Um Livro para Espirítos Livres
síntese: Paolo Cugini
Digitação: Mury Brito
Prólogo
Já me disseram com frequência, e
sempre com enorme surpresa, que uma coisa une e distingue todos os meus livros,
do Nascimento da tragédia ao recém-publicado Prelúdio a uma filosofia
do futuro: todos eles contêm, assim afirmaram, laços e redes para pássaros
incautos, e quase um incitamento,
constante e nem sempre notado, à inversão das valorações habituais e dos
hábitos valorizados. Como?Tudo somente-humano, demasiado humano?Com esre
suspiro que um leitor emerge de meus liovros, não sem alguma reticência e até
desconfiança frente à moral, e mesmo ym tanto disposto e encoraiado a fazer-se
defensor das piores coisas: e se elas forem apenas as mais bem caluniadas?Já
chamaram meus livros de uma escola da suspeita, mais ainda do desprezo,
felizmente também da coragem, até mesmo da temeridade. De fato, eu mesmo não
acredito que alguém, alguma vez, tenhya olhado para o mundo cm mais profunda
suspeita, e não apenas como eventual advogado do Diabo, mas também, falando
teologicamente, como inimigo e acusador de Deus; e quem adivinha ao menos em
parte as conseuqencias de toda profunda suspeita, os calafrios e angústias do
isolamento, a que toda incondicional diferença do olhar condena que dela
sofre, compreenderá também com que frequencia, para me recuperar de min, como
para esquecer-me temporariamente, procurei abrigo em algum luigar – em alguma
adoração, alguma inimizade, leviandade, cientificidade ou estupidez; e também
por que, onde não encontrei o que precisava, tive que obtê-lo à força de
artificio, de falsificá-lo e cria-lo oeticamente para min (-o que outra coisa
fizeram sempre os poetas?para que serve toda a arte que há no mundo?). Mas o
que sempre necessitei mais urgentemente, para minha cura e restauração propria,
foi a crença de não ser de tal modo solitario, de não ver assim slitariamente- uma magica intuição de
semelhança e afinidade de olhar e desejo, um repousar na confiança da amizade,
uma cegueira a dois sem interrogação nem suspeita, uma fruição de primeiros
planos, de superficies, do que é proximo e está perto, de tudo o que tem cor,
pele e aparênca. Talvez me censurem muita “arte” nesse ponto, muita sutil
falsificaão de moeda: que eu, por exemplo, de maneira consciente-caprichosa
fechei os olhos à cega vontade de moral de Schopenhauer, num tempo em que já
era clarividente o bastante acerca da moral; e também que me enganei quanto ao
incuravel riomantismo de Richard Wagner, como se ele fosse um nício e não um
fim; também quanto aos gregos, também com os alemães e seu futuro – e talvez se
fizesse toda uma lista desses também... Supondo, porém, que tudo isso fosse
verdadeiro e a min censurado com razão, que sabe vocês disso, que podem
vocês saber disso, da astúcia de autoconservação, da racionalidade e superior
proteção que existe em tal engano de si- e da falsaidae que ainda me é necessarai?...
Basta, eu ainda vivo: e a vida não é excogitação da moral: ela quer
ilusão, vive da ilusãio... Porém, como velho imoralista e apanhador de
pássaros – falando imoralmente, amopralmente, “além do bem e do mal”?
-Foi assim que há tempos, qiando
necessitei,inventei para min os “espiritos livres”, aos quais é dedicado este livro melancólico-brioso que
tem o título de humano, demasiado humano:não existem esses “espiritos livres”, nuncam existiram – mas
naquele tempo, como disse, eu precisava deles como companhia, para manter a
alma alegre em meio a muitos males (doença, solidão, exílio, acedia, inatividade):
como valentes confrades fantasmas, com os quais proseamos e rimos, quando disso
temos contade, e que mandamos para o inferno, quando s tornam entediantes – uma
cmpensação para os amigos que faltam. Qu um dia poderão existir tais espiritos
livres, que a nossa Europa terá carne e osso e palpáveis, e não apenas, como
para min, em forma de especttros e sombras de um eremita: disso serei o último
a duvidar. Já os vejo que aparecem, gradual e lentamente; e talvez eu contribua
para apressar sua vinda, se descrever de antemão sob que fados os vejo nascer,
por quais caminhos aparecer.
Pode-se conjecturar que um espírito
no qual o tipo do “espírito livre” deva algum dia tornar-se maduro e doce até a
perfeição tenha tido seu evento decisico numa grande libertação, e qeua
nteriormente parecesse ainda mais atado e para sempre acorrentado a seu canto e
sua coluna. O que liga mais fortemenet?Que laços sãoqause indissolúveis?Para
homens de espécie masi alta e seleta serão os deveres: a reverência que é
própria da juventude, a reserva e delicadeza frente ao que é digno e venerado
desde muito, a gratidão pelo solo do quaç vieram, pela mão que os guiou, pelo
santúario onde aprenderam a adorar – precisamente os seus instantes mais altos
os ligarão masi firtemente, os obrigarão da maneira mais duradoura. A grande
liberação, para aqueles atados dessa forma, vem súbita como um tremor de terra:
a jovem alma é sacudida, arrebatada, arrancada de um golpe – ela própria não
enetnde o qeu se passa. Um ímpeto ou impulso a governa e domina,;uma vontade,
um anseio se agita, de iir adiante, aonde for, a todo custo, ; uma veemente e
perigosa curiosidade por um mundo indescoberto flameja e lhe inflama os
sentidos. “Melhor morrer do que viver aqui” – é oq eu diz a voz da
sedução imperiosa: e esse “aqui”, esse “em casa” é tudo o que ela amara até
então!Um súbito horros e suspeita daquilo que amava, um clarão de desprezo pelo
que chamava “dever”, um rebelde, arbitrário, vulcânico anseio de viagem, de exílio,
afastamento, esfriamento; enregelamento, sobriedade, um ódio ao amor, talvez um
gest e olhar profanador para trás, para onde até então amava e adorava,
talvez um rubor de vergonha pelo qeu acabava de fazer, e ao memso tempo uma
legria por fazê-lo, um ébrio, íntimo, aleger temor, no qual se revela
uma vitoria – uma vitoria?sobre o quê? Sobre quem? Enigmática, plena de
questões, questionável, mas a primeira vitoria: - tais coisas ruins e
penosas pertencem a historia da grande liberação. Ela é simultaneamente uma
doença que pode destruir o homem, essa priemira eupção de vontade e força de
autodeterminação, de determinação prória dos valores, essa vontade de livre
vontade: e quanta doença não se exsprime nos selvagens experimentos e
excentriidades com que o liberado, o desprendido, procura demonstrar seu
dominio sobrea s coisas! Ele vagueira curel, com avidez insaciada: o que ele
captura, tem de pagar a perigosa tensão odo seu orgulho; ele dilacera o qeu o
atrai. Com riso maldoso ele revolve o qeu encontra encoberto, poupado por
alghum pudor: experimenta como se mostram as coisas, quando são reviradas. Há
capricho e prazer no caprixo, se ele dirige seu afvor ao que até agora teve má
reputação – se ele ronda curioso e tentador, tudo o que é mais proibido. Por
trás do seu agir e vagar – pois ele é
inquieto, e anda sem fim como num deserto – se acha a interrogação de
uma curiosidade crscentemente perigosa. “Não é possível revirar todos os
valores? E o Bem nãos eria Mal? E Deus apenas uma ionvenção e finura do Dmônio?
Seria tudo falso, afinal? E se todos somos enganadps. Por isso mesmo não somos
também enganadores? Não temos de ser também enganadores” – tais
pensamentos o conduzem e seduzem, sempre mais além, sempre mais à aprte. A
solidão o cerca e o abraça sempre mais ameaçadora, asfixiante, opresiva,
terríbvel deusa e matern saeva cupidinum [selvagem mãe das paixães]- mas
quem sabe hoje o que é soidão?...
