(aulas de filosofia da religião 2009)
Síntese: Paolo Cugini
Quando leio o catecismo do Concílio de Trento me parece
de não ter nada em comum com a religião que ali está exposta. Quando leio o
Novo Testamento, os místicos, a liturgia, quando vejo celebrar a missa, sinto
como uma espécie de certeza que esta fé é a minha, ou mais precisamente o seria
sem a distância que a minha imperfeição põe entre ela e mim... farei o elenco
de um certo número de pensamentos que habitam em mim a anos (pelo menos alguns deles) e são de obstáculos
entre mim e a Igreja.
1. Se assumirmos o momento da história anterior a Cristo e
suficientemente distante dele – por exemplo distante cinco séculos -, se além
disso não levamos em conta aquilo que aconteceu depois, naquele momento Israel
é menos participe de Deus e das verdades divinas de muitos povos circunvizinhos
(Índia, Egito, Grécia, China). De fato, a verdade essencial sobre Deus é que
Ele é bom. Crê que Deus possa ordenar aos homens atos atrozes de injustiça e de
crueldade é o erro maior que podemos cometer falando dele.
Na Ilíade, Zeus não ordena nenhuma crueldade. Segundo os
gregos, seus intercessores habitam em cada desgraçado que implora piedade. Iavé
é o Deus dos exércitos. A história dos hebreus demonstram que não se trata
apenas de astros, mas também dos guerreiros de Israel. Heródoto cita numerosos
povos helênicos e asiáticos, mas destes só um tinha um Zeus dos exércitos. Esta
blasfêmia era desconhecida a todos os outros. Os livros dos mortos dos
egípcios, que tem pelo menos 3 mil anos – mas provavelmente muito mais -, é
encharcado de caridade evangélica...
Os hebreus, que por quatro séculos viveram em contato
com a civilidade egípcia, se recusaram de adotar este espírito de doçura. Eles
queriam o poder... Isso deixaria crer que Israel aprendeu a verdade mais
essencial sobre Deus (ou seja, que Deus é bom antes de ser poderoso) das
tradições estrangeiras – caldeia, persa ou grega – e graça ao exílio.
3- A prova que o conteúdo do cristianismo existia antes de Cristo é
que depois dele não aconteceram mudanças muito relevantes no comportamento dos
homens.
9- Quando o Cristo disse: “Ensinai a todas as nações e levais a elas o
anúncio” ordenava de levar um anúncio e não uma teologia... A Igreja levou
demais frutos errados para que não tinha acontecido um erro no começo. A Europa
foi desenraizada espiritualmente, cortada daquela antiguidade na qual todos os
elementos da nossa civilidade tem origem; e, a partir do século XVI partiu para
desenraizar os outros continentes.
Depois de vinte séculos, o cristianismo não se difundiu
praticamente além da raça branca; o catolicismo é ainda mais limitado. A
América ficou dezesseis séculos sem ouvir falar de Cristo e os seus povos foram
destruídos entre as mais horríveis crueldades antes de ter o tempo de
conhecê-lo. O zelo dos missionários não cristianizou a África, a Ásia e a
Oceania, mas levou estas terras debaixo do domínio frio, cruel e massacrador da
raça branca que acabou com tudo.
10- A ação missionária assim como é conduzida de fato (sobretudo depois
da condenação da política dos jesuítas na China no século XVII) é errada, a não
ser em alguns casos particulares. Os missionários, também se mártires, são
acompanhados muito perto pelos canhões e pelas naves de guerra pra ser
verdadeiros testemunhos do Cordeiro.
11- A religião Católica contém explicitamente verdades que outras
religiões contém de forma implícita... As diferentes tradições religiosas
autenticas são diferentes reflexos da mesma verdade, e talvez em igual medida
preciosos. Mas disso ninguém se dá
conta, porque cada um vive uma só dessas tradições e percebe as outras do
externo. Então uma religião se conhece só do interno, como os católicos
justamente não se cansam de repetir aos não-crentes.
25- As lágrimas de um santo em situação de autêntica contemplação são
sobrenaturais... A cruz sozinha me basta. Pra mim a prova, a coisa
verdadeiramente milagrosa é a perfeita beleza das narrações da paixão, junto
com algumas palavras fulgurantes de Isaías: “Injuriado, maltratado, não abria a
sua boca”, e de São Paulo: “não considerou a igualdade com Deus como
privilégio...ele se esvaziou... se fez obediente até a morte, a morte de
cruz...”, “foi feito maldição”. É isso que me obriga crer.
Sem a condenação lançada pelo Concílio, a indiferença
sobre os milagres não seria pra mim nenhum obstáculo, do momento em que a cruz
produz sobre mim o mesmo efeito que sobre outros a ressurreição.
