sábado, 16 de agosto de 2025

ANTROPOLOGIA FILOSOFICA Primeira prova 21 agosto 2025

 




FACULDADE CATÓLICA DO AMAZONAS

SEGUNDO SEMESTRE 2025

 



1.      A educação é uma função tão natural e universal da comunidade humana, que, pela sua própria evidência, leva muito tempo a atingir a plena consciência daqueles que a recebem e praticam, sendo, por isso, relativamente tardio o seu primeiro vestígio na tradição literária” (Werner Jaeger). Quais são os pontos principais da formação do homem grego ao tempo de Homero segundo a teoria de Werner Jaeger?

 

2.      Quais foram os pontos que marcaram a assim chamada virada antropológica provocada por Sócrates?

 

 

3.      Mostrar como o dualismo antropológico platônico seja fundamentado na sua estrutura metafisica.

 

4.      As consequências na mística e na espiritualidade cristã da concepção antropológica platônica, que foi assimilada pelo Padres sobretudo de cultura latina.

 

5.      De que maneira podemos falar de proposta monista na antropologia aristotélica?

 

6.      Porque o dogma da ressurreição de Cristo é tão importante na proposta antropológica do cristianismo?

 

7.      Explica a diferenças do ponto de vista da antropologia filosófica entre ressurreição e reincarnação. 

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

METAFISICA Primeira prova 19 agosto 2025

 





FACULDADE CATÓLICA DO AMAZONAS

SEGUNDO SEMESTRE 2025

 



1.      Na tentativa de superar os elementos instáveis, mutáveis e acidentais dos fenômenos, a metafísica concentra sua atenção naquilo que considera eterno, estável, necessário, absoluto, para tentar apreender as estruturas fundamentais do ser” (Enrico Berti). Aprofundar esta afirmação sobre a metafisica.

 

2.      Quais problemas inclui o campo da pesquisa metafísica tradicional?

 

3.      A etimologia do termo metafisica segundo Andrônico, autor do primeiro século d.C. e o estudioso italiano Giovanni Reale.

 

4.      Os objetivos da metafisica e a relação com o conhecimento sensorial.

 

5.      As duas fases do sistema metafisico platônico: a doutrina das ideias e a protologia (doutrinas não escritas).

 

6.      Porque se fala de segunda navegação?

 

7.      Elementos básicos do sistema metafísico aristotélico. O tema da substância e as categorias do ser.

 

8.      A teologia aristotélica. Em que sentido Deus é definido motor imóvel, Pensamento do pensamento e Ato puro?

 

9.      Quais diferenças entre a metafisica platônica e a metafisica aristotélica?

 

10.  Distinção entre o ser platônico e o ser aristotélico.

 

11.  Características gerais do medioplatonismo e da metafisica medipoplatonica. 

Gênese características e expoentes do médioplatonismo

 





 

As ultimas vicissitudes da Academia e as origens do médio-platonismo

 

Enquanto em Atenas, a Academia morria, fora de Atenas, precisamente em Alexandria, Platonismo com características em grande parte diversas com relação ao dogmatismo ecletico-estoicizante de Antíoco e ganhava terreno.

É certo, que, a partir da segunda metade do século I a.C., o platonismo de maneira lenta, mas progressiva e constante, continuou a difundir-se e a fazer crescer a sua própria consciência e incidência ate culminar na grande síntese plotiniana que amadurecer no cristão.

Ora, a grande síntese plotiniana (e a corrente de pensamento por ela gerada) foi denominada, e justamente, “neoplatonismo”.

O platonismo desse período, tem características que estão, por assim dizer, a meio caminho do antigo platonismo de Platão e dos seus imediatos sucessores e o neoplatonismo de Plotino e dos seus seguidores. Portanto, o terreno médio-platonismo, que significa, justamente, platonismo que está no meio entre o velho e o novo, deve ser considerado, justificado e perfeitamente adequado.

 

Características gerais do médio-platonismo 

a)        O traço mais típico do médio platonismo, vale dizer, o traço que constitui o mínimo denominador comum do pensamento de todos os seus expoentes, que sem exceção no que, remetendo-nos a conhecida imagem platônica, poderemos chamar de retomada da segunda navegação com a recuperação das suas posições essenciais, assim como das principais, conseqüências que deles decorreram. O médio-platonismo, em suma, recupera o suprassensível o imaterial e os transcendentes e rompem nitidamente e as pontes com o materialismo dominante há muito tempo.