Desse isolamento doentio, do deserto
desses anos de experimento, é ainda longo o caminho até a enrome e
transbordante certeza e saúde, que não pode dispensar a propria doença como
meio e anzol para o conhecimento, até a madura liberdade do espírito,
que é também autodomínio e disciplina do coração e permite o acesso a modos de
pensar numerosos e contrários – até a amplidão e refinamento interior que vem
da abundância, que exclui o perigo de que o espírito porventura se perca e se
apixone pelos próprios caminhos e fique inebriado em algum canto; até o excesso
de forças plásticas, curativas, reconstrutoras e restauradoras, que é
precisamente a marca de grande saúde, o excesso que dá ao espírito livre
o perigoso privilégio de poder viver por experiência e oferecer-se à
aventura: o privilégio de mestre do espírioto livre! No entremeio podem estar
longos anso de convalescença, anso plenso de transformações multicores,
dolorosamete mágicas, dominadas e conduzidas por uma tenas vontade de saúde,
qeu frequentemente ouça vestir-se e travestir-se de saúde. Há um estado
intermediáriom, de que um homem com esse destino não se lembrará depois sem
emoção: uma pálida, refinada felicidade de luz e sol que lhe é pecukliar, uma
sensação de liberdade de pássaro, de horizonte e altivez de pássro, um terceiro
temor, no qual curiosade e suave desprezo se uniram. Um “espirito livre” – esta
fria expressão faz bem nesse estado, aquece quase. Assim se vive não masi nos
grilhões de amor e ódio, sem Sim, sem Não, voluntariamente próximo, voluntariamente
longe, de preferência escapand, evitando, esvoaçãndo, outra vez além, novamente
patra o alto; esse homem é exigente, mal-acostumado, como todo aquel que viu abaixo
de si uma multiplicidade imensa- torna-se o extao oposto dos que se ocupam
de coisas que não lhes dizem respeito. De afto, aos espíritos livre dizem
respeito, de ora em diante, somente coisas- e quantas coisas!-que não maiso preocupam...
Um apsso adiante na convalescença: e
o espirito livre se aproxima novamente à vida, lentamente, sem dúvida, e
relutante, seu tanto desconfiado. Em sua volta há masi calor, masi dourado
talvez; sentimento e simpatia se tornam profindos, todos os ventos tépidos
passam sobre ele. È como se apenas hoje tivesse olhospara o que é próximo.
Admira-se e fica em silêncio: onde estava então? Essas coisas vizinhas e
próximas: como lhe parecem mudadas! De qeu magia e plumagem se revestiram!Ele
olha agradecido para trás – agradecido as suas andanças, a sua dureza e
alienação de si, a seus olhares distantes e vôos de pássaro em frias alturas.
Como foi bom não ter ficado “em cas”, “sob seu teto”, como um deliacdo e
embotado inútil!Ele estava fora de si: não há dúvdia. Somente agora vê a
si mesmo – e que surpresas não encontra!Que arrepios inusiatdos!Que felicidade
mesmo no cansaço, na velha doença, nas recaídas do convalescente! Comio lhe
agrada estar quieto a sofrer, tecer paciência, jazar ao sol!Quem, como ele,
compreende a felicidade do inverno, as manchas de sol no muro?São os mais
agradecidos animasi do mudno, e também os masi modestos, esses convalescentes e
lagartos que de novo se voltam para a vida: - há entre eles os que não deixam
passar o dia sem lhe pregar um hino doe louvor à orla do manto que se vai. E,
falando seriamente: é uma cura radical para todos pessimismo ( o câncer dios
velhos idealistas e hérois da mentira, como se sabe-) ficar doenet à maneira
desses espíritos livres, permanecer doente por um bom período e depois, durante
masi tempo, durante muito tempo tornar-se sadio, quero dizerm “mais sadio”. Há
sabedoria nisso, sabnedoria de vida, em receitra para si memso a saúde em
pequenas doss e muito lentamente.
Por esse tempo pode finalmente
ocorre, à luz repentina de uma saúde ainda impetuosa, ainda mutável, qeu ao
espírito cada vez mais livre comece a se desvelar e enigma dessa grande
liberação, que até então aguardara, escuro, problemático, quase intangível, no
interior de sua memória. Se por longo tempo ele mal ousou perguntar: “por que
tão à parte? Tão solitário? Renunciadndo a tudo o que venerei? Renunciado a
propria veneraçãao? por que essa dureza, essas suspeita, esse ódio as suas
proprias virtudes?” – agora ele ousa perguntar isso em voz alta e ouve algo que
seria uma resposta. ‘Você deve tronar-se senhor de si mesmo, senhor também de
suas prórpias virtudes. Antes eram elas os senhores; mas não podem ser
mais que seus instrumentos, ao lado de outros instrumentos. Você deve ter
dominio sobre o seu oróe o seu contra, e aprender a mostrá-los e novamebnte
guardá-los de acordo com seus fins. Você deve aprender a perceber o que há de
perspectivas em cada valoração – o deslocamento, a distorção e a aparente
telelogia dos horizontes, e tudo o que se relaciona à perspectivas; também o
quê de estupidez que há nas oposições de valores e a perda intelectual com que
se paga todo pró e todo conta. Você deve apreender a injustiça necessária
de todo pró e conta, a injustiça como indissociável da vida, a própria vida
como icondicionada pela perspectivas e sua injustiça é maioor: ali onde a vida
se desenvolveu ao mínimo, do modo mais estreito, carente, inicipiente, e no
entnato não pode deixar de se considerar fim e medidad das coisas e em nome de
sau preservação despedaçar e questionar o que for mais elevado, maior e masi
rico, secreta e mesquinhamento, incessantemente – você deve olhar com seus
olhos o problema da hierarquia e como poder, direito e amplidão das
perspectivas crscem conjuntamente às alturas. Você deve “– basta, o espírito
livre sabe agora a qual você deve” obedecer, e também do que agora é capaz,
o que somente agora lhe é – permitido...
Tal é a resposta que o espírito lhe
dá a si mesmo no tocante ao enigma de sua oiberação, e, ao generalizar seu
acso, emite afinal um juizo sobre a sua vivência. “Tal como sucedeu a min”, diz
ele para si, “deve suceder a todo aquele no qual uma tarefa quer tomar
corpo e ‘vir ao mundo’.” A secreta força e necessidade dessa tarefa estará
agindo, como uma gravidez insconsciente, por trás e em cada uma das suas
vicissitudes – muito antes de ele ter em vista e saber pelo nome essa tarefa.
Nosso destino dispõe de nós, mesmo quando ainda não o conhecemos; é o futuro
qeu dita às regras do nosso hoje. Supondo que nso seja permitido, a nos,
espíritos livres, ver no problema da hierarquia a nosso problema:
somente agora, no meio-dia de nossas vidas, entendemos de que preparativos,
provas, desvios, disfarces e tentações o problema necessitava, antes qeu pudesse
surgir diante de nós, e como tínhamos primeiro que experimentar os mais
diversos e contraditórios estados de indigências e felicidade na alma e no
corpo, como aventureiros e circunavegadores desse mundo iterior que se chama
“ser humano”, como mensuradores de todo grau, de cada “ mais eleavdo” e
“um-acima-do-outro” qe também se chama “ser humano” – emt oda parte penetrando,
quase sem temor, nada desprezando, nada perdendo, tuso saboreando, tudo
limpando e como que peneitando do que seja acaso-, até que enfim pudemso dizer,
nós, espíritos livres: “Eis aqui- um novo problema! Eis uma longa
escada, em cujos degraus nós mesmo sentamos e subimos- que nós mesmo fomos um
dai!Eis aqui um mais elevado, um mais profundo, um abaixo-de-nós, uma longa e
imensa ordenação, uma hierarquiia que enxergamos: eis aqui – o nosso problema!”.
