza: alguns fenomenos natuais devem sobreviver no tempo certo, e outros deixar de ocorre no tempo certo. Como ter influencia sobre essas temiveis incognitas, como subjugar o reinoda liberdade? Eis o que ele se pergunta, eis o qeu busca ansiosamente: não há como tornar esss potencias regulares mediante uma lei ou tradição, assim como voce proprio é regular?- As reflexões daqueles qeu acreditam em magia e milagres levam a impor uma lei a natureza-: e, me poucas palavras, o culto religioso é produto desas reflexões. O problema que esses homens se colocam é intimamente aparentado ao seguinte: como pdoe a tribo mais fraca ditar leis para a mais forte, decidir a respeito dela, dirigir suas ações ( na  relação com a mais fraca)? Recodemos primeiro a especie mais inocua de coação, aquela que execitamos ao conquistar a afeição de alguém, logo, por meio de súplicas e orações, por meio da submissão, do compromisso de tributos e presentes regulares, da exaltações lisonjeiras, é possivel também exercer uma coação sobre os poeres da natureza, na medida em  que os tornamos afeiçoados a nós: o amor vicnula e é vicualdo. Em seguida podemos  fechar acordos  em qeu nos obrigamso mutualmente a determinada conduta, stabelcemos penhores e trocamos juramentosMuito masi importante, porém, é uma especie de coação masi violenta, mediante a magia e a feitiçaria. Assim como o homem, com a ajuda de um feiticeiro, pode prejudicar um inimigo masi forte e mantê-lo amedrontado, assim como o feitiço do amor age a distancia, assim atmbem o homem fraco acreita poder guiar até mesmo os espiritos poderosos da natureza. O meio pricipal de toda magia é termos em noso poder algo que seja propro  de alguém: cabelos, unhas, um pouco da comida de sua mesa e mesmo sau imagem, seu nome. Com tal aparato se pode tnão praticar a magia., pois o pressuposto fundamental é de quem a todo ser espiritual pertence algum elemento corporal; com oauxilio deste se pode vincular o espirito, prejudicá-lo, destruí-l; o elemnto corporal fornece a alça com que podemos apreender o espiritual.


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