 

b)        O fundamento do sensível e do corpóreo é novamente indicado como supra-sensível e no imaterial, ou melhor, no incorpóreo, e a componente metafisico-teologica da filosofia (justamente no sentido platônico- aristotélico) não só é recuperada, mas até mesmo posta em primeiro plano.

 

c)         Conseqüência lógica dessa segunda navegação foi à reproposição da teoria das idéias, que, como sabemos, representa o êxito mais significativo daquela. Os médio-platônicos, antes, não só retomaram essa doutrina, mas (pelo menos alguns deles) a retomaram a fundo, buscando entregar a posição assumida por Platão com a posição aristotélica. Albino e o seu circulo, consideram as idéias no seu aspecto transcendentes como pensamentos de Deus (o mundo inteligível é identificado com atividade e com o conteúdo da suprema inteligência), e no seu aspecto imanente como formas das coisas. A transformação da teoria das idéias seguiu-se pó lógica conseqüência, uma paralela transformação da concepção de toda a estrutura do mundo incorpóreo, com conquistas que claramente anunciam o neoplatonismo.

 

d)         O texto que os médio-platônicos consideram ponto de referencia e do qual extraíam o esquema para o pensamento da doutrina platônica foi Timeu. Com efeito, na difícil tarefa de reduzir a filosofia platônica e sistema e na tentativa de fazer uma síntese dela, O Timeu era o dialogo que oferecia a trama mais solida. É interessante observar, a propósito disso, que os médios platônicos seguiram preferentemente um método oposto ao dos peripateticos dessa época (de Andrônico e Alexandre): de fato os primeiros consideraram que o melhor modo de conhecer Platão era compendiá-lo; os segundos, ao invés consideram que o melhor modo de compreender Aristóteles era comentá-lo. Assim enquanto o comentário prevaleceu quase exclusivamente entre os aristotélicos, o compêndio, como parece, prevaleceu entre os médio-platônicos, embora muitos tenham sido especialmente no século II d.C., os comentários dedicados aos diálogos platônicos,

 

e)         A “doutrina dos princípios” do Platão esotérico, ou seja, a doutrina do Uno e da Díade é retomada em parte, mas permaneceu mais como plano de fundo.

 

f)         O sentimento religioso que, em alguns, beirou o verdadeiro misticismo, levou os medio-platonicos a dar um notável relevo à doutrina dos Demônios, tão antiga quanto o pensamento grego. A acentuação da transigência de Deus e do divino com relação ao homem e ao mundo físico tornava necessários “mediadores”, e, justamente como mediadores entre Deus e o homem os médio-platônicos valeram-se dos demônios. Ademais, valeram-se deles também para justificar as crenças pagãs. Enfim, os fortes interesses religiosos levaram alguns a reavaliar a sapiência oriental em geral e, como se encontra nos escritos de Plutarco, em particular a egípcia.

 

g)         Também para os médio-platônicos, assim como para os filósofos da era precedente, o problema ético permanece predominante, mas foi reproposto e fundado de modo novo. Para toda a escola helenística a palavra de ordem tinha sido: “Segue a natureza (physis)”, e essa natureza tinha sido entendida de modo materialista e imanentista. A nova palavra de ordem dos medios-platonicos foi ao invés. “Segue a Deus”,imita a Deus”. A redescoberta da transcendência devia, logicamente, modificar pouco a pouco toda a visão da vida proposta pela ética helenística. Justamente na assimilação ao divino transcendente e incorpóreo os médio-platônicos, concorde mente, reconheceram a autêntica cifra da vida moral.

 

h)        A recuperação da dimensão da transcendência, com todos os corolários a ela conexos em todos os níveis, constituem uma linha de demarcação bem precisa entre o dogmatismo de Antíoco e o médio-platônismo. Portanto, o médio-platonismo nasceu, não de Antíoco, mas, ao contrario, de uma inversão da mentalidade que ensinava a filosofia de Antíoco.