-Nenhum psicologo e leitor de signos
deixará de operceber por um instiante em qeu lugar do desenvolvimento descrto
se inclui (ou está colocado-) o presente livro. Mas onde existem hoje
psicologos?Na frança, certamente, talvez na Rússica; não na Alemanha, com
certeza. Não faltam mptivos por que os alçemães de hoje não pudessem tomnar
isso como uma distinção: muito mau para quem nesse ponto é bem ouco alemão de
ânimop e de índole!Este livro alemão, que souve encontrar seus leitores num
vasto círuclo de povos e terras- há quse dze anos ele circula- e que deve
entender de música e da arte da flauta, para seduzir também os ouve
estrangeiros esquivos-, precisamente na Alemanha este livro foi mais
negligenciado, foi menos ouvido: por que motivo? “Ele exige muito”, foi a
resposta, “ele se dirige a pessaoas que não vivem atormentadas por uma
ibrigação boçal, ele pede sentidos eliacdos e exigentes, etm ncessidade do
supérfluo, da supoerfluidade de tempo,
da clareza de céu e coração, de otium [ócio] no sentido masi temerário:
- coisas boas, que os alemães de hoje não podem ter e portanto não podem
dar.”-Depois de uma reposta tão ajuizada, minha filosfia me aconselha a calar e
não fazer mais perguntas; sobretudo porque em certos casos, como diz o
provérbio, só se permanece filósofo-mantendo o silêncio.
Capítulo Primeiro
DAS COISAS PRIMEIRAS E ÚLTIMAS
Estia das verdades despretenciosas. - É marca de uma cultura supeiror
estimar as pequenas verdades despretensiosas achadas com método rigoroso, mais
do que os erros que nos ofuscam e alegra, oriundos de tempos e homens
metafísicos e artísticos. No início as primeiras são vistas com escárnio,
simples, sóbrias, aparentemete desanimadoras, os outros tão belos, esplêndidos,
e ncantadores, talvz extasiantes. Mas o que foi arduamente conquistado, o
certo, duradouro e por isso relevante para todo o conhecimento posterior, é
afinal superior; apegar-se a ele é viril e demnstra coragem, simplicidade
moderação. Aos poucos, não apenas o indivídup, mas toda a humanidade se alcará
a esta virilidade, quando enfuim e duraveis, e perder toda crença na inspiração
e na comunicação milagrose de verdaes. – é certo que os adoradore das formas,
com sua escala do belo e do sublime, terão boas razões para xombar inicialmnet,
tão longo a estima das verdades despretensiosas e o espírito científico comecem
a predominar: mas apenas poruqe seus olhos não se abriram aina para a atração
da forma masi simples, ou poruqe, so homens eduacdos nesse espírito
aidna não se acham plena e intimamente tomados por ele, de modo que continuam a
imitar irrefletidamente as velhas formas (e isso absntes mal, como afz quem já
não se importa muito com algo). Em terpos passados, o espírito não era
solicitado pelo pensamento rigoroso; ocupava-se eem urdir formas e símbolos.
Isso mudou; a ocupação séria com o simbólico tornou-se distintivo da cultura
inferior; assim conmo nossas artes mesmas se tornam cada vez masi intelectuais
e nossos sentidos masi espirituais, e como atualmente julgamos, por exemplo, da
maneira bem diversa da de cem anos attrás aquilo que é sensualembte harmonioso:
assim também as formas de nossa vida se tornaam cada vez mais espirituais,
e para os olhos de épocas antigas talvez mais feias, mas apenas porqeu
não conseguem ver como o reino da beleza interior, espiritual continuamente se
aprofunda e se amplia, e emq eu media, para todos nós, o olhar inteligente pode
hoje valer masi qeu a estrutura mais bela e a constrção masi sublime.
Mundo metafisico. - è verdae que poderia existir um
mundo metafísico; dificilmente podemos contestar a sua ossibilidade absoluta.
Olhamos todas as coisas com a cabeça humana, e é impossivel cortar essa cabeça;
mais permanece a questão de saber o qeu aionda existiria do mundo se ela dosse
emsmo cortada. Esse é um problema puramente cientifico e não muito apto a
preocupar os homens; mas tudo o que até hoje tornou para eles valiosas,
pavoroas, prazerosas as suposições metafísicas, tudo o que as criou, é
paixãp, erro e auto-ilusão; foram os piores, e não os melhores métodos
cognitivos, que ensinaram a acreditar nelas. Quando esses métodos se revelaram
o fundamento de todas as religiões e metafísicas existentes, eles fioram
refutados. Então resta aidna aquela possibildiade; mas com ela não se pode
fazer absolutamente nda, muito menos permitir que felicidade, salvação e vida
dependam dos fios de aranha de tal possibilidade. Pois do mundo metafísico nada
se poderia afirmar além do seu ser-ouu-outro, um para nós inacessíveis,
imcpmpreensível ser-outro; seria uma coisa com propriedades negativas. -Aidna
que a existência de tal mundo estivesse bem aprovada, o conhecimento dele seria
o mais insignificante dos conhecimentos: masi aidna do que deve ser para o
navegante em meio a um perigoso temporal, o conhecimento da análise química da
água.
Inocuidade da metafísica no futuro.
- Logo que a
religião, a arte e a moral tiverem sua gênese descrita de maneita tal qeu
possam ser inteiramente explicadas, sem que se recorra à hipótese de intervenções
metafísicas n no início e no curso do trajeto, acabarpa o masi forte
interesse no problema puramente eórico da “coisa em si” e do “fenêmoneo”. Pois,
seja como for, com a religião, a arte e a moral não tocamos a “essência do
mundo em si”, estamos no domínio da representação, nenhuma “intuição” pode nos
levar adiante. Com tranquilidade deixaremos para a fisiologia e história da
evolução dos organismos e dos conceitos a questao de como pode a nossa imagem
do mundo ser tão distintas da essência inferida do mundo.
Não há interior e exterior mo mundo. - Assim como Demócratico trasferiu
os conceitos de “em cima” e “embaixo” para o espaço infinito, onde não têm
sentido algum, os filósofos transportam o conceito de “interior e exterior” par
a essência e a aparência do mundo; acham qeu com sentimentos profundos chegamos
aoprofundo interior, aproximamo-nos do coração da naureza. Mas esses
sentimentos são profundos apenas na medidad emq eu com eles, de modo quase
imperceptível, se excitam regularmente determinados grupos complexos, de
pensamentos, qeu chamamos de profundos; um sentimento é profundo poruqe
sconsideramos profundos o pensamento que o acompanha. Mas o pensamento profundo
pode estar muito longe da verdade, como, por exemplo, todo pensamnto
metafísico; se retiramos do sentimento profundo os elemesntos intelectuais; se
retiramos do sntimento profundo os elemesntos inteletuais a ele misturados,
resta o sentimento forte, e este não é capaz de garantir, para o
conhecimento, nada alémd e si mesmo, tal como a crença forte prova apenas a
ssura força, não a verdade daquuilo em que se crê.
Explicações metafísicas. - O
homem jovem aprecia explicações metafísicas, poreue elas lhe revelam, em
coisas que ele achava desagradaveis ou desprezíveis, algo bastante
significativo; e. Se estiver descontente consigo mesmo, este sentimento se
aliviará quando ele reconhecer o mais estranhado engma ou miséria do mudno
naquilo que tanto reprova em si. Sentir-se masi irresponsavel e ao mesmo tempo
achar as coisas masi interessantes – isso constitui, para ele, o duplo
beneficio que deve à metrafísica.è certo que depois se torna desconfiado em
revelação a toda esécie de explicação metafísica; então compreende talvez, qeu
os mesmos efeitos podem ser obtidos por outro caminho, igualmente bem e de modo
masi cientifico: que as explicações físicas e historicas de irresponsibildiade,
e talvez inflamen aidna mais o interesse ela vdia e seus problemas.