26- Os mistérios da fé não são um objeto pela inteligência enquanto
faculdade que permite de agarrar ou de negar. Não pertence à ordem da verdade,
mas a uma ordem superior. A única parte da alma capaz de um contato real com
eles é a faculdade do amor sobrenatural. Só esta é então capaz de uma adesão a
estes mistérios.
A tarefa das outras faculdades da alma, começando com a
inteligência, é somente aquela de reconhecer que aquilo com o qual o amor
sobrenatural entra em contato é real, que tais realidades são superiores aos
objetos que elas podem captar; é de calar não apenas o amor sobrenatural acorda
de modo atual na alma.
A virtude da caridade é o exercício do amor
sobrenatural. A virtude da fé é a subordinação de todas as faculdades da alma à
faculdade de amor sobrenatural. A virtude da esperança é uma orientação rumo a
transformação depois da qual ela será inteiramente e exclusivamente amor. Para
se subordinar à faculdade de amor as outras faculdades devem encontrar-se cada
uma o próprio bem; de forma especial a inteligência, que é a mais preciosa
depois do amor. E as coisas estão certamente assim. Quando a inteligência volta
a exercitar-se de novo, depois de ter feito silencia para consentir o amor de
invadir toda a alma, se encontra possuir mais luz do que antes, uma maior
atitude a captar os objetos, as verdades que cabem a ele.
Não só isso: eu acho que este silêncio constitui pela
inteligência uma educação que não tem comparação e permite a ela de captar
verdades que de outra forma ficariam escondidas para sempre. Existem verdades
que ficam ao alcance da inteligência, que ela pode colher, mas só depois de ter
passado em silêncio através do intelegível.
A inteligência pode conhecer as vantagens dessa
subordinação ao amor somente por experiência, a coisas feitas. Antes, não tem
nenhum pressentimento. Não tem inicialmente nenhum motivo razoável de aceitar
essa subordinação. Assim esta subordinação é algo sobrenatural, que só Deus
opera.
O primeiro silêncio, longo apenas um instante, que se
produz através de toda a alma em prol do amor sobrenatural é a semente jogada
pelo Semeador, é o grão de mostarda quase invisível que um dia se tornará a
Arvore da Cruz.
27- Ás prescrições das quais a Igreja pensou de contornar os mistérios
da fé, em particular as suas condenações, se deve uma atitude permanente
incondicionada de respeitosa atenção, mas não uma adesão. A adesão da
inteligência não é mais devida à algo de qualquer. Porque não é mais de alguma
forma algo de voluntário. Só a atenção é voluntária. Portanto só ela é matéria
de obrigação.
28- Em matéria de fé, a jurisdição da Igreja é boa enquanto impõe à
inteligência uma certa disciplina da atenção... mas ela é totalmente errada se
impede a inteligência, na busca das verdades que a ela pertence, de utilizar
com uma liberdade total da luz difundida na alma mediante a contemplação
amorosa. A liberdade total no próprio âmbito é essencial à inteligência. A
inteligência deve se exercer em total liberdade, senão deve calar. No seu
âmbito a Igreja não tem nenhum direito de jurisdição, e portanto são
ilegítimas, em particular, todas as “definições” nas quais se trata de provas.
No cristianismo até no começo existe um mal-estar da
inteligência. Tal mal-estar é devido à maneira na qual a Igreja concebeu o seu
poder jurisdicional, em particular o uso da formula “anathema sit”. Sempre que
tiver o mal-estar da inteligência existe opressão do indivíduo da parte do
social, que tende a tornar-se totalitário. No século XIII, sobretudo, a Igreja
estabeleceu um começo de totalitarismo. Assim ela não é alheia de
responsabilidade nos atuais acontecimentos. Os partidos totalitários se
formaram por efeito de um mecanismo análogo ao uso da fórmula “anathema sit”. Esta
fórmula e o uso que foi feito dela impedem a Igreja de ser Católica a não ser
pelo nome.
29- Antes do Cristianismo, em Israel e fora de Israel, o número
indeterminado de homens talvez foram longe tão quanto os santos cristãos no
amor e no conhecimento de Deus, o mesmo vale, depois de Cristo, por aquela
parte da humanidade que foram da Igreja Católica (“infiéis”, “heréticos”,
“não-crentes”). E mais em geral é duvidoso que depois o Cristo tinha sido mais
amor e o maior conhecimento de Deus na cristandade que em certos países não
cristãos, como a Índia.
32- Se poderia formular um postulado: é falsa cada concepção de Deus
incompatível como um movimento de caridade pura.
São verdadeiras em diferentes graus todas as outras. O
amor e o conhecimento de Deus não são realmente separáveis, porque no
Eclesiástico é dito: “O Senhor deu a sabedoria àqueles que o ama” (1,8).
35- A compreensão do cristianismo é quase impossível por causa do
profundo mistério que envolve a história dos primeiros tempos.
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