 

A importância histórica e teorética e os limites do médio-platônismo

A importância do médio-platônismo, por longo tempo desconhecida, mostra-e imediatamente. Sem o movimento médio-platônico o neoplatonismo seria praticamente inexplicável. Plotino, as suas lições, comentou fundamentalmente textos médio-platônicos e textos peripatéticos influenciados pelo médio-platônismo; ademais, extraio dos médio-platônicos não só alguns problemas fundamentais, mas também as soluções relativas.

O médio-platônismo, ademais, é importante também para a compreensão do primeiro pensamento cristão, ou seja, da primeira patrística, a qual, anteriormente do neoplatonismo, extraiu daquelas, correntes as categorias de pensamento com as quais tentou fundar filosoficamente a fé.

Um fato deve ser observado a este respeito: assim como o neoplatomismo, depois de Plotino, será utilizado paralelamente pelos filósofos pagãos em favor do paganismo e pelos pensadores cristãos em favor do cristianismo assim também aconteceu, embora em medida reduziram utilizando categorias médio-platôncias, enquanto, paralelamente, os cristãos, como se disse, deduziram do médio-platônismo os instrumentos para elaborar teoreticamente a própria visão do mundo e da vida.

O médio-platônismo representa, portanto, um dos elos da união essenciais na história do pensamento ocidental.

 

A metafísica do médio-platônismo

 

O ser incorpóreo, Deus e a sua transcendência

 Já acenamos mais de uma vez a descoberta do incorpóreo e da transcendência e a conseqüente nova concepção da realidade que dela deriva, e agora devemos examinar a maneira pela qual tal redescoberta efetuou-se. É evidente que a recuperação do incorpóreo devia comportar, em primeiro lugar, uma nova concepção de Deus e do divino, e que tal concepção devia confrontar-se sobre tudo com as concepções dos estóicos, que eram muito mais refinadas.

A marcada afirmação da transcendência de Deus devia comportar, como conseqüência, a negação da possibilidade para o homem de captar e determinar a essência de Deus, e, portanto, a negação da possibilidade de exprimi-la com palavras. Essa doutrina da incognoscibilidade e da inefabilidade de Deus, que encontramos em filo de Alexandria, é afirmada por alguns médio-platônicos, sobre tudo por Albino de modo muito claro.Os médio-platônicos não chegaram, como, ao invés, alguns neoplatônicos, a ponto de pôr Deus também acima da inteligência, A maioria deles considerou que Deus coincide com a suprema inteligência.

Portanto, a metafísica platônica é retomada junto com aas conquistas a ela aportadas por Aristóteles, o qual, ao absoluto entendido como idéia inteligível, substituirá o absoluto entendido como suprema inteligência. Antes, essas conquistas foram ulteriormente enriquecidas pelos médio-platônicos com uma verdadeira tentativa de mediação e de supremação das antíteses subsistentes, em matéria de ontologia, entre posição platônica e aristotélica.

As idéias como pensamento de Deus e a distinção entre inteligíveis primeiros ou idéias transcendentes e inteligíveis segundos ou formas imanentes às coisas

Filo chegou à doutrina das idéias como pensamentos divinos através do conceito bíblico de criação, e mediante dos conceitos dos logos, também este ligado ao conceito bíblico da sapiência ou da palavra criadora de Deus, mas do que através das doutrinas helenísticas.

Em Albino, ao invés, a formulação da doutrina sobre a qual refletimos é feita com categorias extraídas exclusivamente do pensamento grego, e, portanto, de maneira parcialmente inédita.

Dada a grande importância dessas doutrinas na historia posterior tanto do pensamento grego como do pensamento cristão, é, oportuno expô-la de maneira pormenorizada. Para compreendê-la a fundo, é necessário remeter-se as posições de Platão e de Aristóteles, que, sobre esta questão, como sabemos, encontravam-se em antítese.

Platão estabelecera como Absoluto o mundo das idéias, ou seja, o Inteligível, e o situara acima da mente e da inteligência (o Demiurgo, que é inteligência, refere-se às idéias como a entidades que o transcedendos ponto de vista ontológico e axiológico).

Aristóteles, ao invés, estabelecera como absoluto a inteligência entendida como pensamento de si mesmo (pensamento de pensamento), imanentizara as idéias do sensível, transformando-as em “formas” intrínsecas às coisas, e sustentara que só dessa maneira a intuição eidética da Platão podia sustentar-se.