Questões fundamentais da metafísica. - Quando algum dia se escrever a
historia da gênese do pensamento, nela também se encontrará, sob uma nova lz, a
seguinte fase de um lógico eminente: “A originaria lei universal do sujeito
congnoscente consiste na necessidade interior de reconhecer cada objeto em si,
em sau propria essência, como um objeto idêntico a si mesmo, portanto,
existente por si mesmo e, no fundo, sempre igual e imutável, em suma, como uma
substância”. Também essa lei, aí denominada “originaria”, veio a ser – um dia
será mostrado como gradualmente surge essa tendência nos organismos inferiores:
como os estúpidos olhos de toupeira dessas organizações vêem apenas a mesma
coisa no inicio; como depois, ao se tornarem masi perceptíveis os diferentes estímulos
de prazer e desprazer, substâncias distintas são gradualmente diferenciadas,
mas cada uma com um atributo, isto é, uma única relação com tal
organismo. - O primeiro nivél do [pensamento] lógico é o juizo, cuja essência
consiste, segundo os melhores lógics, na crença. Na base de toda crença está à sensação
do agradável ou do dolorosoem referência ao sujeito que sente. Uma terceira
e niova sensação, resultado das suas precedenets, é o juízo em sua forma
inferior. -A nós, seres organicos, nada interessa originalmente numa ocisa,
exceto sua relação conosco no tocante ao coentes dessa relação, entre os
estados do sentir, há os de repouso, os de não sentir: então o mudno e cada
coisa não têm interesse para nós, não notamos mudanças neles ( como ainda hoje alguém
bastante interessado em algo não nota que um outro passa ao lado). Para uma
planta, todas as coisas são normalmente quietas, eternas, cada cosia igua a si
mesma. Do período dos organismos inferiores o homem herdou a crença de que há coisas
iguais (só a esperiência cultivada pela, mas alta ciência contradiz essa
tese). A crença primeira de todo ser organico, desde o principio, é talvez a de
uqe todo o mundo estante é uno e imóvel. -Nesse primeiro nivel lógico, o
pensamento da causalidade se acha bem distante: ainda hoje acreditamos,
no fundo, que odas as sensações e ações sejam atos de livre-arbítrio; quando
observa a si mesmo, o indivíduo ques ente considera cada sensação, cada
mudança, algo isolado, isto é, incondicianado, desconexi, que emerge de
nós sem ligação com o que é anterior ou posterior. Temos fome, mas
primeiramente não pensamos que o organismo queria ser conservador; esta
sensação parace se impor sem razão e finalidade, ela se isola e se
considera arbitrária. Portanto: a crença na liberdade da vontade é erro
original de todo ser organico, de existência tão antiga quando as agitações
iniciasi da lógica; a crença em substância incondicionada e coisas semelhantes
é também um erro original e igualmente antigo de tudo o que é orgânico. Porém, na
medida em que toda a metafísica se ocupou principalmente na substância e da
liberdade do querer, podemso designá-la como a ciência que trata dos erros
fundamentais do homem, ams como se fossem verdades fundamentais.
Substituto da religião. - Cremos dizer algo de bom sobre uma
filosfia, quadno a apresentamos como substituto da reigião para o povo. De
fato, na economia espiritual são necessários, ocasionalmente, círculos de
idéias intermediários; de modo qeu a passagem da religião para a concvepção
cientifica é um salto violento e peirgoso, algo a ser desancoselahdo. Neste
sentido é justificado aquele louvor. Mas deveríamos também aprender, afinal,
que as necessidades que a religião satisfez e que a filosfia deve agora satisfazer
não são imutáveis; podems er enfraquecidas e eliminadas. Peesemos, por
exemplo, na muséria cristã da alma, no lamento sobre a corrupção interior, na
preocupação com a salvação – conceitos oriundos apenas de erros da razão,
mercedores não de satisfação, mas de destruição. Uma filofia pode ser útil satisfazendo
também essas necessidaes, ou descartando-as, pois são necessidades
aprednidade, temporalmente limitadas, que repousam em pressupostos contrários,
a fim de aliviar os ânimos sobrecargado de sentimentos; pois aquelas concepções
são bem menos alimentadas pela arte do qeu por uma filosfia metafísica.
Partindo da arte, pode-se passar masi facilemnte para uma ciência filosófica
realemnet libertadora.
Capítulo Segundo
CONTRIBUIÇÃO À HISTÓRIA DOS
SENTIMENTOS MORAIS
A dupla pré-história do bem e do mal.- O
conceito de bem e mal tem uma dupla pré-história; primeiro, na alma das
tribos e castas dominante. Quem tem o poder de retribuir o bem com o bem, o mal
como o mal, e realemnet o faz, ou seja, quem é grato e vingativo, é chamdo de
bom; quem não tem poder e não pode retribuir é tido por mau. Sendo bom, o homem
pertence aos “bons”, a uma comunidade que tem sentimento comunal, pois os
individuis se acham entrelaçados mediante o sentido da retribuição. Sendo mau,
o homem pertence aos “maus”, a um bando de homns submissos e impotentes que não
têm sentimento comunitário. Os bons são uma casta; os maus, uma massa copo o
pó. Durante algum tempo, bom e mal equivalem à nobre ae baixo, senhor e
escravo. Mas o inimigo não é considerado do mau: ele pode retribuir. Em Homero,
atnto os troianos como os gregos sãos bons. Não aquele que nos causa daono, asm
aquele desprezível, é tipdo por mau. Na comunidade dos bons o bem é herdado: é
impossível que mau cresça em terreno tão bom. Apesar disso, se um dos bons afz
algo que seja indigno dos bons, recorrese a expedientes; por exemplo,
atriubui-se a culpa a um deus: diz-se que ele golpeou o bom com a cegueira e a
loucura. - Depois, na alma dos oprimidos, dos impotentes. Qualquer outro
homem é consierado hostil, inescrupuloso, explorador, cruel, astuto, seja ele
nobre ou baixo. “mau” é a palavra que caracteriza o homem e mesmo todo ser vivo
que suponha existir, um deus, por exemplo; humano, divios igficam o mesmo que
diabólico mau. Os signos da bondade, da solicitude, da compaixão sãos vistos
medrosamente como perfídia, prelúdio de um desfecho terrível, entorpecimento e
embuste, como maldade refinada, em suma. Com tal mentalidade no indivíduo,
dificilmente pode surgir uma comunidade, no máximo a sua forma mais rude: de modo que emt oda a
parte onde predomina essa concepção e bem e mal o declínio dos indivíduos, de
suas trbos e raças está próximo.- Nossa moralidade atual cresceu no solos das
tribos e casats dominantes.
Pretensos graus da verdade. - Um dos maism frequetes erros de
raciocinos é este: se alguém é verdadeiro e sincero conosco, então ele diz a
verdade. Assim a criança acredita nos julgamentos de seus pais, o cristão nas
afirmações dos fundadores da Igreja. De igual maneira, não se quer admitir que
tudo o que os homens defenderam com o sacrifício da felicidade e da vida, em
séculos passados, eram aopenas erros: talvez se diga que eramm estágios da
verdade. Mas no fundo as pessoas acham que, se alguém acreditou honestamente em
algo e lutou e morreu por sua crença, seria bastante injusto se apenas
um erro o tivesse animado. Tal aconteciemtno parece contradizer a justiça, em
oposição a sau cabeça, qeu entre as ações morais e as percepções intelectuas
deve necessariamente existr uma ligação. Infelizmente não é assim; pois não há
justiça externa.
