segunda-feira, 17 de novembro de 2025

ELEMENTOS CARACTERISTICOS DA IDADE MÉDIA

 



 

 

O Burgo

 

É um termo histórico que se refere a uma povoação fortificada que surgiu na Europa, principalmente durante a Idade Média. O termo tem origem no latim burgus e no germânico burgs, que significam "pequena fortaleza" ou "cidadela". 

Características principais dos burgos:

  • Fortificação: Eram geralmente construídos em locais estratégicos, como colinas ou perto de castelos e mosteiros, e cercados por muralhas para defesa contra ataques e invasões.
  • Comércio: Diferente dos feudos rurais, os burgos eram centros de atividade comercial e artesanal. Com o renascimento do comércio na Baixa Idade Média, eles se tornaram importantes núcleos urbanos.
  • Origem da Burguesia: Os habitantes dos burgos, que controlavam o comércio e as atividades urbanas, eram chamados de burgueses. Essa classe social ascendente foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo e o enfraquecimento do sistema feudal.
  • Autogoverno: Muitos burgos, com o tempo, conseguiram obter certa autonomia e privilégios em relação aos senhores feudais, desenvolvendo formas de autogoverno.
  • Expansão: Frequentemente, os novos centros comerciais (a "Cidade Nova") desenvolviam-se fora dos muros do núcleo urbano primitivo (a "Cidade Antiga"), sendo essa área expandida também chamada de burgo. 

Atualmente, em alguns países, "burgo" pode designar uma divisão administrativa ou, em contextos históricos, vilas medievais bem preservadas que se tornaram atrações turísticas. O termo também pode ter, em linguagem informal, um sentido pejorativo de "mesquinho" ou "preconceituoso", embora seu significado original seja puramente descritivo

 

Guerra dos Cem Anos

Foi uma longa série de conflitos travada entre os reinos da Inglaterra e da França na Baixa Idade Média. Ocorreu de 1337 a 1453, durando, na verdade, 116 anos, e teve profundas consequências políticas e sociais para ambos os países. 

Principais Aspectos

  • Antagonistas: O Reino da Inglaterra (dinastia Plantageneta) e o Reino da França (dinastia Valois).
  • Período: 1337 a 1453.
  • Causas: A principal causa foi uma disputa dinástica pelo trono francês após a morte do rei Carlos IV sem herdeiros diretos. O rei inglês Eduardo III, sobrinho de Carlos IV, reivindicou o trono, mas a nobreza francesa escolheu Filipe de Valois. Outros fatores incluíram disputas territoriais (como o controle da Aquitânia e Flandres) e questões econômicas.
  • Figura Central: Joana d'Arc, uma camponesa francesa, foi fundamental para inspirar as tropas francesas e liderar vitórias decisivas, como o Cerco de Orléans, marcando a virada da guerra a favor da França. 

Consequências

A Guerra dos Cem Anos resultou em mudanças significativas para a Europa medieval: 

  • Formação de Estados Nacionais: Contribuiu para a centralização do poder político e o surgimento das monarquias nacionais (estados-nação) na França e na Inglaterra, enfraquecendo o sistema feudal.
  • Fortalecimento do Poder Real: A necessidade de um exército permanente e de um sistema de impostos unificado fortaleceu o poder dos reis em detrimento dos senhores feudais.
  • Sentimento Patriótico: Despertou um forte sentimento de identidade nacional, especialmente na França, onde Joana d'Arc se tornou um símbolo de resistência.
  • Fim das Ambições Continentais Inglesas: A Inglaterra perdeu a maioria de seus territórios no continente europeu, focando-se em seus assuntos internos (levando à Guerra das Duas Rosas) e no desenvolvimento marítimo. 

A cultura feudal foi marcada pela religiosidade cristã, pela forte influência da Igreja Católica, uma sociedade hierarquizada e pela economia de subsistência focada na agricultura e no trabalho servil. A mentalidade era predominantemente teocêntrica, e o poder estava nas mãos dos senhores feudais, que detinham as terras e a autoridade militar e judicial. 

Sociedade e mentalidade

  • Estrutura social: A sociedade era rigidamente dividida em estamentos, com pouca mobilidade social: clero (oratores), nobreza (bellatores) e servos (laboratores).
  • Hierarquia: O poder era descentralizado, com o senhor feudal exercendo grande autoridade sobre seus servos e as terras. A Igreja Católica ocupava uma posição de grande influência, atuando como grande proprietária de terras e principal fonte de cultura e conhecimento.
  • Ideologia: A Igreja legitimava a ordem social, argumentando que cada grupo tinha uma função específica designada por Deus. 

Economia e trabalho

  • Economia de subsistência: A economia era baseada na agricultura e na produção para o consumo interno do feudo, com o comércio sendo limitado.
  • Trabalho servil: Os servos trabalhavam nas terras do senhor feudal em troca de proteção e do direito de usar uma parte da terra, devendo obrigações como a corveia (trabalho obrigatório), a talha (entrega de parte da produção) e o pagamento de impostos. 

Arte e religiosidade

  • Arte sacra: A arte era predominantemente religiosa, com foco em temas bíblicos e na glorificação de Deus e dos santos, com forte influência bizantina.
  • Iglicreja Católica: A Igreja era a principal instituição cultural, responsável pela produção artística, pela educação (através dos mosteiros e das catedrais) e pela preservação do conhecimento clássico. 

Legado e transição

  • Crise do sistema: A partir do século XI, o crescimento do comércio, o renascimento das cidades e a ascensão da burguesia levaram ao enfraquecimento do feudalismo e à transição para um novo modelo econômico.
  • Ressurgimento cultural: O Renascimento e o Humanismo, movimentos que surgiram na Itália, trouxeram uma nova visão do mundo, com o homem no centro, impulsionando novas descobertas científicas e artísticas

 

 

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