Com efeito, as maiores partes das aporias da metafísica platônica dependiam, mais que dos motivos aduzidos por Aristóteles, do fato de ter posto as idéias cima da inteligência demiúrgica. Por sua vez, umas série de aporias da ontologia aristotélicas dependiam de ter situado as idéias muito abaixo da inteligência divina, mudando-as, justamente, em “formas” imanentes e introduzindo-as na matéria. O “lugar das formas”, por conseqüência, só podia ser o intelecto humano enquanto as abstrai e as pensa, e não o intelecto divino que si pensa em si mesmo.

Ora, os médio-platônicos deram-se conta de que possível mediar às diferentes visões dos dois filósofos, corrigindo uma com a outra e integrado-as reciprocamente,

Podiam-se admitir as conquistas aristotélicas e afirmar que o primeiro principio é pensamento.; mas poder-se-ia igualmente manter o platônico mundo das idéias, fazendo deste o conteúdo daquele.

 O Deus aristotélico é pensamento que pensa a si mesmo, mas os pensamentos de deus que pensa em si mesmo são, necessariamente, eternos e imutáveis, são os eternos paradigmas e a regar de todas as coisas: são, justamente, e o que Platão chama as idéias.

Assim concebidas, as idéias transcendentes e as formas imanentes não só excluem-se mutuamente, mas as primeiras surgem como fundamentos causas, as segundas, ao invés, conseqüências e efeitos. As formas imanentes às coisas individuais são as imagens ou reflexos das idéias impressos pelo Demiurgo na matéria, Albino, chama coerentemente, as idéias consideradas como pensamentos divinos de “inteligíveis primeiros” e as formas imanentes às coisas de “inteligíveis segundo”.

A doutrina das idéias como pensamentos divinos e a conexa distinção entre inteligíveis primeiro e inteligíveis segundo imanentes representam, provavelmente, a mas feliz das tentativas de síntese entre Platão e Aristóteles efetuam até aquele momento e uma conquista essencial, da qual Plotino se beneficiará amplamente.

 

A hierarquia do divino: rumo à da doutrina das hipóstases.

Uma tendência comum a muitos méido-platônicos, expressa de modo claro já pelos mais antigos dentre eles, é a de pôr o nous (ou seja, a mente ou intelecto) como superior à psyché (ou seja, a alma).

Essa doutrina (com antecedentes em Platão e em Aristóteles) tem um significado antiomaterialista e antiestóico nos médio-platônicos. Diferenciando claramente o intelecto da alma e pondo-o como superior a ela, queria-se romper definitivamente as pontes com o imanentismo.

É claro que, por essa via, dever-se-ia caminhar para uma doutrina que antecipava as hipóstases plotinoana. Antes lidas em certas óticas, não poucas passagens de filósofos médio-platônicos, parecem, até mesmo conter, pelo menos um núcleo, todas as três hipóstases plotiniana, que são: o Uno, Nous e a alma.

A identificação desse enfoque, que deriva da mediação entre a aristotélica metafísica da inteligência e a platônica doutrina das idéias, explica, como já observamos acima, a razão pela qual as doutrinas pitagorizantes do Uno e da Díade do Platão esotérico permaneceram na sombra. De fato, explicadas as origens das idéias como pensamentos do intelecto divino, a Mônada e a Díade, que tinha sido introduzidas por Platão justamente para poder deduzir o mundo ideal, vinham a perder o seu originário significado e a sua importância.

 

A cosmologia médio-platônico e a origem do cosmo 

O coso sensível, apara os médio-platônismo, não é uma pura emanação ou um epigenômeno do supra-sensível. Para ser explicado, ele requer “três princípios”, ou seja, além de Deus e da idéias, um “terceiro princípio”, constituído pela matéria.

A matéria é entendida seja na linha do timeu platônico, seja na linhada conquistas aristotélicas ulteriores. Conseqüentemente, são retomadas as celebres imagens e expressões platônicas, como por exemplo “nutriz”, “matriz”, “espacialidade”, passadas porém pelo filtro aristotélicos de “substrato” e de “potencialidade”.