Suspeitar da moral por causa da fé.-Nenhum poder se impõe, se tiver
apenas hipócritas como representantes; por mais elementos “mundanos” que possua
a Igreja católica, sau força está naquelas naturezas sacerdotais, ainda hoje
numerosas, que tornam a vida difícil e profunda para si mesmas, e ans quais
o olhar e o corpo consumido testemunham
vigílias, jejuns, roações candentes, e talvez até flagealdos. Tais naturezas
abalam e maedrotam as pessoas: como? E se fosse necessário viver assim?-
eis a terrível pergunta que a visão desses homens suscita. Ao propagar essa
dúvida, eles erguem continuamente mais pilar para seu pdoer; mesmo os qeu os
que pensam livremente não ousam contrariar um ser assim abnegado, dizendo-lhe,
com duro sentido de verdade: “Ó enganado, não engane!”.-Apenas a diferença das
concepções os separa dele, de modo algumuma diferença de bondade ou maldade;
mas aquilo de que não gostamos, costumamos tratar com injustiça.Fala-se da
astúcia e da arte infame dos jesuítas, mas não se vê a auto-superação a que
todo jesuíta se obriga, e como o regime facilitado de vida, pregado nos manuais
jesuíticos, deve beneficiar não a eles, mas aos leigos. E podemso indagar-se,
com tática e organização semelhante, nós, esclarecidos, seríamos instrumentos
tão bons, tão dignos de admiração pela vitória sobre si mesmo, pela
infatigabilidade, pela dedicação.
Origem da justiça.-A justiça (equidade) tem origem entre homens de aproximadamente o mesmo
poder, com Tucídides (no terrível diálogo entre os enviados atenienses e
mélios) corretanmente percebeu: quando não existe preponderância claramente
reconhecivel, e um combate resultaria em prejuízo inconseuqente para od dois
lados, surge a idéia de se entender e de negociar as pretensões de cada lado: a
troca é o carater inicial da
justiça. Cada um satisfaz o outro, ao receber aquilo que estima mais que o
outro. Um dá ao outro o que ele quer, para tê-lo como seu a partir de então, e
por sua vez recebe o desejado. A justiça é, portanto, retribuição e intercâmbio
a vingança pertence ao domínio da justiça, ela é um intercâmbio. Do mesmo modo
a gratidão.-A justiça remonta naturalmente ao onto de vista de uma perpiscaz
autoconservação, isto é, ao egoísmo de reflexão que diz: “por que deveria eu
prejudicar-me inutilmente e talvez não alcançar a minha meta?”.-Isso quanto à origem
da justiça. Dado que os homens, conforme o seu hábito intelectual, esqueceram
a finalidade original das ações denominadas justas e equitativas, e
especialemente porque durante milênios as crianças foram ensinadas a admirar e
imitar essas ações, aos poucos formou-se a aparência de quem uma ação justa é
uma ação altruísta; mas nesta aparência se baseia a alta valorização que ela
tem, a qual, como toas as valorizações, está sempre em desenvolvimento: pois
algo altamente valorizado é busacdo, imitado, multiplicado com sacríficio, e se
desenvolve poruqe o valor do esforço e do zelo de cad indivíduo é também
acrescido ao valor da coisa estimada.-Quão pouco moral parecera o mundo sem o
esquecimento!Um poeta poderia dizer que Deus instalou o esquecimento!Um poeta
poderia dizer que Deus instalou o esquecimento como guardião na soleira do
tempo da dignidade humana.
As três fases da moralidade até
agora.-O primeiro
sinal que o animal se tornou homem ocorre quando seus atos ja não dizem
respeito ao bem-estar momentâneo, mas àquele duradouro, ou sej,a quando o homem
busca a utilidade, a adequaçã a um fim: então surge pela primeira vez o
livre domínio da razão.Um grau ainda mais elevado se alcança quando ele age
conforme o princípio da honra, em virtude do qual ele se enquadra
socialmente, sujeita-se a sentimentos comuns, o que o eleva bem acima da fase em qeu apenas a utilidade
entendida pessoalmente o guiava: ele respeita e quer ser respeitado, ou seja;
ele concebe o útil como dependente daquilo que pensa dos outros e daquilo que
os outros pensam dele. Por fim, no mais alto grau da moralidade até agora,
ele age conforme a sua medida das coisas e dos homens, ele próprio
define para si e para outros o que é honroso e o que é util; torna-se o
lesgilador das opniões, segundo a noção cada vez mais desenvolvida do útil e
do honroso. O conhecimetno duradoura, á
utilidade pessoal, o honroso reconhecimento de valor geral e duradouro àquele
momentâneo: ele vive e age como indivíduo coletivo.
Moral do indivíduo maduro.-Até agora a impesssoalidade foi
vista como a verdadeia caracteristica da ação moral; eonstrou-se que no início
foi a consideração pela utilidade geral que fez todas as ações impessoais serem
louvadas e distinguidas. Mas não estaria iminente uma significtiva
transformação dessa maneira de ver, agora que cada vez mais se percebe que
justamente na consideração mais pessoal possível se acha também a maior
utilidade para conjunto; de modo que
precisamente o agir estritamente pessoal correponde ao conceito atual da
moralidade (entendida como utilidade geral)? Fazer de si uma pessoa inteira,
e em tudo quanto se faz ter em vista o seu bem supremo – isso leva mais
longe do que as agitações e ações compassivas em favor de outros. Sem dúvida,
todos nós sofremos ainda com a
pouquissima atenção dada ao que é pessoal em nós; ele está mal
desenvolvido – confessems que dele subtraímos violentamente nosso interesse,
sacrificando-o ao estado, à ciência, ao carente de ajuda, como se fosse a parte
ruim, que tivesse de ser sacrificada. E agora queremos trabalhar para o
próximo, as apenas enquanto vemos nesse trabalh nossa vantagem suprema, nem
mais, nem menos. Trata-se apenas de saber o que se entende por vantagem
própria; justamente o indivíduo imaturo, não desenvolvido e grosseira
entenderá isso no sentido mais grosseiro
Costumes e moral.-Se moral, morigerado, ético
significa prestar obediência a uma lei ou tradição há muito estabelecida. Se
alguém se sujeit a ela com dificuldade ou com prazer é indiferente, bastando qeu o faça. “Bom” é
chamdo aquelq eu, após longa hereditariedade é quase por natureza, pratica
failmente e de bom grado o que é moral,
conforme seja ( por exemplo, exerce a vingança quando exercê-la faz
parte do bom costume, como entre os antigos gregos). Ele é denominado bom
porque é bom “para lgo”; masi como, na mudança dos costumes, a benevolência, a
compaixão e similares sempre foram sentidos como “bons apara algo”, como úteis,
agora sobretudo o benevolente, o prestativo, é chamado de “bom”. Mau é ser “não
moral” (imoral), praticar o maus costume, ofender a tradição, seja ela racional
ou estúpida; especialmente prejudicar o proximo fi visto nas leis morais das
diferentes épocas como nocivo, de modo que hoje a palavra “mau” nos faz pensar
sobretudo no dano voluntário ao próximo. “Egoísta” e “altruísta” não é oposição
fundamental que levou os homens à diferenciação entre moral e imoral, bom e
mau, mas sim estar liagdo a uma tradição, uma lei, ou desligar-se dela. Nisso
não importa saber como surgiu a
tradição, de todo modo ela o fez sem consideração pelo be e omal, ou por algum
imperativo categórico imanente, mas antes de tudo a fim de conservar uma comunidade,
um povo; cada hábito supersticioso, surgido a partir de uma caso erroneamente
interpretado, determina uma tradição que é moral seguir; afastar-se dela é
perigoso, ainda masi nocivo para a comunidade que para o individuo pois
a divinidade pune a comunidade pelo sacrilegio e por toda violação de susas
perrogativas, e apenas ao fazê-lo pune também o indivídu). Ora, toda tradição
se torna mais respeitavel a medida que fica masi distante a sau origem, quanto
mais esquecida for esta; o respeito que lhe é tributado aumenta a cada geração,
a tradição se torna enfim sagrada, despertando temor e veneração; assim, e todo
modo a moral da piedade é muito mais antiga do que a que existe ações
altruístas.