A gênese do cosmo é interpretada segundo o esquema do timeu, ou seja, como uma operação de Demiurgo que impõe ordem à desordem da matéria, com base no paradigma das idéias.

 

A demonologia médio-platônica

O forte relevo dado à transcendência do Deus supremo, como já observamos, comportava a necessidade de conceber o divino e o supra-sensível de modo hierárquico. Mas junto à concepção hierárquico de caráter metafísico e ontológico acima examinada, delinea-se, no âmbito do médio-platônico, uma segunda concepção hierárquica di divino de caráter propriamente místico-religioso, estreitamente ligado ao politeísmo pagão, a qual, mais uma vez, encontra preciosos pontos de ligação em Platão.

A hierarquia di divino, sob este aspecto, configura-se da seguinte maneira:

1)      deus supremo

2)      deuses secundários

3)      Demônios

Os deuses secundários são tanto as divindades incorpóreas e, portanto, invisíveis, como as divindades visíveis, tais como os astros, e são todas elas, a titulo diverso, potenciais subordinadas ao Deus supremo.

Os Demônios são inferiores aos Deuses, mas superiores aos homens. Eles são, portanto, uma natureza que pode ser chamada de “intermediária”.

A demonologia, como já acenamos, reponde a uma problemática religiosa, mais que filosófica, Deus e os Deuses não podem “misturar-se com os homens” nem “ter comércio” com eles, por motivo da sua eminência. Portanto é necessário introduzir entes que tivessem a função de mediadores, seja para executar e pôr em ato a vontade dos Deuses no mundo e entre os homens (mediadores de cima para baixo), seja para ligar, na medida do possível, os homens aos Deuses (mediadores de baixo para cima).

 

HISTÓRIA DA FILOSOFIA MEDIEVAL Primeira prova 18 agosto 2025

 



FACULDADE CATÓLICA DO AMAZONAS

SEGUNDO SEMESTRE 2025


1.       Como o querigma bíblico sobre Cristo é historicizado na era patrística?

 

2.      Em que direção a teologia dos padres desenvolve os dados do Novo Testamento?

 

3.      Raniero Cantalamessa afirma que: “Nas diversas formas que o credo assume, representa o lugar de condensação dos resultados alcançados pela teologia, o espelho mais fiel do seu significado eclesial, também o mais autoritativo da fé em Cristo”. Aprofundar esta ideia.

 

4.      em que direção a cristologia patrística desenvolve o Kerigma bíblico sobre Cristo?

 

5.      Segundo Wilken: “Foi a helenização que determinou a prevalência do interesse pela dimensão fundamental e absoluta do ser comparado à da ação e do devir histórico”. Aprofundar esta teoria.

 

6.      Durante o curso vimos que houve muita liberdade por parte dos Padres em relação ao pensamento grego. Um exemplo é a rejeição de suas categorias teológicas. Podemos também falar de uma deselenização, isto é, de uma superação crítica da abordagem grega. Os padres demostraram muita liberdade com a utilização dos conceitos da filosofia grega. Faz alguns exemplos.

 

7.      A ontologização nada mais foi do que a forma como a mensagem em torno de Cristo foi historicizada na cultura grega, nela se encarnou, tornou-se grega com os gregos. Foi uma viagem em direção ao mundo, não uma entrega ao mundo. Explicar esta passagem.

 

8.      O que significa a tendência de mudar o foco da cristologia da ressurreição para a encarnação em relação ao Novo Testamento?

 

9.      Um exemplo bastante significativo da deescatoligização d é a transformação muito rápida do título Filho do homem e segundo Adão. Como no período patrístico mudaram estes dois títulos messiânicos comparado com o utilizo que o Novo Testamento fez?

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Alcibíades Maior de Platão, 129a–133b)

 



 

Sócrates e Alcibíades estão em diálogo:

SÓCRATES: (…) «Você precisa se animar. Se tivesse passado muito tempo, seria realmente difícil cuidar de si mesmo... Seu dever agora é entender o que significa ‘cuidar de si’» (128a).

SÓCRATES: «Não se trata da arte que melhora algo que nos pertence, mas sim de nós mesmos.»

SÓCRATES: «Quem cuida do corpo cuida apenas de uma parte que lhe pertence, mas não de si mesmo» (129a‑b).