O prazer no costume.-Um importante genero de prazer, e
com isso imporatente fonte de moralidade, tem no hábito. Fazemos o habitual
masi facilmente, melhor, e por isso de mais bom gardo; sentimos prazer nisso, e
sabeos por experiência que o habitual foi comprovado, e portanto é útil; um
costume com o qual podemos viver demonstrou seu salutar, proveitoso, ao
contrário de todas as novas tentativas não comprovadas. O costume é, assim, a
união do útil ao agradavél, e além disso não pede reflexão. Sempre que pode
exercer coação, o homem a exerce para impor e introduzir seus costumes,
pois para ele são comprovada sabedopria de vida. Do mesmo modo, uma comunidade
de individuos força todos eles a adotar o mesmo costume. Eis a conclusão
errada: porque nos sentimos bem com um costume, ou ao menso levamos nossa vida
com ele, esse costume é necessario, pois vale como a única possibildiade na
qual nos sentimos bem, o bem-estar da vida parece vir apenas dele. Essa
conmcepção do habitual como condição da existencia é aplicada aos muinimos
detalhes do costume: como a percepção da causadlidade real é muito esacassa
entre os povos e as culturas de nível pouco elevado, um medo supersticioso
cuida para que todos sigam o mesmo caminho; e até quando o costume é dificil,
duro, pesado, ele é conservado por sua utilidade aparentemente superior. Não
sabem que o mesmo grau de bem-estar pode existir com outros costumes, e que mesmo graus superiores podem ser
alcanaçados. Mas certamente notam que todos os costumes, inclusive os mais
duros, tornam-se mais agradaveis e mais brandos com o tempo, e que também o
mais severo modo de vida pode se tornar hábito e com isso um prazer.
Prazer e instinto social.-de suas relações com os outros
homens o homem adquire um novo tipo de prazer, além das sensações
prazerosas que retira de si mesmo; e com isso aumenta significativamente o
âmbito das sensações de prazer. Nisso eletalvez tenha herdado muiat coisa dos
animais, que visivelmente sentem prazer ao brincar usn com os outros, sobreturo
uma mãe com seus filhotes. E lembramos as relações sexuais, que fazem quase
toda fêmea parecer interssante a todo macho e vice-versa, tendo em vista o
prazer. Em geral, a sensação de prazer com base ans relações humanas torna o
homem melhor; a alegria comum, o prazer desfrutado em conjunto a aumenta, dá
segurança ao individuo, torna-o mais afavel, dissolve a dsconfiança e a inveja:
pois ele se sente bem e vê que o mesmo sucede ao outro.As manifestações de
prazer semelhantes despertam a fantasia da empatia, o sentimento de ser
igual: o mesmo fazem os sofrimentos comuns, as mesmas tormentas, os mesmos
perigos e inimigos. Com abse nisso se constói depois a mais antiga aliança:
cujo sentido é defender-se e elminar conjuntamente um desprazer ameaçdor, em
proveito de cada individuo. E assim o instinto social nasce do prazer.
O que ha inocente nas chamadas más
ações.-Toda as
“más” ações são motivadas pelo impulso de conservação ou, mais exatamente, pelo
propósito individual de buscar o prazer e evitar o desprazer; são, assim,
motivadas, mas não são más. “causar dor em si” não existe, salvo no
cérebro dos filosofos, e tampouco “causar prazer em si” (compaixão no sentido
schopenhaueriano). Na condição anterior ao Estado, matamos os er, homem
ou macaco, qeu queira antes de nós apanhar uma fruta da arvore, quando temos
fome e corremos para a arvore: como ainda hoje faríamos com um animal, ao andar
por regiões inóspitas.-As más ações que atualmente masi nos indignam basiam-se
no erro de [imaginar] qeu o homem que as comete tem livrearbitrio, ou seja, de
que dependeria do seu bel-prazer não nos fazer esse mal. Esata crença no
bel-prazer suscita o ódio, o desejo de vingança que nos irritamos muito menos com um animal, por considerá-lo
irresponsável. Causar sofrimento não pelo impulso de conservação, mas por
represália- é conseuqencia de um juizo errado, e por isso também inocente. O
individuo pode, na condição que precede o Estado, tratar outros seres de
maneira dura e cruel, visando intimidá-los: para garantir suas
existência, através de provas intimidantes de seu pdoer. Assim age o homem
violento, o poderoso, o fundador original do Estado, que subjuga os masi
fracos. Tem o direito de fazêlo, como aidna hoje o Estado o possui; ou melhor:
não já direito que possa impedir que o faça. Só então pode ser prerado o teremo
para toa moralidade, quando um inidividuo maior ou um individuo coletivo, como
a sociedade, o Estado, submete os individuos, retirando-os de seu isolamento e
os reunindo em associação. A moraldiade é antecedida pela coerção, e ela
mesma é ainda por algum tempo coerção, à qual a pessoa se acomoda para evitar o
desprazer. Depois ela se torna costume, masi atarde obediência livre, e
finalmente quse sinstinto: então, como tudo o que há muito tempo é habitual e
natural, acha-se ligada ao prazer – e se chama virtude.
Pudor.- O pudor existe em toda aprte onde há um
“mistéri”; e este é um conceito religioso, que tinha garnde alcance na época
mais antiga da cultura humana. Em toda aprte havia areas circunscritas, as
quais o direito divino negava o acesso, a não ser em determinadas conddições:
puramente espaciais, antes de tudo, na medida emq ue certos lugares não podiam
ser pisados pelos pés dos não-iniciados, que também sentiam horror e medo na
sua vizinhança. De maneiras diversas este sentimento foi transferido para outras
relações, por exemplo, para as relações sexuais, que, sendo privilegio e ádito
da idade madura, deciam ser subtraidas a visão da juventude, para seu proprio
bem> acreditava-se que muitos deuses cuidavam de protger e manter sagradas
essas relações, postados como sentinelas na camara nupcial. (Em turco essa
camara se chama harém, “santuario”, é designada pela mesma palavara que se usa
para os atrios das mesquistas.)Assim também a realeza, como um centro que
irradita poder e esplendor, é para o súdito um misterio cheio de pudor e de
sigili: aidna hoje podemso sentir muitos efeitos disso, em povos que não se
incluem absolutamente entre os pudicos. De modo semelhante, todo o mundo dos
estados interiore, isto que se chama “alma”, é ainda hoje um misterio para os
não-filosofos, depois de por um tempo infinito a considerarem digna de
proedencia divina e de relações divinas: ela é um ádito , portanto, e suscita
pudor.
Não julgueis.-Devemos er o cuidado de não
incorrer na censura injusta, ao refletir sobre épocas passadas.A injustiça da
escravidão, a crueldade na sujeição de pessoas e povos não deve ser medida
pelos nossos criterios. Pois naquele tempo o instinto de justiça estava aidna
desenvolvido. Quem pode censurar o genebrês. Calvino por afvor queimar o doutor
Serveto?oi um ato coerente, que decorreu de saus convicções, e do mesmo modo a
Inquisição tinha suas razões; sucede que as idéias dominantes eram erradas e
tiveram uma consuencia que nos parece dura, porque se tornaram estarnha para
nós. E o que é o suplicio de um homem, comparado aos eternos castigos do
inferno opara quase todos? Entretanto esta concepção de um deus. Em nosso meio,
também os sectarios politicos são tratados de maneira dura e cruel, mas, tendo
aprendido a crer na necessidade do Estado, não sentimos a crueldade tanto como
no caso em que reprovamos as idéias. A crueldade com os animasi, entre as
crianças e os italianos, tem origem na imcompreensão; devido aos interesses
doutrinarios da Igreja, os animasi foram colocados bem abaixo dos homens. –
muitas coisas terriveis e esumanas na historia, nas quais dificilmente se crê,
são amenizadas pela consideração de que o sujeito que ordena e oq eu executa
são pessoas diferentes: o primeiro não vê o fato, logo não tem a imaginação
impressionada: o segundo obdecea um superior, não se sente reposnavel. Por
aflta de imaginação, os principes e chefes militares paracem crueis e duros em
sua maioria, e não o são.- O egoismo não é mau, poruqe a idéia de
“proximo”- a palavra é de oprigem cristã e não corresponde á verddae – é muito
frava em nós; e nos sentimos, em relação a ele, quse tão livres e
irresponsaveis quanto em relação a pedras e plantas. Saber que o oytro sofre é
algo que se aprende , que nunca pode ser aprendido inteiramente.