SÓCRATES: «Ama-te aquele que ama tua alma... aquele que ama teu corpo te abandona quando ele envelhece; mas quem ama tua alma não te deixa enquanto ela melhora» (132‑133b).

 

  • Sócrates faz uma distinção entre cuidar do corpo ou das riquezas e cuidar de si mesmo, o que significa cuidar da alma.
  • Para isso, é necessário conhecer a si mesmo, segundo a máxima do templo de Delfos (“Conhece-te a ti mesmo”), pois somente quem sabe quem é pode se aperfeiçoar profundamente.
  • A alma contém uma parte divina: ao conhecê-la e amá-la, cuida-se do que realmente importa — a virtude e a sabedoria interior.

 

O conceito central, expresso em grego como epiméleia heautoû, é comumente traduzido como “cuidado de si” ou “cuidado da alma”. Essa expressão aparece frequentemente no Alcibíades Maior, onde Sócrates ensina a Alcibíades que a alma deve ser vista como um espelho: ao observá-la bem, é possível conhecer a si mesmo através da virtude e da sabedoria.

Antropologia filosofica da proposta presocratica até a época helenistica

 


A METAFISICA DE ARISTÓTELES Primeira parte


 

quarta-feira, 30 de julho de 2025

METAFISICA PLATONICA PARTE II

 




A METAFISICA PLATONICA PRIMEIRA PARTE


 

CURSO DE METAFISICA: INTRODUÇÃO


 

A FORMAÇÃO DO HOMEM GREGO: PARTE II


 

A FORMAÇÃO DO HOMEM GREGO (Primeira parte)


 

Curso de Antropologia Filosofica: primeira aula

 


Curso de filosofia medieval: do Cristo do Novo Testamento ao Cristo da Igreja


 

História da Filosofia Medieval. Introducão


 

segunda-feira, 9 de junho de 2025

PLATÃO – FEDON (96-99)

 




Necessidade de uma segunda navegação

 

(É Sócrates que está falando). O facto, Cebes, é que, na minha juventude, me senti extraordinariamente atraído para esse ramo do saber que dá pelo nome de «Ciência da Natureza». Que interessante não será (pensava eu) conhecer as causas de cada coisa, a razão por que cada uma surge, por que cada uma perece ou existe! E muitas vezes dava comigo às voltas a examinar, antes de mais, questões deste teor: será realmente, como alguns sustentam, a partir de um estado de putrefacção, em que entram o quente e o frio, que os seres vivos se constituem? E é graças ao sangue que pensamos, ou ao ar ou ao fogo? Ou nada disto conta, e é sim o cérebro que nos permite as sensações do ouvido, da vista e do olfato, donde se formariam a memória e a opinião e estas, uma vez consolidadas, dariam origem a conhecimentos correspondentes? Passei depois a inquirir a forma como tudo isto se corrompe, as mudanças que afetam o que há na terra e no céu; e assim acabei por reconhecer que não tinha, decididamente, qualquer vocação para este tipo de indagações!

Basta esta prova que vou dar-te. Todos esses conhecimentos que antes possuía e que a mim, como a muito boa gente, se afiguravam seguros, pois bem: a tal ponto as ditas indagações me deixaram cego, que tudo isso, que antes julgava saber, desaprendi. Um exemplo entre muitos: o do crescimento humano. Qual a sua causa? Antes, julgava eu que a resposta era óbvia a qualquer um: o que comemos e bebemos. E efetivamente (pensava) através dos alimentos que a carne se vai juntando à carne, os ossos aos ossos e, dentro do mesmo princípio, as demais substâncias às da sua espécie, daí resultando que uma massa inicialmente pequena se torna gradualmente volumosa. E assim, pois, o homem, de pequeno que era, se tornava grande. Tal era então a minha maneira de ver ... não a achas lógica?

— Por mim acho — respondeu Cebes. — Ora presta ainda atenção a este ponto. O certo é que, quando se me deparava um homem alto junto de outro baixo, esta explicação era para mini o bastante: tal ou tal homem excede o outro justamente pela cabeça; e o mesmo de um cavalo relativamente a outro. Este caso, porém, ainda me parecia mais flagrante: o dez é mais do que o oito (pensava) porque tem mais duas unidades do que este; tal como o duplo côvado é mais do que um côvado porque o excede em metade da sua extensão ...

— E agora, que pensas tu disso? —indagou Cebes.

— Eu? Por Zeus — redarguiu·—, estou bem longe de imaginar que conheço as causas de tudo isto! Hoje seria mesmo incapaz de dizer se, quando a uma unidade adicionamos outra é a primeira que, pela adição da segunda, se torna dois, [ou se é a segunda], ou se são ambas que, adicionadas uma à outra, - em virtude dessa mesma adição, passam a ser dois. Com efeito, eis o que me deixa perplexo: quando ambas existiam à parte uma da outra, cada uma delas constituía uma unidade e não havia então o dois; e, após se terem aproximado uma da outra, aí está a causa que as faz passar a ser dois, ou seja, a junção resultante dessa aproximação recíproca ... Tão-pouco posso convencer-me de que, quando se fracciona uma unidade, seja por sua vez esse mesmo facto, ou seja, o fraccionamento, a causa de passar a haver dois. Com efeito, o que então definíamos como causa do dois seria agora o seu oposto: ali, era a proximidade que entre ambas se estabelecera, com a adição de uma à outra; aqui, o seu afastamento, com a correspondente separação uma da outra. E inversamente, a razão por que surge a unidade, confesso que estou longe de sabê-la, como, em suma, a respeito de qualquer outra coisa, ignoro as razões por que surge, perece ou existe, de acordo com este método de inquirição que te referi; mas há ainda outro que vou tenteando ao acaso, desde que o primeiro deixou de me atrair.

Ora justamente, ouvi um dia ler excertos de um livro que era, segundo se disse, de Anaxágoras. Aí se afirmava que era o Espírito o ordenador e a causa de todas as coisas. Rejubilei com tal explicação, pois, em certo sentido, pareceu-me vantajoso que fosse o Espírito a causa de tudo. Porque se assim é (pensei), se é o Espírito que ordena todas as coisas, então por certo que as ordena e dispõe da forma que for mais conveniente para cada uma delas. E se alguém quiser achar, para cada coisa, a causa que a faz nascer, perecer ou existir, não tem mais que achar aquilo que para ela é mais ajustado: se existir, se sofrer qualquer processo ou ter parte ativa nele. Nesta ordem de ideias, portanto, a única coisa que o homem devia ter em vista, tanto nesse objeto específico como nos demais, era a ideia da perfeição, do supremo bem. E assim, era indispensável que o mesmo homem tivesse também o conhecimento do mal, já que o conhecimento de um deles implica o do outro. E com estas reflexões rejubilei, convicto de ter encontrado em Anaxágoras um mestre que me explicasse a causa de tudo o que existe, de acordo com a minha própria maneira de ver. Assim julgava eu, por exemplo, que me diria primeiramente se a Terra era redonda ou plana; em seguida expor-me-ia a causa e a necessidade de ela assim ser, invocando razões de conveniência e demonstrando que tal ou tal natureza lhe era, de facto, a mais conveniente. E se me dissesse que ela estava ao centro, pois explicaria também por que motivo era mais ajustado que estivesse ao centro. Enfim, se ele me desse conta de tudo isto, eu, por minha parte, estada disposto a jamais aspirar a outro tipo de causa! E na mesma disposição de espírito procuraria informar-me do Sol, da Lua, e dos demais astros, das suas velocidades relativas, revoluções e outros fenómenos a que estão sujeitos, investigando em tudo isto como a atividade que produzem ou os estados por que passam lhes são, na verdade, os mais ajustados. Longe estava eu, com efeito, de imaginar que, depois de atribuir ao Espírito a função de os manter ordenados, pudesse para tanto invocar outra causa que não fosse a suprema conveniência de eles assim existirem tal como existem ...

E, pois, uma vez que atribuía tal causa a cada um dos seres e a todos em geral, supus que iria explicar-me onde reside o melhor para cada um deles e aquilo que é comummente bom para todos. Por nada do mundo teria então trocado as minhas esperanças! Agarrei-me com todo o afinco aos seus livros e devorei-os com quanta pressa era capaz, a fim de ficar o mais cedo possível a conhecer o que é melhor e o que é pior ... Pois bem, meu amigo, esta maravilhosa esperança, tive de passar sem ela! À medida que avançava na leitura, descubro um homem que não fazia o mínimo caso do Espírito, que nenhuma responsabilidade lhe atribuía na ordenação das coisas, remetendo-a sim para o ar, o éter, a água e tantas outras causas despropositadas·.