“O homem sempre age bem”.- Não acusamos a natureza de imoral
quando ela nos envia uma tempestade e nos molha; por que chamamos de imoral o
homem nocivo? Porque neste caso supomos uma vonatde livre, operando
arbitrarsiamente, e naquele uma necessidade. Mas tal diferenciação é um erro.
Além disso, nem a ação propositadamente nociva é considerada sempe imoral; por
exemplo. Matamos um mosquito intencionamente e sem hesitação, poque o seu
zumbido nos desagrada; condenamso o criminoso intencionalmente e o fazemos
sofrer, para proetger a nós e à sociedade. No primeiro caso é o individuo que,
para conservar a si mesmo ou apenas
evitar umdeprazer, faz sofrer intencionalmente; no sekgundo é o Estado. Toda
moral admite açõe sintencionalmente prejudiciais em casop de legitima defesa:
isto é, quando se tarda de autoconservação!Mas sesses dois pontos de vista são suficientes
para explicar todas as más ações que os homens pratciam usn contra os outros: o
individuo que para si o prazer ou quer afastar o desprazer; a questão é sempre,
em quanquer sentido, a autoconservação. Sócrater e Platão estão certos: o que
quer que o homem faça, ele sempre afz o
bem, isto é: o que lhe parece bom (útil) seundo o grau de seu intelecto,
segundo a eventual mediade de sua racionalidade.
O que há de inconete dana maldade.-A
madade não tem por
objetivo o sofrimento do outro em si, mas nosso prprio prazer, em forma de
sentimento de vingança ou de uma mais forte excitação nervosa, por exemplo,. Já
um simples gracej demonstra como é prazeroso exercitar nosso poder sobre o
outro e chegar ao agradavel sentimento da superioridade. Então o imoral
consiste em ter parzer a partir do desprazer alheio? É diabolica a
satisfação com o mal alehio, com quer Schopenhaueer?Na natureza obtemos prazer
quebrando galhos, removendo pedras, lutando com animais selvagens, para nos
tornamos conscientes de nossa força. Saber que o outro sofre por nosso intermedio tornaria imoral a mesma coisa pela
qual normalmente não nos sentimos responsaveis? Se não o soubessemos, contudo,
também não teriamos prazer em nossa propria superioridade, que justamente só s
epdoe dar a conhecer no sofrimento alheio, no graceio, por exemplo. Em
si mesmo o prazer não é bom nem mau: de onde viria a determinação de que, para
ter prazer consigo, não se deveria suscitar o desprazer alheio?Unicamente do
ponto de vista da utilidade, ou seja, considerando as consequências, o
desprazer eventual, quando o prejudicado ou o Estado que o representa leva a
esperar punição e vingança: apenas isso, originalmente, pode ter fornecido o
fundamento para negar a si memso tais ações.-Assim como a maldade não visa ao
sofrimento alheio em si, como já desse, também a compaixão não tem por objetivo
o prazer do outro. Ps ela abriga no minimo dois (talvez muito mais) elementos
de prazer pessoal e é, desta forma , fruiçao de si mesma: primeiro como prazer
de emoção, a especie de compaixão que há na tragedia, e depois, quando impele a
ação, como prazer da satisfação no exercicio do poder. Além disso, se uma
pessoa que sofre nos é bastante proxima, livramos a nós mesmos de um
sofriemtno, ao realizar atos compassivos.-A parte alguns filosofos, so homens
sempre situaram a compaixão num nivel baixo, na hioerarquia dos sentimentos
morais; e com razão.
Capitulo Terceiro
A VIDA RELIGIOSA
A dupla luta contra o infortúnio.-Quando um infortunio nos atinge,
podemos seupera-lo de dois modos: eliminando a sua causa ou modificnado o
efeito que produz em nossa sensibilidade; ou seka, reinterpretando o infotunio
com um bem, cuja utilidade talvez se
torne visivel depois. A religião e a arte ( e também a filosofia metafisica) se
esforçam em produzir a mudança da sensibilidade, em parte alterando nosso juizo
sobre os acontecimentos (por exemplo, com ajudad a farse : “deus csatiga a quem
ama”), em parte despertando prazer na dor, na emoção mesma (ponto de partida da
arte tragica). Quanto mais alguém se inclina a reinterpretar e ajustar, tanto
menos pode perceber e suprimir as causas do infortunio; o alivio e a anestesia
momentaneos, tal como se fazs na dor de dente, por exemplo, bastamlhe mesmo nso
sofrimentos mais graves. Quanto mais diminuir o imperio das religiões e de
todas as narcose, tanto mais os homens se preocuparão em relamente eliminar os males: o que, sem duivida, é mau para os poetas tragicos
– pois há cada vez menos materia para a tragedia, já queo reino do destino
inexoravel e incenciel cada vez mais ses estreita, - mas é ainda pior para os
sacerdotes: pois até hoje eles viveram da anestesia dos males humanos.
A verdade na religião.-Durante o Iluminismo não se fez
justiça a importancia da religião , não há como duvidar disso: mas igualmente é
certo que nas reação subsequente ao Iluminismo se foi além da justiça, ao
tratar as religiões com amor e até com paixão, e ao lhe satribuir uam profunda,
mesmo a mais profunda, compreensão do mundo; compreensão que a ciencia teria
apenas que despir do hábito dogmatico, para de forma mistica possuir a
“verdade”. As religiões devem , poranto- esta era a afirmação de tods os adversarios
do Iluminismo-, expressar sensu allegorico[ em sentido alegórico], em
consideração a inteligencia da massa,a que,a antiquissima sabedoria que é a
sabedoria em si, na mediada emq ue verdadeira ciencia dos tempos mdoernos nos
teria sempre levado em direção a ela, em vez de para longe dela: de modo que
entre os sabios mais antigos e todos os que os sucederam reinaria harmonia e
mesmo identidade de opiniões, e o progresso dos conhecimentos- querendo-se
falar de um progresso- não diria respieto a essencia, mas a comunicação dela.
Tal concepção da religião e da ciencia é inteiramente errada: e ninguem ousaria
ser partidario dela hoje em dia, se a eloquencia de Schpenhauer não a tivesse
tomado sob sua guarda: esa eloquencia altissonante, ams que somente após uma
geração alcaçou seus ouvintes. Do mesmp modo qeu da interpretação
moral-religiosa que Schpenhauer fez dos homens e do mudno podemso tirar
multissimo para a compreensão do cristianismo e de outras religiões, é certo
também que ele se enagnou quanto ao valor da religião para o conhecimento.
Nisso foi apenas um discipulo extremamente docl dos mestres da ciencia de seu
tempo, que estimavam o Romantismo e haviam abjurado o espirito das Luzes; se
tivesse nascido em nosso tempo, não poderia falar di sensus allegoricus
da religião; prestaria antes homenagens a verdade, como costumava fazer, com
estas palavras: até hoje nenhuma religião, seja direta ou indiretamente,
como dogma ou como alegorai, conteve uma só verdade.Pois foi do medo e da
necessidade que acda umas delas nasceua, e pordesvios da razão insinou-se na
existencia;um dia, talvez, estando em eprigo por causa da ciencia, intrduziu
mentirosamntem ems eu sistema um doutrina filosofica qualquer, de modo qeu mais
tarde ela fosse ale encontrara: mas este é um truque teologico, do tempo em que uma religião já
duvida de si mesma. Esses artificios da teologia, que de fato forma praticados
muito cedo no cristianismo, religião de uma época erdita e impregnada de filosofia,
conduziram a superstição de sensus allegoricus, mas aina porém o hábitp
de os filosofos (especialmente os mistos, os filosofos poetixantes e os
artisats filosofantes) tratarem todos os sentimentos que encontrava, em si
mesmos como essencia fundamental do homem, perminto a seus sentimentos
religiosos terem uma infuencia significativa na estrutura intelectual de seus
sistemas. Como so filosofos muitas vezes filosofaram sob a influÊNCIA DEA
TRADIÇÃO OU, NO MINIMO, SOB O PODER
ANTIGO E HEREDITARIO DAQUELA “NECESSIDADE METAFISICA”, CHEGARAM A TEORIAS,
chegaram a teorias que de fato eram bem semelhantes as teorias religiosas
jadaicas, cristãs ou indianas – semlehantes tal como so filhos costumam
semelhar as mães, exceto que nesste caso os pais não tinham ciência da
maternidade, como as vezes aconece-, mas, na inocencia de sau admiração,
incventaram fabulas a respeito da semelhança de familia entre as religiões e a
ciencia. Na realidade, entre a reliogião e a verdadeira ciencia não existe parentestco, nem amizade ou inimizade: elas
habitam lanetas diversos. Tod fiosofia que deixa brlhar, na ecuridão de suas
ultimas perspectivas, uma cauda de cometa religiosa, torna suspeito aquilo que
apresenta como ciencia: tudo é , presuminvelmente, também religião, ainda que
sob os enfeites da ciencia. De resto, se todos os povos concordassem acerca de
determinadas coisas religiosas, por exemplo, acerca da existencia de um deus (o
que nãoo sucede neste ponto particular, digase de passagem), isto seria apenas
um argumento contario as coisas afirmasdas, por exemplo, a existencia de
um deus: o consensus gentium [ consenso entre os povos] e mesmo hominum
[ entre os homens] só pode justamente ser tido como uam tolice. Não existe
sbsolutamebte um consensus omnium sapientium[ consenso de todos os
sábios] em relação a uma cosia seuqer, esceto aquilo de que falam os versos de
Goethe:
Alle
die Weisesten aller der Zeiten
Lacheln und winken und stimmen mit ein:
Toricht, auf bessurung der To=oren zu barren!
Kinder der Klugheit, o halet die Narren
Ebem zum Narren auch, wie sichs
gehot!
[Os masi sábios de todos os tempos
Sorriem, acenam e estão de acordo:
É tolice espear a melhora dos tolos!
Filhos da sabedoria, façam tolos
Dos tolos, como deve ser!]
Dito sem verso nemr ima, e aplicado
a nosso caso: o consensus sapientium consiste emq eu o consensus
gentium é uma tolice.
Origem do culto religioso.- Se remontarmos aos tempos emq eu a vdia religiosa florescia com toda a força, acharemos uma convicção fundamental que já não partilhamos, e devido a qual vemos fehadas definitivamente para nós a sportas da vida religiosa: tal convicção dis respeito a naturezae arelação com ela. Naqueles tempos nada se sabia sobre as leis da natureza; seja na terra, seja no ceu, nada tinha que suceder; uma estação, o sol, a cuva podiam vir ou faltar. Não havia qualquer noção de causalidade inaturali.quand se remava, não era o remo que movia o barco; remar era apenas uma cerimonia magica, pela qual se forçava um deminio a mover o barco. Todas as enfermidades, a propria morte eram resulatdo de influencias mágicas. O adoecer e o morrer não sobrevinham naturalmente; não existia a ideia de “ocorrenca natural”- que surgiu apenas com os antigos gregos, ou seja, numa fase bem tardia da humanidade, na concepção da Moira que reina acima dos deuses. Quando alguém atirava com o arco, havia sempre uma mão e uam força irracionais; se as fontes secavam de repente, pensavase primeiro em demonios subterraneos e suas maldades; se um homem caia, era certamente o efeito invisivel da flecha de um deus. Na india (segundo Lubbock) op carpinteiro costuma oferecer sarificios a seu martelo, a sau machadinha e as ferramentas; o bramane trata do mesmo modo o lapis com que escrever, o soldados as armas que usa em campanha, o pedreiro sua toalaha, o lavardor seu arardo. Na imaginação dos homens religiosos toda a natureza é uma soma de atos de seres conscientes e querentes, um enorme complexo de arbitrariedades. Em relação a tudo oq eu nos é exterior não é permitida a conclusão de que algo será deste ou daquele modo, de que deverá acontecer dessa ou daquela maneia; o que existe de aproximadamente seguro, calculavel, somos nós: o homem é a rega, a natureza, a ausência e regras- este principio contém a convicção fundamental que dominas as grosseiras culturas primitivas, criadoras de religião. Nós, homes modernos, sentimos precisamente o inverso: quanto mais interiormente rico o homem se sete hoje, quanto mais polifônica a sua subjetividade, atnto masi poderosamente age sobre ele o equilibrio da naturzea; juntamente com Goethe, todos nós reconhecemos na natureza o grande meiod de tranquilização da alma mdoerna, ouvimos a bnatdia do pêndulo desse grande relógio com nostalgia de sosseo, re recnhecimento e silencio, como se pudéssemos absorver esse aquilibrio e somente por meio dele chegar a fruição de nós mesmos. Asntigamnete era o inverso: se recordamos as rude condições primiotivas dos povos ou vemos de perto os selvagens atuais achamo-los determinaos da maneira masi rigorosa pela lei, pela tradição: o individuo está quae que automaticamente ligado a ela e se move com a uniformidade de um pendulo. Para ele a natureza- a imcompreendida, terrível, misteriosa natureza – deve parecer o reinoda liberdade, do arbitrio, do poder superior, como que um estagio sobre-humano da existencia, deus mesmo. Mas então cada individuo, em atis epocas e condições, sente como sua vida, sau felicidade, e de sua familia, a do Estado, o sucesso de todos os empreendimentos, dependem dessas arbitrariedades da natureza: alguns fenomenos natuais devem sobreviver no tempo certo, e outros deixar de ocorre no tempo certo. Como ter influencia sobre essas temiveis incognitas, como subjugar o reinoda liberdade? Eis o que ele se pergunta, eis o qeu busca ansiosamente: não há como tornar esss potencias regulares mediante uma lei ou tradição, assim como voce proprio é regular?- As reflexões daqueles qeu acreditam em magia e milagres levam a impor uma lei a natureza-: e, me poucas palavras, o culto religioso é produto desas reflexões. O problema que esses homens se colocam é intimamente aparentado ao seguinte: como pdoe a tribo mais fraca ditar leis para a mais forte, decidir a respeito dela, dirigir suas ações ( na relação com a mais fraca)? Recodemos primeiro a especie mais inocua de coação, aquela que execitamos ao conquistar a afeição de alguém, logo, por meio de súplicas e orações, por meio da submissão, do compromisso de tributos e presentes regulares, da exaltações lisonjeiras, é possivel também exercer uma coação sobre os poeres da natureza, na medida em que os tornamos afeiçoados a nós: o amor vicnula e é vicualdo. Em seguida podemos fechar acordos em qeu nos obrigamso mutualmente a determinada conduta, stabelcemos penhores e trocamos juramentosMuito masi importante, porém, é uma especie de coação masi violenta, mediante a magia e a feitiçaria. Assim como o homem, com a ajuda de um feiticeiro, pode prejudicar um inimigo masi forte e mantê-lo amedrontado, assim como o feitiço do amor age a distancia, assim atmbem o homem fraco acreita poder guiar até mesmo os espiritos poderosos da natureza. O meio pricipal de toda magia é termos em noso poder algo que seja propro de alguém: cabelos, unhas, um pouco da comida de sua mesa e mesmo sau imagem, seu nome. Com tal aparato se pode tnão praticar a magia., pois o pressuposto fundamental é de quem a todo ser espiritual pertence algum elemento corporal; com oauxilio deste se pode vincular o espirito, prejudicá-lo, destruí-l; o elemnto corporal fornece a alça com que podemos apreender o espiritual.

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