Enfim, a minha impressão era exatamente como se alguém asseverasse que tudo o que Sócrates faz, o faz graças ao espírito, e tentasse seguidamente expor nestes termos as causas de cada uma das coisas que faço: primeiro, que estou agora aqui sentado pela razão de que o meu corpo é constituído por músculos e ossos; que esses ossos são sólidos e separados entre si por articulações, enquanto os músculos, feitos de molde a contrair-se e a distender-se, rodeiam por completo os ossos com a carne e a pele, que os contém juntamente; que sendo, pois, os ossos dotados de mobilidade dentro das respectivas articulações, os músculos, à medida que se distendem e contraem, possibilitam que eu dobre os membros ... E eis a causa de me encontrar agora sentado, com o corpo dobrado nesta posição! E idênticas causas serviriam para explicar o facto de me encontrar aqui a falar convosco — a voz, o ar, o ouvido e mil outras causas do género, esquecendo, em fim de contas, a causa essencial, ou seja, que, uma vez que os Atenienses acharam por bem condenar-me, também eu, pelas mesmas razões, achei por bem e mais justo ficar aqui sentado, aguardando a vez de me sujeitar à pena que me infligiram.

Porque—pelo cão!—ou muito me engano ou há muito que estes mesmos ossos e músculos estariam lá para as bandas de Mégara  ou da Beócia, levados por uma certa noção do «melhor»,.. Poderá, claro, alegar alguém que, sem possuir ossos, músculos e assim por diante, não seria também capaz de pôr em prática as minhas decisões — e não estaria fora da verdade. Agora asseverar que é graças a eles que faço aquilo que faço, e * que é em função do espírito que assim me comporto, mas não já em função de uma escolha que fiz do «melhor», eis o que trai porventura excessiva inconsequência de linguagem ... Trai, cm j) b suma, a incapacidade de distinguir que uma coisa é a causa em si, outra, aquilo em cuja ausência jamais a causa seria causa. Ora, quanto a mim, é nesta última que as pessoas visivelmente falham e, como tenteando na escuridão, lhe atribuem um nome indevido, confundindo-a com a verdadeira causa. E aí está, pois, porque alguns, envolvendo a Terra num turbilhão, querem que seja o céu a mantê-la, enquanto outros, fazendo dela uma espécie de tampo largo e chato, lhe colocam o ar por baixo como base e suporte.

Mas esse poder, graças ao qual tais coisas se encontram dispostas da forma mais conveniente, isto é, man tendo a posição que mantêm, desse não cuidam eles ou tão- -pouco lhe atribuem qualquer força divina .... Julgam, pelo contrário, descobrir ainda um dia um Atlas mais possante do que este, mais imortal e capaz de suportar o peso do mundo, sem pensarem que é o Bem o verdadeiro elo de ligação que liga entre si todas as coisas e as suporta. E no entanto, confesso, com que alegria me não teria feito discípulo fosse de quem fosse, para me instruir sobre semelhante causa e o seu modo de actua ção! Mas, uma vez que esta me falhou e não pude, por minha parte, descobri-la ou achar quem ma explicasse, tive de tentar uma segunda via para me lançar na sua busca ...M Desejas pois, Cebes, que te conte a história dessas tentativas?

— Por mim — respondeu—, não desejo outra coisa! — Ora bem·—-retomou ele.·—

■ Depois disto, uma vez desiludido da observação dos seres, achei por bem acautelar-me, não viesse a acontecer-me a mim o mesmo que àqueles que contemplam e observam o Sol em momentos de eclipse: é sabido que alguns chegam a perder a vista, se não é através da água ou de qualquer outro meio que observam a sua imagem. E, com pensamentos mais ou menos deste teor, receei ficar irremediável mente cego de espírito, caso persistisse em fixar os olhos nas coisas, em tentar tocar-lhes diretamente com os meus cinco sentidos. Pensei então que o melhor que tinha a fazer era refu giarme do lado das ideias e, através delas, inquirir da verdade dos seres.

 

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